Capitulo 7

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Estava me preparando para sair. Procuro algo decente para vestir enquanto revirava a pilha do roupas sujas que se formava dentro do meu armário. Apanho uma jaqueta marrom levemente suja e me direciono a porta. Nem havia penteado meu cabelo, apenas joguei um pouco de agua puxei os fios rebeldes para cima. Eu gostava do meu cabelo daquela maneira, não havia porque mudar. Tranco a porta e me encaminho para a avenida. Ainda estava escuro e não havia ninguém pelas redondezas. Como o primeiro ônibus só saia em meio hora e com certeza ainda iria pegar o trajeto mais longo, tive que pensar rápido em um transporte alternativo. Lembrei-me do meu amigo taxista Rodolfo, ele sempre fazia corridas a altas horas da madrugada apanhando baladeiros de altas noitadas. Era em torno de cinco da manhã, era bem possível de ele já está terminando o seu turno, mas eu tinha que tentar. Apanho meu pequeno celular de bolso e telefono para ele, vários segundos se passam ate que ele atende.

- Alô Rodolfo?

- alô quem fala? O roseirão que Rodolfo geralmente soltava agora se resumia a resquícios em baixo tom.

- sou eu, o Caio.

- Caio? Que Caio?

- Caio Ferreira, amigo de sua cunhada.

- ah sim... Foi mal Caio, eu estou muito cansado... Quase não reconheci a sua voz. Mas e ai? Como vai os estudos?

- vai bem obrigado. - reluto ao maximo para não demonstrar impaciência, Rodolfo era um sujeito bacana mas não tolerava ninguém gritando ou sendo grosso com ele. - é que eu preciso encontrar uns conhecidos meus, será que você poderia me apanhar aqui em casa? Eu pago o dobro.

- eu não sei Caio... Eu estou muito cansado... Pode ser perigoso eu dirigir neste estado.

- vai ser rápido, eu prometo. É lá no centro, eu sei que um motorista tão experiente como você não vai ter se preocupar com algo assim. Ele solta um leve suspiro, Rodolfo tinha um orgulho inflado, eu sabia que ele não iria recusar aquela corrida, eu havia tocado na sua fama de "motorista do ano" que eu mesmo havia dado a ele.

- tudo bem, eu vou ir te buscar, onde você estar?

- em frente a minha casa, na avenida Castelão 367.

- certo, certo, mas eu vou cobrar cem reais pela corrida.

- eu te pago duzentos se você conseguir chegar rápido aqui. Ele solta uma pequena gargalhada.

- oras, se é assim, em dois minutos eu estou aí. Logo após isso ele desliga. Passa vários minutos desde a nossa ligação, eu já começava a achar que ele não iria vir mais. Sentia uma leve sensação que eu não devia ter o chamado, afinal, do que adiantava eu ter um motorista a meu dispor se ele podia perder o controle e acabar dormindo no volante? Mas a possibilidade de eu ficar parado sem fazer nada era agonizante. Quase indo embora por achar que ele não viria mais, um som de buzina toca perto de mim. Era ele, com seu carro corolla branco. Ele poem a cabeça para fora e me chama.

- hey garoto! Para onde está indo? Não quer mais meus serviços? Ele diz e depois cai na gargalhada. Me volto para ele e entro direto no taxi.

- demorei?

- não. Alias, foi bem rápido. Certo, pode me chamar de puxa saco, mas aquele cara já me salvou varias vezes de ficar sozinho altas horas da madrugada na rua.

- para onde você vai?

- para o centro, hotel galileu. Sabe onde fica?

- sim.. Mas o que você vai fazer lá? Ele encaixa a primeira e depois saí.

- eu... Vou encontrar com uns amigos do exterior. Eu era péssimo contando mentiras, mas Rodolfo não era lá um Sherlock Holmes, eu poderia contar que um alien visitou a terra e era provável dele acreditar.

- nossa.. Amigos importantes. Ele solta uma leve gargalhada.

- é... Eu me limito a um sorriso nervoso. Logo apos isso ele fica falando sobre a familia, e sobre o que aconteceu no dia anterior... Quando Rodolfo começava a falar -como todo bom taxista, era difícil parar. Após longos minutos de pura falação, o táxi se aproximá do centro, já era possível ver os grandes arranha céus que vestiam aquele lado da cidade, era realmente magnífico. Olhando em relance, percebo que Rodolfo estava com os olhos caídos, parecia que ele podia dormir ali mesmo, no volante.

- Rodolfo?

- o-o que foi? Ele realmente esta a ponto de pegar no sono.

- esta tudo bem? Você parece meio cansado..

- não... Eu estou bem, eu sou um lobo na estrada. Ele não sorriu dessa vez, apenas olhou para a rua tentando manter os olhos abertos.

- eu não sei não... Acho melhor descer aqui e ir andando. Você parece muito cansado e...

- fique ai! Ele disse, como em uma explosão. - eu vou te deixar lá, custe o que custar, entendido?!

- s-sim. Rodolfo era um cara legal, mas as vezes tinham essas explosões de raiva que me irritava. Havíamos chegado a rua principal, mal o taxi havia parado e eu de imediato salto para fora o mais rápido possível.

- obrigado Rodolfo. Toma, aqui tem duzentos reais.

- oh sim, você é um homem de palavra meu caro amigo. Ele solta uma gargalhada estranha e depois arranca. Da calçada até a entrada do hotel eram uns cincos a seis metros, havia uma linha curva onde alguns taxis paravam e deixavam os inquilinos, mas estranhamente Rodolfo quis me deixar na calçada. Me aproxima da porta giratória, e entro no hotel. Aquele seria um longo dia.

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