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    Wei Wuxian estava na aula junto a Lan Xichen, este ensinava sobre algumas poções medicinais e aquele dava algumas dicas sobre talismãs e feitiços.

    Enquanto os juniores copiavam alguns coisas, Wei se aproximou do cunhado e sentou-se ao seu lado.

– Como está o seu cortejo?

– Está ótimo, Jiang Cheng é um bom alfa.

– Nunca pensei que era possível essa frase ser dita com seriedade. Brincadeira! Jiang Cheng é alguém muito bom, apenas foi muito negligenciado e eu fui responsável por boa parte disso. – Wei comentou pegando sua chenqing girando-a nos dedos.

– Como assim?

– Depois que o tio Jiang me tirou das ruas e me levou para Yunmeng, eu fazia tudo para me tornar um bom discípulo para ele ver que ter cuidado de mim não era uma má decisão. Só que ao mesmo tempo ele não prestava tanta atenção do A-Cheng e nada que ele fazia parecia o suficiente, mas a verdade era que Jiang Cheng sempre foi bom, sua personalidade que é um pouco dura, você é o único que consegue quebrar essa casca. Não conte a ele que eu te disse essas coisas. – Wei disse em um tom baixo.

– Não vou falar, não se preocupe. E quanto a você e Lan Wangji?

– Estamos muito bem, obrigado. – O patriarca respondeu antes do cunhado fazer alguma piadinha.

– Quando vocês vão se casar seguindo a tradição do clã?

    O patriarca jogou os ombros para trás e apoiou os punhos no chão olhando para cima.

– Postura mestre Wei.

   Wei Wuxian voltou a sentar corretamente e sorriu torto.

– Irmão Xichen, nós já somos casados, eu carrego a marca dele e ele a minha, quer ligação maior que essa? Então olha o Sizhui. – Wei comentou apontando para o filho.

    O junior, ao notar que Wei apontava para ele, perguntou:

– Algum problema mestre Wei?

– Oh não, desculpe. Pode voltar a fazer sabe-se lá o que estiver fazendo.

    O garoto voltou aos seus afazeres e seu pai encerrou o assunto com ZeWu Jun.

    Depois da aula o ômega aproveitou sua deixa e sumiu indo para a parte de trás dos Recantos da Nuvem. Ajoelhou-se na beira do fluxo do rio e molhou seu rosto, respirou fundo olhando para cima antes de abaixar a cabeça e fitar seu reflexo nas águas que aos poucos parava permitindo que o ômega se visse.

– Mo XuanYu, eu só queria que você me dissesse uma única vez, esse corpo é seco? Mas você sequer existe mais, eu só queria saber se eu posso ter um filho. Eu amo o Sizhui, meu primeiro filho, eu perdi as partes mais importantes da vida dele. Eu sinto falta de cuidar daquela criança. As vezes, quando estou dormindo o Lan Zhan apoia sua mão em minha barriga, o que me faz pensar que esse lema de todo dia é todo dia seja como um modo de fazer com que eu lhe dê mais filhos.

   Olhou ao redor para ter certeza que não havia ninguém o observando e ao constatar que ainda estava sozinho, na verdade alguns coelhos pulavam em um canto ou outro, voltou a olhar seu reflexo.

"Agora está tudo tão bem, nos seus respectivos lugares, está dando tudo tão certo que dá até medo de algo dar errado. Será que isso é o que vai dar errado? Eu queria nem que fosse só mais uma vez ter um pequeno bebê em meus braços, meu ômega clama por isso e eu sei que o alfa do Lan Zhan também. Por que algo sempre tem que dar errado? Por que eu não posso ter alegria uma vez na vida sem tudo desmoronar?"

    Wei Wuxian soluçou e tentou bloquear qualquer som que seu choro causasse. Ouviu o barulho de passos, então enfiou as mãos na água e jogou em seu rosto. Quando retornou a posição inicial o jovem o abraçou, bastou sentir o cheiro de conforto que aquele alfa emitia e Wei sabia que não precisava se preocupar.

– Como achou aqui?

– HanGuang Jun está te procurando, ele sentiu pela marca que você estava mal e eu também tive essa sensação. Vem, saia de perto da água.

    O pequeno Lan ajudou o pai a se levantar e andarem até uma árvore que abrigava alguns coelhos, os dois se sentaram ali.

– O que aconteceu mestre Wei?

– Ah Sizhui, não é nada. – O ômega disse arrancando pequenos pedaços de grama.

– Ninguém chora por nada. Aconteceu alguma coisa entre você e HanGuang Jun?

    Wei riu e negou.

– Lan Zhan criou um jovem tão bom e atencioso, Jin Ling certamente tem sorte por ter você como alma gêmea.

– Eu que tenho sorte. Espero que eu e ele possamos ter um amor tão forte que nem você e o pai Wangji. – Lan Sizhui falou tão naturalmente que nem notou como havia dito.

– Eu realmente o amo com tudo que eu tenho e sou.

    O jovem alfa sorriu e chamou um coelhinho que o ignorou.

– Qual o problema?

– Sizhui, nem sempre as coisas vão ser como a gente quer e isso é chato demais. Você acha que se eu não tivesse feito tudo que fiz, eu poderia ter sido um bom pai para você? – Wei Wuxian indagou esperando a resposta que fosse do mais jovem.

    Sizhui estendeu suas mãos recebendo as do mais velho.

– Não se preocupe, você é um pai muito bom, sei que nunca falei, mas eu fico mais que feliz de ser seu filho e do Lan Wangji.

    Wei fechou os olhos e sorriu antes de puxar o filho para um abraço apertado e demorado.

– Eu te amo tanto A-Yuan.

– Eu também te amo papai.

Especialmente para a Kyume-chan e para a Lunamioneginny

Wuji (WangXian) ABOOnde histórias criam vida. Descubra agora