Sem medo de amar (Romance Lésbico)

Capítulo 3

Paulo:

Um mês inteiro passou depois que Pablo me pediu em casamento e finalmente Abril chegou, e junto com Abril vieram os problemas, meu contrato de trabalho acabou e ai eu usaria o horário vago para fazer curso, estudar a tarde e fazer o pré vestibular a noite; o problema em si envolve à minha cerimônia de casamento, o meu noivo, a minha futura casa e meus pais/sogros. Pablo e minha mãe planejaram tudo: o lugar que será surpresa para mim e a mãe da Marina é quem realizará a cerimônia, ela é juíza e tal tem autonomia para isso, o pai dele vai nos dar um apartamento mobiliado decorado a meu gosto, minha família está me dando uma atenção exagerada e isso não está me agradando muito. Não é culpa minha se eles querem recuperar o tempo perdido comigo antes que eu saia de casa, e o Pablo é um verdadeiro príncipe, atencioso e paciente, ele realmente ganhou o afeto dos meus pais e os dele me tratam como um filho, ainda não definimos uma data, quero me formar primeiro. Mas alguma coisa estava me incomodando, e muito. Eu não sorria com tanta freqüência e parecia sobrecarregado com tanto planejamento e curso + estudar + curso, meu noivo trabalhava aos sábados e só sobrava o domingo para vê-lo ou apenas falar com ele, estava noivo a um mês e já estava a beira da loucura. Uma mensagem da Marina interrompe meu blá blá blá  mental:
- migo, emprestei meu apartamento para a festa de aniversário da Lu neste sábado. Preciso de você lá.
Obs: a presença do Pablito é fundamental. Beijos.

Não posso evitar de sorrir ao ler a mensagem de Marina já que ela tinha muito ciúme daquele apartamento e ia emprestar para alguém quase estranha, é obvio que ela precisa da minha presença para dar coragem para investir na Luciana de novo. Por mim ela desistiria mas ainda tenho esperanças de que a Luciana enxergue que tem uma super girl nas mãos.

Gisele:

Eu e Elena chegamos à festa da Luciana e fiquei surpresa no que o apartamento discreto e confortável da minha amiga havia se transformado: uma boate adolescente.

Os móveis da sala desapareceram, tinha pufs espalhados nos cantos, um carpete xadrez enorme no extremo esquerdo do AP próximo a porta do quarto da Marina que servia de pista de dança vários desconhecidos se balançavam ao ritmo de

Pagode, encontrei Luciana na cozinha conversando muito proxima de uma menina loira que não me era estranha, ela se afastou da menina quando me viu:

- Nossa, que bom que vieram. - ela disse me abraçando.

- Não perdemos uma festa. - eu respondi desejando felicidade e entregando o meu presente, a Elena entregou o dela e saiu sem dizer uma palavra se quer. Ela abriu o presente da Lena e tirou uma camiseta preta que dizia: Eu nunca disse que prestava.

E eu ri, achei que Elena fosse se comportar. Luciana não parece achar tão engraçado mas agradece pelo presente e vai ao quarto de Marina para guardar.

E com isso eu esqueci de perguntar onde Marina estava, peguei um refrigerante com o garçom e fui atrás da Lena.

Encontrei ela com os rapazes e Marina:

- Não acredito que emprestou o seu AP pra ela e não me emprestou daquela vez. - vou logo reclamando quando chego perto deles.

- Suas intenções eram impróprias. - ela retrucou me mostrando a língua.
E realmente eram pensei, era para passar a noite com minha ex.

- Qual é dessa cara de culpada Gi?- Elena perguntou me deixando vermelha.

Os outros me olhavam com uma expressão desconfiada que dizia " que clima é esse? " e " que intimidade em ", esses eram meus amigos, extremamente perspicazes. Eu não sabia o que responder e o Paulo deve ter entendido pois mudou de assunto:

-E então Marina, o que deu de presente pra Lu?

Marina olhou pra ele com uma expressão derrotada e suspirou:

- Vou entregar mais tarde - diz simplesmente, como se não quisesse falar sobre.

- Mas o que é? - Pablo pergunta obviamente sem entender a mensagem.

-  É uma pulseira. - responde normalmente.

Fico surpresa por ela não ter sido grossa, o Pablo tem uma carinha de cão sem dono. Impossível destratar.

- E tem algum significado? - agora Elena não segurou a língua.

- Tem uns pingentes, número 18 em 3D, um chapéu de formatura, vênus, uma nota musical e uma mãozinha.

- O dezoito é a idade, o chapéu é que esse ano ela vai se formar, mas os outros eu não entendi. - Paulo pergunta inocentemente.

- É verdade, a mãozinha? - pergunto.- Não é de sexo, é? 

Marina fica vermelha e se levanta.

- Vocês são intrometidos. - ela reclama e vai para a cozinha.

Marina on:

Eu estava nervosa, e toda aquele interrogatório dos meus amigos estava colocando a minha paciência à prova, sacudi a cabeça e respirei fundo antes de enviar a mensagem que estava em rascunho á horas:

- Luciana, pode me encontrar no terraço? Seu presente está comigo.
M.

Assim que a mensagem foi enviada, meu estômago começou a revirar, alguma coisa ia dar errado.

Ela responde um " estou indo " engulo o medo e conto 20 minutos antes de ir atrás dela. O elevador sobe dois andares e abre as portas, eu saio.

Meu coração para

Volta a bater,

Para de novo.

Nem precisava sair do elevador, á exatos 20 metros de distância uma Luciana está beijando uma garota loira, as luzes de led coloridas iluminam todo o terraço e dão um ar romântico. Contendo as lágrimas que já queimam os meu olhos eu bato palmas.
Obviamente que existiam coisas menos estúpidas para fazer naquele momento mas não pude perder a oportunidade de me constranger.

Luciana se vira assustada, o rosto é uma máscara de reconhecimento:

- Descul..

- Beleza, seu presente. - aperto o botão do elevador antes de me aproximar e entregar a caixinha à ela. Volto correndo para o elevador rumo ao térreo, para o estacionamento. E sozinha naquele elevador eu permito que as lágrimas se libertem e os soluços tomem conta de mim. E o único pensamento que tenho é:
Eu mereço isso, mereço isso por não ter desistido antes.

Olá meninas, venho dizer apenas que não queiram me matar, amo vocês
Beijos no coração.