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Izumi caminhou lentamente pela calçada. A luz branca dos postes, iluminava o local calmo da cidade.

Tudo estava diferente. Mesmo que a cidade ainda fosse extremamente grande, não havia mais tantas pessoas na rua.

Com a aposentaria de All Might, tudo mudará. O sentimento das pessoas mudará.

O medo, estava vencendo pouco a pouco.

Se sentando na praça, a jovem encarou algumas crianças. Era como meses atrás. Quando lutou contra um vilão naquele mesmo local.

Mas agora... Mesmo depois de tudo, ela era a vilã.

- Boa noite!

A pequena garotinha se sentou ao seu lado, balançando os pés sobre o banco.

- Boa noite. - Izumi, a respondeu receosa.

- O que está fazendo aqui sozinha?

- Oh... Estou apenas pensando e você?

- Cansei de brincar!

Izumi apenas assentiu, observando seu cabelo rosa brilhantes. Ela lhe lembrava Mina.

Subindo na madeira, a pequena encarou a mais velha. Mexendo em seu casaco, o qual tampava todo seu corpo. 

- Você está machucada. Está tudo bem? - Ela tocou seu rosto, sem excitar. Curiosa, assim que enxergou sua face.

- Está tudo bem, eu tropecei e cai, mas não foi nada sério. - Mentiu.

Suas feridas, eram resultado dos treinos e lutas forçadas por Shigaraki.

Izumi não aguentaria por muito tempo.

A dor física e psicologica era demais para uma garota tão nova.

Ter que atacar civis.

Ter que roubar suas individualidades.

Arrancar de pessoas, seus sonhos e suas conquistas. Era isso que vilões sempre faziam.

Era o que ela faria.

- Eu também caio muito. As vezes, minha mãe fica brava comigo. Olha só! - Ela mostrou seu joelho. - Esse roxo aqui, foi quando eu caí de bicicleta!

Um riso frouxo saiu de seus lábios.

- Por que você está vestida assim? - A pequena continuou elétrica, fazendo uma pergunta atrás da outra.

Encarando a si mesma, Izumi suspirou.

Aquela não era ela. Nunca seria.

- É uma fantasia.

- Uma fantasia? Eu adoro fantasias! São como as roupas de heróis! Hum... Você tem alguma individualidade? Eu tenho uma, mas eu não gosto muito.

- O que você consegue fazer?

- Flores! - Mirando no arbusto ao lado, lindas rosas cresceram do mesmo.

Estendendo os olhos, Izumi sorriu.

- Sua individualidade, é maravilhosa.

- Você acha mesmo? Eu acho muito fraca.

- Claro que sim! - Se empolgou. De algum modo, havia se esquecido o quanto gostava de conversar sobre individualidades.

- Eu queria ser uma heroína! Mas nunca vi ninguém com uma individualidade assim.

- Não diga isto. Na escola onde eu estudo- Tossiu, se corrigindo. - Na escola que eu estudava.. Conheci duas garotas com individualidades parecidas. Elas são muito fortes e eu sei que irão se tomar grandes heroínas algum dia, assim como você, se desejar.

A pequena, não pode deixar de sorrir.

- Você ainda não me disse qual é a sua individualidade!

Ela era muito inteligente.

Levantando as mãos, Izumi fez flocos de neve caírem sobre sua cabeça.

- UUUOOO! SUGOI! - Girando pela neve, ela caiu sentada a sua frente. - Você é uma heroína?

Sobre um baque, estralando em sua mente, Izumi quase chorou.

Heroína...

Não, não podia mais se tornar quem um dia tanto sonhou.

Não enquanto realizasse o mal.

- Oh.. Eu disse alguma coisa errada? Eu sinto muito. Desculpe por lhe deixar triste. As vezes eu falo coisas demais!

- Não. Está tudo bem. E-Eu não sou uma heroína.

- Mas, você ainda pode ser! Sabe, heróis nunca ficam tristes, eles estão sempre sorrindo, por mais difícil que seja a situação! Pelo menos, foi o que minha mãe me disse e eu acredito nela. Muitas coisas podem dar errado, mas se seu coração ainda desejar o bem, nada mais importa!

Izumi não teve tempo para reagir. As lágrimas escorreram pelo seu rosto, sem que pudesse controlar.

- Você ainda acha que dá tempo? - A questionou.

- Claro que sim! Você quer brincar comigo? Podemos brincar de super poderes!

O homem de cabelos pretos e cicatrizes escuras, se aproximou de ambas.

- Me desculpe querida. - Izumi se levantou, tocando seu cabelo. - Eu tenho que ir.

Sorrindo levemente, ela apenas assentiu.

- Nós podemos brincar outra hora então!

- Seria ótimo. Nós vemos na próxima vez.

Em um segundo, a jovem sumiu sobre os olhos da garotinha.

Não queria que ninguém fizesse mal a aquelas crianças.

- Você deveria tentar fazer amizade com pessoas da sua idade. - Dabi, a encarou.

- Fique quieto. - O ignorando, se afastaram da cidade.

A pequena, estava certa. No final de tudo, teria que tomar uma decisão.

Eletric Love - Katsuki BakugouOnde histórias criam vida. Descubra agora