I am.

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Abri os olhos e me acostumei com a escuridão, senti os braços de Gizelly ao meu redor e sua respiração leve no meu pescoço, sem fazer movimentos bruscos me virei e a vi dormindo nua.

Já havia escurecido lá fora havíamos dormido o dia todo, mas não senti vontade de levantar, ficar olhando para Gizelly dormindo era tudo o que eu queria.

Seus olhos tremiam em um sonho agitado e sua respiração começou a ficar ofegante antes dela acordar com um espasmo assustada, olhando tudo ao redor.

-Calma está tudo bem. Abracei-a sussurrando em seu ouvido. -Eu to aqui.

-Aí graças a Deus. Ela sussurrou de volta. -Tive um sonho terrível que o avião que eu estava havia caído.

-Está tudo bem, não tem avião nenhum.

Gi me abraçou apertado e ficamos ali até que ela acalmasse de seu pesadelo, a segurei forte em meus braços, queria protegê-la com todas as forças de meu ser.

Meus olhos acostumados a escuridão, perceberam um leve sorriso e uma mudança em seu rosto.

-Antes do pesadelo. Ela sorriu agora mais calma, seus olhos duas fendas me encarando. -Eu tive um sonho maravilhoso.

-É? Perguntei entendo do que se tratava. -Quer me contar?

-Estávamos eu e você em uma cama muito parecida com essa na verdade. Ela começou sussurrando em uma voz sensual. -Eu acordava e você estava ao meu lado parecendo uma deusa com os cabelos rebeldes de piscina, como agora.

-Ah é? Perguntei instigando-a. -Só isso?

-Não. Ela sorriu se aproximando de meu pescoço. -No meu sonho fazíamos todo o tipo de coisas.

-Que tipo de coisas? Perguntei sentindo seus lábios em meu pescoço, suaves e ao mesmo tempo firmes o suficiente para me arrepiar.

-Coisas que você nunca fez na sua vida, nunca sentiu antes.

-Ah. Falei sentindo meu peito acelerar. -Me diga o que.

-Tem certeza que quer saber? Saber isso vai te libertar de todas as amarras, bom quase todas. Gizelly sorriu maliciosamente antes de voltar a falar. -E algumas pessoas não querem ser livres.

-Eu sempre fui diferente Gizelly, sempre quis ser livre. Minha voz não passava de um sussurro. -Me diga.

-Tente e veja se parece certo.

Seus lábios se calaram enquanto ela subia em cima de mim, beijando toda extensão do meu pescoço, suas mãos brincando com meu corpo, acariciando todo o lado desde a cintura até a ponta dos dedos.

Gi esticou meu braço a cima da cabeça e com uma mão segurou ambos os meus pulsos, senti um frio na barriga e não aguentei segurar o leve gemido que saiu de meus lábios em meio a respiração pesada.

Isso pareceu influência-lá, tendo em vista que seus beijos pareciam mais ferozes, ainda que delicados.

-Sabe, no meu sonho você me respondia perfeitamente como agora. Ela sussurrou. -Mas, você tem certeza disso?

-Tenho! Falei em meio ao arfar de seus beijos que desciam e subiam de meu pescoço. -Nunca tive tanta certeza antes.

Então com um sorriso e um brilho no olhar ela baixou os lábios, para meu colo, minha barriga que agora estava toda arrepiada e subindo novamente para meus seios.

O contato de seus lábios quentes na pele fria de meus seios, me fez arquear as costas. Era a primeira vez que me sentia assim, era a primeira vez que corpo respondia sem que eu precisasse mandá-lo responder.

Com sua mão que não prendia meus pulsos, ela percorreu toda a minha pele com a unha, provavelmente deixando as marcas vermelhas ali.

Gizelly sentada em cima de mim respondia com um leve rebolar as minhas arqueadas e arfadas, deixando-me ainda mais enlouquecida.

Parecia que meu pulmão iria explodir sem ar e quando sua boca desceu mais do que em todas as vezes que ela traçou seu caminho em corpo, senti como de fato todo meu corpo não estivesse mais ali.

Seus movimentos me enlouqueciam e agradeci que as casas eram longe uma da outra já que não me controlava mais, era como se eu tivesse acordado, mas ainda estivesse dormindo.

Era como se eu buscasse por ar e me afogasse toda vez.

Era um frio na espinha enquanto todo o quarto estava pegando fogo.

Era...

Era como o gosto da liberdade.

Todo meu corpo respondia a ela e me desobedecia, minha mente tentava entender cada toque deu suas mãos em minha pele, cada sensação que sua língua causava ao mesmo tempo em que minha mente também estava dormente.

Senti minhas pernas começarem a fraquejar e meu peito doer, senti como se algo dentro de mim rastejasse pra tentar sair, cravando suas unhas afiadas em minha garganta e ventre.

Fechei os olhos e me deixei sentir cada tremor, cada dormência, cada falta de ar e batida descompensada em meu peito.

Gizelly subiu percorrendo cada centímetro da minha pele nua com seus lábios até chegar aos meus. Beijei-a sentindo o gosto de seu amor.

E sabia ali que nada, poderia nos separar.

-Meu sonho não foi tão bom quanto agora. Ela sorriu enquanto eu puxava o ar para respirar.

-Nem nos meus melhores sonhos eu imaginei que a realidade pudesse ser tão... perfeita.

Sussurrei, beijando seu pescoço. Eu estava morta e meu corpo todo tremia, mas meu peito e meu ventre pegavam fogo de desejo, desejo por aquela mulher nua deitada ao meu lado.

Não poderia simplesmente deitar ali vendo-a respirar tão pesado sem sentir vontade dela.

Imitei seus movimentos, beijando seu pescoço, preparando seu corpo para o que estava por vir.

Mas ela já estava pronta!

Seus gemidos me enlouqueciam, senti como se ela fosse a presa e eu o caçador, seu corpo respondia a cada toque da minha mão, cada toque de meus lábios.

Seu gosto era como um dia de verão na piscina. Seu toque era macio e sua pele rígida em meus dedos.

Sua respiração era pesada e seu corpo tremia embaixo de mim, me senti realizada, tonta como se o mundo houvesse mudado seu sentido e tudo o que eu conhecia era ela, aquele corpo e sua voz gemendo alto naquele escuro do quarto.

Quando seus gemidos cessaram deitei ao seu lado com nossos corpos suados e as mãos fracas, o maxilar dolorido, mas o peito cheio de alegria, desejo e um certo orgulho.

-Foi assim no seu sonho? Perguntei rindo.

-Não! Ela disse enquanto puxava o ar para seus pulmões. -Você é muito melhor.

New Year's Day. (Girafa)Onde histórias criam vida. Descubra agora