Capítulo 20

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Minha cabeça latejava muito, eu estava quase desmaiando novamente, quando eu vejo, ainda com a visão embaçada, uma silhueta obscura me observando.

- De pé, ele disse.

Solto um gemido de dor e desorientação. Eu mal conseguia pensar direito, como poderia ficar em pé?

- De pé, seu moloque! Ele repetiu, desta vez com um tom mais inciviso. De imediato, quando meus ouvidos me permitiram, pude reconhecer aquela voz. Uma voz grave e amedrontadora, a única voz que me passava segurança e medo ao mesmo tempo: A voz do meu pai.

- p-pai?

- levante garoto, não seja molenga!

Este era meu pai. Ranzinza, grosso e mal-educado. bem, muitos dizem que eu puxei para minha mãe e quase nada o meu pai. Mas foi graças a isto que até hoje ele me considera uma garotinha com um pau entre as pernas. Mas isto não vem ao caso. O que eu queria saber era como e porque ele estava ali, naquele lugar, naquela hora, olhando para mim e me ordenando que levantasse.

Com as mãos apoiadas no joelho, eu me levanto, com uma leve dor de cabeça. Apesar de estar um pouco escuro, eu pude reconhecer os cabelos grisalhos do meu pai. como também, é claro, sua roupa habitual: Uma jaqueta militar verde e calças pretas. Uma leve cicatriz na bocheca direita e muita, muita raiva nos olhos. 

- Pai... o que você está fazendo aqui? Que lugar é este?

- Ora moleque, depois de você passar parte de sua infância neste lugar, me impressiona você não saber!

- O que? Do que você está falando? Eu não lembro deste lugar, e por favor, acende a porra da luz.

- Não fala palavrão porra! Já disse para tú não falar palavrão na minha frente cacete!
E não, não vou acender a luz. Você que se acostume com a escuridão... Porra!

Eu solto um suspiro. Porque, entre todos os assasinos sanguinarios da terra e do universo, me deixaram justo perto de um ex-fuzileiro américano? Aquele cara era pior que Osama Bin laden! Um insano, um louco... Ah... deixa para lá.

- Certo pai... eu...

- Apenas venha comigo seu bostinha, tenho que lhe ensinar algumas coisas.

- espere, não vou lugar nenhum sem antes eu saber que... Ah que saber, eu desisto, não vou tentar saber que lugar é este. Toda a vez que eu pergunto como e porque eu estar em determinado local alguém intorrompe e tenta me matar ou um macaco ninja invade o lugar e faz tudo ir para os ares!

- macaco ninja?

- modo de falar pai, apenas modo de falar.

- este jovens e suas manias...

- hey, afinal, porque raios o senhor está aqui, e o que está acontecendo?

- Não está claro? Estamos em uma organização não governamental, bem no meio da inglaterra, estamos na M16, a antiga força europeia de espionagem.

Nesta hora eu penso: Fudeu. Ah poucos minutos eu estava acordado, em pé em algum lugar de são paulo, agora, estou na europa, na sede de uma tal m16?! Mas que raios está havendo?!

- O que??? Eu estou na europa? Inglaterra?! Do que você está falando?

- pelo visto aquele pó não só de apagou, como te fez perder noção de tempo e espaço. Você estava desmaiado há mais de doze horas, ou acha que você simplesmente apareceu aqui como mágica?

- sim mas... porque robert me jogou aquela coisa? porque ele me fez desmaiar? ele está tentando se livrar de mim?

meu pai nada respondeu, apenas fitou seus pés. Depois, se aproximou de mim e disse, lentamente:

Robert não está tentando se livrar de você, ele esta tentando te proteger


                                                                          ***

Nos dois estavamos sentados em algum lugar escuro que eu não consegui distinguir. Após vários minutos refletindo no que meu pai me disse, eu resolvi falar com ele novamente.

- Me responda pai, do que Robert está me protegendo?

- Do perigo Caio. Do perigo que você estava correndo por estar ali, junto a ele.

- mas eu quasse morri pensando que ele estava correndo perigo. Quase morri duas vezes!

- Pois sim, mas você não morreu. Ainda está vivo. Graças a ele.

- mas... eu não compreendo. Nada foi respondido. Nada. ele me disse algumas coisas mas... nada esclarecedor, você pode me dizer a verdade então.

- Posso tentar.

Era a primeira vez que eu ouvia meu pai completar uma frase que não terminasse com um palavrão. parece que até ele estava de alguma forma abalado com aquela situação.

- bem, por onde eu começo? Continuo. - Ah, me lembrei. Porque eu estou aqui, e porque o SENHOR está aqui?

- Ok, vamos esclarecer esta fato. Você está aqui porque foi mandado para cá, é óbvio, mas principalmente porque, entre todas as pessoas idiotas neste mundo, Robert resolveu confiar em você a missão de revelar a todas as pessoas de bem a verdade mundial... Aquilo que os governos sabem mas se recusam a acreditar. Por isso ele lhe mandou para cá.

- sim, isto eu já sei mas o que seria isto que os governos se recusam a aceitar?

- O extermínio parcial da população global.

- O que?!  do que você está falando?

- Ah moleque... você sabe de poucas coisas... muito poucas. Se eu tentar te explicar tudo agora, iremos perder horas aqui. E não temos tempo para...

- Chega pai! Eu o interrompo. - Chega. Eu não aguento mais. Por favor, pelo resto de amor que o senhor supostamente sente por mim, me diga o que diabos está acontecendo.

Meu pai suspira, solta um pum e tosse. Pelo visto, ele estava prestes a forçar a sua cabeça ao limite. Já que este é pouco, BEM pouco.


- Certo! certo... Vou te explicar tudo, tudo mesmo. Mas com uma condição:

- qual? Pergunto, já ansioso.

- Que você cale a boca e não questione nada até eu terminar.

- Certo.

                                                                                  ***

Finalmente, meu pai acende a porr... quer dizer, a luz do espaço em que estavamos. Quando eu me deparo com a totalidade daquele lugar, vejo o do porque ele não ter ligado as luzes antes.

Uma sequência quase que absurda de fotos, documentos e apetrechos tecnológicos haviam espalhados por todos os lados. O lugar era repleto de uma camada densa de metal adornando as paredes. No centro havia uma enorme mesa de metal pólido com um computador comum em cima. Mas antes de eu fazer qualquer questionamentos, meu pai me puxa pelos braços e me ordena a sentar na cadeira. Fico de frente para ele, nervoso. Era a hora, a hora da verdade. A verdade que me escapou durante estes dias - e que dias! mas que agora seriam finalmente reveladas. 

- Preparado?

- Sim!

- então vamos lá.






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