A Song For You | Eunwoo

20

— Onde você está? — Eunwoo pergunta casualmente ao telefone.

— Tomando um sorvete numa loja aqui perto. — respondo comendo outra colher da minha delícia de morango. Esse sorvete é fantástico!

— Depois de que você terminar aí, quer ir a um lugar comigo? — ele pergunta e noto incerteza na sua voz.

Será que ele está nervoso?

— Claro. — respondo.

— Certo, eu chego aí em vinte minutos.

— Tá bom. O que a Kelly está fazendo?

— Ela saiu com o Moonbin. — quase me afogo com o sorvete.

— Moonbin? Ela saiu com o...? Desde quando eles...? O que eu perdi?

Eunwoo ri do outro lado da linha.

— Eu também não sei. Mas ele apareceu aqui mais cedo e disse que ia passear com ela. Estou tão surpreso quanto você.

— Ele é um cara legal né? Não vai fazer nada estranho com ela né? Ou sei, levar ela em algum lugar...

— Não se preocupa, ele é um cara legal sim Lisie. — Eunwoo diz com uma risadinha.

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— Ai mds! Olha ali! — Digo não conseguindo conter a animação.

Eu e Eunwoo estamos passeando por um centrinho e eu acabo de ver uma mesinha com aquelas tocas de orelhinha que você aperta e elas se levantam.

— Eu sempre quis experimentar uma! — Começo a andar (correr) em direção a elas.

Nesse processo por empolgação eu acabo pegando a mão de Eunwoo e o puxando junto comigo. Eu não sei em que momento exato eu fiz isso, só percebi quando parei na frente das tocas.

— Ah. — Solto a mão dele envergonhada e dou um sorriso meio sem jeito. — Desculpa.

Eunwoo sorri pra mim e pega uma toca de coelho rosa e coloca em mim.

— Fofa. — ele diz quando aperta o botãozinho e a orelhinha se mexe. Ele está se referindo a toca ou a mim? Ou a tudo junto? — Sorria!

Ele pega o celular e tira uma foto minha. Olho para a mesa e pego uma toca também.

— Posso? — digo me aproximando com a toca e ficando nas pontas dos pés. Ele faz que sim com a cabeça e eu coloco a toca nele.

— Como estou? — ele pergunta sorrindo. Tão fofo que dá vontade de apertar.

— Bonitinho. — respondo com um sorriso.

— Você gostou dessa toca? — Ele pergunta pra mim olhando para minha cabeça.

Balanço a cabeça concordando e então ele compra a que está comigo e a que está com ele. Eu digo que não precisa mas ele diz que gostou também então eu apenas agradeço e aceito.

Nós continuamos a caminhar, os dois com as tocas de bichinho na cabeça.

Depois de um tempo eu começo a rir. É uma cena muito engraçada de se imaginar.

— O que foi? — Ele pergunta.

— Não sei, bem, tudo isso — Faço um gesto para a cabeça. — é engraçado.

Coloco a mão sobre a boca ainda rindo.

— Ah. — ele sorri.

Nós continuamos a andar lado a lado por um tempo, até que de repente a mão dele esbarra na minha, e tudo ao meu redor parece se eletrizar, inclusive eu. Vejo que Eunwoo ficou tenso pelo canto do olho. Talvez se as nossas circunstâncias fossem diferentes, eu teria deixado passar, mas o momento é tão clichê que não consigo aguentar. Quando vejo, já estou explodindo em uma gargalhada.

— O que houve? — Eunwoo diz parecendo verdadeiramente confuso. Certo, ele deve pensar que eu sou louca  agora.

Tomo fôlego e o encaro.

— Bom é que... — me seguro para não começar a rir de novo. — É que isso foi muito cena de dorama. Não consegui me segurar.

Ele levanta uma sombrancelha, mas consigo notar um sorriso se formando em seus lábios.

— O que? Isso? — Ele dá um passo na minha direção e segura minha mão que segundos antes esbarrou na dele. — Ou isso?

Quando vejo ele já passou o braço livre pela minha cintura e me puxou para perto dele, que abaixou a cabeça deixando nossos rostos a centímetros de distância.

Engulo em seco, qualquer sinal da risada de minutos atrás sumiu completamente. Tudo que consigo sentir agora é meu coração quase saltando para fora.

Eunwoo se aproxima ainda mais e sou incapaz de fazer qualquer movimento. Mas antes que qualquer coisa possa acontecer, uma buzina de uma bicicleta que passa por nós quebra o encanto e nós dois pulamos para longe um do outro.

Mesmo assim, meu coração não se acalma e coloco a mão sobre o peito para recuperar o fôlego. O que aconteceu aqui?!

Tenho quase cem por cento de certeza que meu rosto está que nem um pimentão e não sei se tenho coragem de encarar o Eunwoo agora. Meu Deus que vergonha.

O que ele ia fazer?! Ele ia me beijar?! Eu  ia deixar?!

Céus, isso está me deixando louca.

Decido me virar e aceitar a realidade, mas Eunwoo não está mais ali. Onde ele foi?

Segundos depois, ele reaparece com um algodão doce azul nas mãos.

— Oh! Que fofo! — digo quando ele chega perto me referindo ao algodão. Espero que ele tenha entendido. De qualquer forma, meu rosto deve estar vermelho de novo. Droga.

— Eu vi ali, e achei que você fosse gostar. — Ele vai passar a mão pelo cabelo, mas acaba se atrapalhando com a toca. Ele deve ter se esquecido que estava usando.

Eunwoo solta uma risada leve e me entrega o algodão, então nós dois seguimos andando e comendo em silêncio.