Prólogo

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Gisele:

Beijo no rosto, beijo no nariz, beijo na clavícula, no braço...

- Acorda docinho. - Elena está me chamando.

- Docinho? Que apelido horrível.- já levanto reclamando.

- Bom dia pra você também! E se dependesse de mim não te acordaria, mas é necessário, precisamos ir encontrar o pessoal.

Procuro o celular : 13:40 PM

- Putz, ta tarde. Obrigada por me acordar.

- É, ta.

Ela levanta da cama e eu fico observando ela ir até a mala no outro canto do quarto, estávamos ficando á quase 3 meses agora e nenhuma de nós disse nada sobre algo mais e nenhum dos nossos amigos sabiam ainda. Pra eles ela estava sumida para resolver as coisas definitivas de sua mudança e transferência enquanto procurava alguém para dividir o aluguel. Foi inesperado tê-la beijado na festa de formatura e mais inesperado ainda que ela me procurou depois. Elena era madura e tranquila, uma novidade para mim. 

- Já pensou se o Paulo não aceitar?- ela grita lá do banheiro.

- Se ele não aceitar eu não gostaria de estar na pele do Pablito.

Um mês atrás Pablo pediu para ajudarmos com um pedido de casamento e todas aceitamos prontamente. Ele queria que esse pedido fosse feito durante o piquenique das cores que foi onde eles se conheceram. Ele faria um pequeno show com a ajuda dos amigos e do grupo organizador do evento.

Elena e eu nos arrumamos e fomos no carro do meu pai para a Pedra da cebola. Chegamos para socorrer as meninas, Marina e Luciana tentavam acalmar o Pablo. 

Paulo:

Ir para o piquenique das cores era algo que eu gostava muito de fazer, mas hoje eu não estava a fim. Pablo não dormiu aqui para me animar, Gisele ta ocupada com sua recente amizade com Elena (que para mim tem outro nome) e minha Mar está ocupada com a inscrição pra faculdade e a Luciana barra incógnita já que ela não sabe o que elas são, ops na verdade são amigas. Manuela não é minha pessoa favorita no mundo e por fim Luiza reprovou e foi morar com os avós no sul do estado onde não pega celular. Não tem graça ir sozinho pra Pedra.

Quando cheguei na pedra eram 16:30, Manu estava no portão conversando com um boy desconhecido.

- P. Não sabia que você estaria aqui! - ela me abraçou.

- Eu que não sabia que você estaria aqui amor. - ela sabia que eu não gostava dela né?

Ela ficou tagarelando sobre cabelo e unha e me acompanhou para o que parecia o dia mais chato da minha vida.

Pessoas estavam sentadas no gramado, bandeiras com o arco íris estavam espalhadas na grama e casais riam e se beijavam, só o de sempre.

- Ei, Paulo!- um garoto chamado Gustavo que eu conhecia como amigo do Pablo veio me encontrar - cê demorou cara.

Ele me deu um tapinha nas costas e me deu uma rosa e um papel que eu desdobrei e nele estava escrito:
Se eu te entregar meu coração, você cuidará bem dele?
P.

Pablo? O que ele estava fazendo? Será que finalmente me pediria em namoro? Já que estamos namorando sem ninguém ter feito o pedido...

Já animado comecei a andar mais rápido e outra pessoa me interceptou com outro bilhete e uma rosa:
Sorria, eu amo o seu sorriso.
P.

Sem medo de amar (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora