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Com a respiração fraca e a pele gélida, Izumi continuou deitada no chão.

Todo seu corpo doía intensamente. Se não parasse de usar sua individualidade imediatamente, provavelmente iria morrer em poucos dias.

- Ainda está fraca demais. - Shigaraki murmurou.

Tossindo, a jovem sentiu o sangue escorrer por seus lábios.

- Sinto muito, Shigaraki, mas creio que seu tempo já acabou. - Dabi, se encostou sobre a batente. - A princesa e eu temos mais o que fazer.

Encarando Tomura, ela apenas assentiu, sabendo o que seu olhar significava. Assim que o mesmo deixou a sala, Dabi se aproximou.

- Levante. - Ele a empurrou com os pés.

Izumi continuou no chão, sem forças para concluir tal ação.

Doía.

Doía muito.

- Eu não consigo. - Foi sincera.

Resmungando, o moreno se agachou.

- Já chega, Izumi. - Ele a pegou no colo.

Não queria que Shigaraki, a ouvisse reclamando de dor. Ele faria questão de piorar tudo que ela estava sentindo.

O vilão, queria que a jovem chegasse a níveis superiores. Queria que atingisse seu máximo o quanto antes para que pudessem realizar seus planos.

Andando com ela sobre os braços, Dabi viu a mesma adormecer exausta. 

Izumi, lhe lembrava seu irmão. Os olhos azuis meio acinzentados, o jeito engraçado e educado de agir, mesmo perante tudo. Os cabelos inteiramente brancos...

Pensava se um dia, teria coragem de realmente machuca-la. Talvez não conseguisse, nem mesmo se quisesse. Como ele mesmo a chamava, era uma princesa. Delicada demais, brilhante demais.

Largando ela sobre a cama, enfaixou suas mãos e braços, a deixando dormir.

🍙🍙🍙

- Bakugou

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- Bakugou...

- VOCÊS NÃO ENTENDEM!

- Ela quase lhe matou! - Kirishima tentou manter sua voz baixa, por mais que estivesse irritado. - Eu vi com meus próprios olhos. Você viu também! O vilão gritou e ela seguiu suas ordens!

- Se ela quisesse me matar, tinha feito isso. Ela descarregou apenas o suficiente para me deixar desacordado. Era isso que ela queria que eles pensassem.

- Que podia te ferir?

Engolindo seco, resmungou.

- Sim.

- Mas ela pode, Bakugou. - O avermelhado continuou. - Ela pode ferir a todos nós. Estava decidida, Izumi revidou sem nem excitar!

- Ela não vai fazer isso, ela teve chances demais, porra! Izumi precisa de ajuda! Vocês não enxergam isto?

- Aquela não é mais a garota da qual vocês conheceram. - Aizawa murmurou.

Era nítido o quanto estava abalado. Em toda aquela discussão, não conseguia opinar. Não conseguia mais dormir. Não conseguia mais tomar uma decisão.

Izumi, sua aluna... Teria se tornado uma vilã, bem debaixo de seus olhos.

Era questionável.

Ele realmente, era um herói de verdade?

- Ela não está fazendo isto por querer. Estão obrigando ela. Vocês fizeram de tudo para me salvar! Por que não podem fazer o mesmo por ela?!

Bakugou batia os punhos sobre a maca, querendo se levantar.

Mina o impediu, segurando o mesmo.

- Fique calmo.

- EU ESTOU CALMO! Mina você não acredita em mim? Não acredita nela?

- Eu-

- Tch. Não diga nada.

Ashido tentava o máximo que podia, segurar suas lágrimas.

Era doloroso para todos, ver o quanto Bakugou e Mina sofriam com aquela situação devastadora.

Mas ao contrário do garoto, a rosada não sabia o que pensar. Não sabia qual decisão era a certa.

- Ela lhe disse que tinha algo de errado acontecendo na noite do acampamento. - Katsuki se direcionou a Aizawa. - Nenhum de nós acreditou nela. Nós poderíamos ter impedido tudo isso. Você ouviu o que as autoridades disseram. Izumi conseguiu sentir o gás sobre o ar, um dia antes do ataque. Ela não era a vila, nunca foi. Estava desde o início tentando proteger a todos.

- Bakugou-

- Não. Izumi é quase como sua filha! COMO CONSEGUE ABANDONA-LA DESTE MODO? NENHUM DE NÓS É OU SERÁ UM HERÓI SE NÃO TIRARMOS ELA DE LÁ! 

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Deslizando sobre o gelo, Izumi desviou dos ataques de Shigaraki

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Deslizando sobre o gelo, Izumi desviou dos ataques de Shigaraki.

Ele tentaria uma luta corpo a corpo, mas a mesma estaria desviando de todos seus golpes.

Obviamente. Precisava desviar ou morreria com seu toque.

A parede de gelo se estendeu sobre todo o local. Izumi se escondeu dentre ela e Tomura a perdeu de vista.

Entre seus raios, Kōtarō quebrou sua própria geleira. Lembrando do golpe de Uraraka no festival esportivo, ela segurou as pedras sobre o ar jogando em direção ao vilão.

Aquilo, fazia parte da sua verdadeira individualidade, a atmocinese. Com o passar do tempo, obrigatoriamente teve que aprender todas as partes de sua individualidade, por conta das ameaças.

Se não aprendesse, se não sustentasse toda a dor para si própria. Shigaraki descontaria em seu irmão.

Mesmo que ele destruísse quase todas as geleiras rapidamente, aquilo tudo era apenas um chamariz. Os raios se estendam por seu corpo e ela os lançou em sua direção, atingindo o mesmo.

Sem deixar que a garota comemorasse por muito tempo, o chão começou a rachar. Subindo em um de seus pedestais de gelo, Shigaraki a fez cair novamente.

Cara a cara com o vilão, ele estendeu a mão em sua direção, mas segurando seu braço no ar, sem toca-lo, não pode acertá-la.

- Ainda não é o suficiente. - Tomura murmurou.

Aquilo, não era verdade.

Para Izumi, era mais que suficiente. Era o sinal que precisava.

Conseguir impedir que Shigaraki Tomura a tocasse com sua individualidade, era na verdade, uma vitória.

Estava no caminho certo.

Sabia que agora, tinha chances de libertar seu irmão e fugir.

Eletric Love - Katsuki BakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora