capítulo 5

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Eu havia pego um ônibus para poder retornar para casa. Mesmo tendo uma grana extra no bolso eu não poderia apanhar um Taxi, pois iria chamar  atenção. Entenda: Eu vivia em um bairro onde todo mundo se conhece. Qualquer quebra de rotina já é motivo para algum vizinho intrometido te bombardear de perguntas. Por isso eu apanhei o ônibus, pelo menos assim eu poderia alegar que voltava do trabalho ou coisa que o valha. Mas é claro: só se alguém perguntasse. Até eu chegar em casa iria ser umas onze ou meia-noite, e como quase ninguém fica acordado a essas horas, eu podia chegar em casa sem nenhum vizinho fofoqueiro para me atazanar.

Por sorte, o ônibus que eu havia pego estava quase vazio.  O cobrador dormia escorado no baú. Eu me direcionei ao fundo do furgão e vi um homem moreno lendo jornal, não era possível ver o seu rosto, ele havia colocado o jornal na frente. Sem dar muita atenção, me sento em uma cadeira intermediaria e olho pela janela. Fico admirando a paisagem por alguns minutos. Ponho a mão nos bolsos tentando encontrar meu fone, e acabo encontrando um papel.

"O print!" pensei. Havia passado por tantas coisas naquele dia que havia me esquecido do print que havia tirado. Aquela era a pista que os agentes precisavam para encontrar a Robert! Uma onda de angustia me veio ao peito, mesmo tendo a chave para achar meu amigo, eu acabo esquecendo ela dentro de meu bolso. Mas ficar preocupado assim não iria ajudar a achar Robert, só iria me privar de sono e me deixar indisposto no dia seguinte. Por isso decidi esperar ate o amanhecer e contactar os agentes logo cedo. Seria a melhor coisa que eu poderia fazer. Apos alguns minutos o ônibus Havia chegado em minha parada. Desço pela escada e olho de canto para homem  sentado no banco traseiro para ver se ele me observava, mas ele continuou lendo o seu jornal como um cara comum. Devia ser só algo de minha cabeça. Fala sério, acho que eu estava começando a ficar paranoico. 

Pego o caminho de costume e me direciono a minha casa. Lá estava ela, Quadrada, com duas janelas na frente e um pequeno Cercadinho de ferro, era uma casa simples mas pelo menos eu podia ficar em paz sem ter ninguém para me chatear. Antes de ir, porém, observo se não estou sendo seguido, e depois atravesso a rua em passos ligeiros. Parece loucura, eu sei, mas depois do dia que tive, tudo podia acontecer. Passo pelo pequeno portão de ferro, apanho a chave em baixo de uma pedra artificial e depois entro fechando a porta rapidamente. Antes mesmo de tirar a roupa eu me jogo no sofá pondo as mãos no rosto, o dia havia sido exaustivo demais para mim. Me levanto relutante do sofá, tomo uma ducha e vou me deitar. Eu rezava que o amanhã fosse um dia normal, sem mais perseguições ou assassinatos.

"¬¬ 

Estava errado de novo.

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