Charlie

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-Charlie, você não vai acreditar -Addie estava com um sorriso de orelha a orelha. Há semanas eu não a via tão sorridente e genuinamente feliz.
Nesses últimos tempos eu tentei ser o que ela precisava. O elo forte. Alguém que não deixava transparecer nada ruim, pois sabia que ela já estava mal o suficiente e definitivamente a última coisa que ela merecia era mais um motivo para se culpar.
-O que aconteceu? -fechei a tela no notebook e me virei para ela.
-Eles gostaram -ela respirou fundo antes de prosseguir - gostaram do que eu escrevi e vão fechar o contrato. EU VOU ESCREVER UM LIVRO! -gritou eufórica nessa última parte.
-Ah meu Deus -me levantei para abraçá-la, completamente feliz por ela. - Eu sabia, sabia que ia conseguir, você é incrível!
Ver aquele sorriso, os olhinhos pequenos... Isso faz meu coração se desmanchar.
-Precisamos comemorar -falei
-Alguma ideia? -ela perguntou
Pensei por um segundo e sim, eu tinha uma ideia.
-Na verdade, sim.
Comprei uma garrafa do melhor champanhe que encontrei e andamos até a praia, já estava escuro, a praia estava vazia, a luz fraca da lua refletia no mar.
-Um brinde a você e ao livro que eu tenho certeza que será um sucesso.
Erguemos nossas taças e brindamos. Eu coloquei uma música baixa no celular e fiquei mexendo no cabelo dela enquanto conversávamos sobre todas as coisas que queríamos viver daqui para a frente, chegando a conclusão de que nada havia sido fácil, mas não é essa a graça da vida, ser fácil. A vida está para ser vivida e temos que aceitar seus momentos ruins para dar valor aos bons. Addie sabe disso melhor que ninguém.
-Ei, podíamos nadar, que tal? -ela me olhou com um sorriso malicioso e eu não tinha como dizer não para aquilo.
E também depois de algumas taças de champanhe você cria coragem para qualquer coisa.
Tiramos nossas roupas de cima decidimos encarar o gelo daquela água. Bom, eu encarei. Ela ficou rindo enquanto eu mergulhava aos berros em uma onda, e quando eu percebi voltei voltei aos raso e peguei ela no colo, corri até o fundo mergulhando nós dois.
-Você não presta, Gillespie -ela disse tirando o sal dos olhos
-Você que não presta, Scott -segurei seu rosto. -Amo você, muito.
-Também amo você
As ondas quebravam e atravessavam nossos corpos balançando enquanto nossos lábios se tocavam. Ela estava salgada e molhada. Minhas mãos percorriam suas costas sob a luz da lua, ela estava com uma lingerie branca, e mesmo com a minha visão afetada, com certeza ela estava mais gata que nunca.
Depois de sair da água nos secamos mais ou menos e caminhamos de volta para o apartamento, estávamos altos, muito altos, mal conseguimos abrir a porta de casa e entrar no chuveiro. Mas estarmos, a água caia sobre nós, as mãos delas estavam envolta do meus pescoço, ela me olhava com aqueles olhos lindos e brincalhões. Me desafiando. Desci minha boca distribuindo alguns beijos na sua barriga e voltei segurando suas pernas enlaçadas no meu quadril. Era muito bom o som dela gemendo no meu ouvido. Era muito bom estar dentro dela. Mas era melhor ainda ser dela. Todo dela. Como eu sempre fui. E sempre serei.

ALWAYS BEEN YOU | CHARLIE GILLESPIEOnde histórias criam vida. Descubra agora