Sem medo de amar (Romance Lésbico)

Capítulo 6

Paulo on:

Quarta feira, Pablo não me procurou e eu que não ia atrás dele, eu não sei o que pensar sobre as coisas que ele me contou: ele teria um filho e queria trazer para morar conosco, mas não havia me contado sobre o bebê que está prestes a nascer, o que fazer? Precisava das minhas amigas mas era semana de eletivas para Gisele e Elena e Marina ia começar a optativa do curso e eu simplesmente não podia deixa-las preocupadas comigo agora e essa também é minha última semana para apresentar a minha proposta de desenvolvimento de jogo e se não fosse aceita eu estaria fora do meu amado estágio e mais distante do meu sonho. Suspiro e na frente do espelho tento recitar meu discurso:

- ... O jogador poderá montar seu propio avatar e escolher uma raça, as raças serão divididas em 5 físicas e 5 mágicas, magos, fadas, guerreiros ao escolher uma dessas raças ele será enviado à uma espécie de vila e poderá duelar com jogadores de outras vilas para conquistar território e destravar habilidade, podendo usar um golpe especial quando a barra de estiver completamente carregada e essa será encontrada abaixo da barra de hp... - fiz uma pausa para olhar o papel, droga, eu nunca vou conseguir falar tudo sem ler o papel..

Eu estava muito nervoso, a irmã da Marina fizera a arte do jogo para mostra e tinha ficado ótima, na pratica eu havia montado todos os comandos para cada uma das raças e gostei do resultado, mas estava com medo, medo de que eles me achassem muito nervoso ou que o projeto ficasse muito caro e não pudesse ser colocado em prática para construir o jogo teste. Amassei o papel e joguei no lixo, ia escrever outro!

Mas meus pensamentos estavam longe dali, em coisas que eu não conseguia decidir se eram boas ou ruim...

Eu não poderia me concentrar enquanto não acertasse as coisas com Pablo e para isso eu precisava abrir mão do orgulho e ligar para ele. Peguei o celular e antes do primeiro toque eu desliguei, não deveria depender de mim.

Marina on:

Acho que o destino finalmente decidiu sorrir para mim, mesmo para um um dia chuvoso eu me encontrava sorridente ao dirigir para a primeira aula optativa do ano, Luciana não queria ter um relacionamento sério, mas uma amizade colorida ela poderia me oferecer e assim estávamos sendo "amigas" nos últimos dias. Ela dormiu na minha casa até terça a noite quando precisou ir pra casa.. Estava tão distraída com meus pensamentos que quase atropelei alguém quando virei bruscamente para o que eu gostava de chamar de atalho para a faculdade. Parei o carro quando a pessoa se jogou na calçada e desci para ajuda-la.

- Você está bem?- perguntei ao me aproximar e minha preocupação se esvaiu quando eu notei quem era: Thalia.

- Estou encharcada cara, tinha que ser você né, aposto que fez isso de propósito - ela não aceitou minha mão e se levantou desajeitada limpando a calça que estava suja de lama, o guarda chuva dela quebrou e eu pensei que se ela não me odiava antes, agora certamente odiava.

- Me desculpa, eu estava distraída.

Aqueles olhos verdes que parecem querer minha cabeça em uma bandeja se voltam para os meus e ela ri seca:

- Claro que estava, deviam tirar sua carteira de motorista. Na boa.

- Até concordo com isso, mas até segunda ordem eu ainda posso dirigir. Quer uma carona? Você está toda molhada...

- É o mínimo que você pode fazer por mim, não é? - mais um daqueles olhares que te obrigam a desviar os olhos de tão intensos.

Entro no carro e abro a porta do carona pra ela.

- Olha eu moro à duas ruas daqui, me leva lá e a gente chega na faculdade a tempo.

Faço o contorno e vamos para a casa dela:

- Você vai me esperar. - ela diz já saindo do carro e deixando a bolsa dela no banco.
Menina mandona, encosto na calçada e espero ela voltar, na certa chegaríamos atrasadas. Opa, ela também iria pra optativa? Ah, por favor, não!

Olho a hora no painel: 18:50. Droga, faltam 10 minutos. Ligo o rádio do carro e conecto o pen drive, ela volta quando já são 19:00:

- Desculpa a demora, estava tentando achar outro guarda chuva - ela fala num tom que diz " se você não tivesse quebrado o meu ".

Pego o meu no banco de trás e entrego a ela:

- Pode ficar com esse.

Ela aceita e seguimos em silêncio, dias de chuva tem trânsito e esse horário é o pior, já estava pensando em voltar pra casa quando percebo que ela estava cantando baixinho e olho para ela, ao perceber meu olhar faz uma careta:

- você gosta de italiano? - me pergunta.

Balanço a cabeça negativamente:

- gosto dessa música.

- C'è qualcuno che mi sente Tutto quello che mi prende.. - ela continua cantando e eu entro numa rua qualquer quando o sinal finalmente abre e conseguimos chegar na faculdade 19:30.

Paro na minha vaga de sempre e ela salta do carro com suas coisas e eu também, íamos entrar no mesmo prédio pelo visto e ela me oferece um lugar junto do guarda chuva que acabei de dar a ela.

- quando alguém te dá uma carona você diz obrigada. - comento seca.

- não quando esse alguém tentou te matar- ela responde estressada.

- Cuidado que da próxima pode dar certo. - retruco num tom sério.

- Eu ainda não esqueci que você roubou minha vaga no estacionamento garota. - ela diz ameaçadoramente, os olhos brilhando, um sorriso maldoso dançando nos belos lábios e sai correndo me deixando na chuva e me obrigando a correr para não me encharcar.

- Que cena brega foi essa? - uma voz que eu conhecia bem demais fala atrás de mim.

- Fernanda, cê não está no prédio errado não? - pergunto com a voz mais fofa do mundo.

Ela joga o cabelo loiro para trás e me deu seu melhor sorriso:

- Sentiu saudades?

Eeeeh, Fernanda está de volta, você gostam dela? Eu gosto hahaha, voltei para dizer que já estava com saudade de vocês. Se gostar da história adicione a sua lista de leitura, clique na estrelinha e comente sua opinião, espero estar alcançando as expectativas de todas.
Beijos no coração!

Obs: a música que Thalia estava cantando é Seduto qua - zero assoluto.
Capítulo não revisado.