Capítulo 17

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Capítulo dedicado à @Luuh_Lopes porque ela ama ser marcada nas coisas hahaha mentira! Quero agradecer pela ótima ideia que me ajudou a escrever este capítulo, obrigada Lu, você é demais! E para quem não reconhece o título do capítulo: " sonho de uma noite de verão " é que eu estou fazendo referência à obra de Shakespeare que leva o mesmo nome, uma história que para mim ( uma romântica  Shakespeariana ) é muito bonita, tratando dos desencontros e das coisas que as pessoas são capazes de fazer por amor, a referência em si é sobre a inversão que eu fiz na narrativa dos nossos amados casais. Espero que gostem.
Beijos no coração! 

Elena.

- Não, Gi, eu não vou passar no mercado de novo porque é a sua vez, folgada. - repito pela terceira vez no dia.

- Poxa amor, você disse que ia cuidar de mim. - Reviro os olhos mentalmente para a chantagem dela. Já estamos em Julho, ainda o início do inverno, e Gisele, como uma pessoa com imunidade baixa, sofria com a estação.

- Sorvete não vai melhorar a sua gripe, Gisele! - tento controlar a impaciência - Eu preciso desligar agora antes que eu sofra um acidente e te deixe solteira.

- Ai que horror! Se não queria passar no mercado era só dizer, dirija com cuidado, te amo!

- Tem outro jeito de fazer você desligar o telefone? E não esqueça de tomar água, Gi, te amo!

Ela bufa antes de resmungar um tchau, que namorada mais mimada a minha. Sorrio com esse pensamento, Gisele realmente tinha grande pretensão ao drama e era incrivelmente mimada. Sua presença me faz muito feliz, mas ainda estamos aprendendo a lidar com nossas diferenças. Gisele odeia dar certeza das coisas, mas sempre precisa ter que certeza de tudo ou ela não se envolve. É impressionante. Ela odeia o fato de que eu tenha um passado do qual não falo muito, coisas intimas minhas, coisas com as quais ainda estou aprendendo a lidar fazem ela se sentir insegura. Conviver com ela sob o mesmo teto certamente não facilitava as coisas. Aprendizado exigia tempo, mas por estar sempre juntas a gente acabava apressando as coisas.

Passo direto pelo meu trabalho, falei para eles que precisava de um dia de folga para cuidar da Gi e para ela bem, eu disse que ia trabalhar. Algumas mentiras são necessárias.

Encontro uma vaga próxima a entrada do Café Arrumado uma das melhores cafeterias desse fim de mundo. Só espero estar fazendo a coisa certa.

Entro correndo para fugir da chuva e sorrio ao ouvir o familiar sino da porta que anuncia a chegada ou saída de alguém, tiro o casaco úmido e sinto minha pele se arrepiar sob um olhar muito familiar que fazia meu estômago se comprimir de raiva.

- L. Você está linda. - Milena disse levantando-se para me cumprimentar.

Mordo o interior da bochecha para evitar falar uma besteira. 

- Milena. - cumprimento apenas com um aceno rejeitando a sua mão estendida, o que não faz seu sorriso caloroso vacilar.

Nos sentamos e uma garçonete de sorriso afetado e batom no dente vem a nossa mesa:

- Querem fazer o pedido? - ela fala de forma mecânica, sinto simpática pela pobre mulher.

- Quero .um café grande adoçado e um copo de leite separado - tento falar o mais docilmente possível sem soar extremamente falsa e acrescento - Por favor.

A garçonete parece não dar atenção alguma à minha tentativa de ser simpática e anota o pedido e antes de se voltar para Milena.

- Chá adoçado, por favor- Milena fala sem olhar para a garçonete, o olhar fixo em mim o que me deixa envergonhada e me leva a brincar com os palitos na mesa.

Sem medo de amar (Romance Lésbico)Onde histórias criam vida. Descubra agora