CAPÍTULO 17

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Apaixonado.

Eu estava apaixonado.

Quando aconteceu? Quando deixei que o sentimento me invadisse de tal forma que acabou ficando sem volta?

Vivi como um lobo solitário durante anos, somente sobrevivendo, sem me dar conta de que os dias estavam passando e a vida também. Vivi à deriva, sem saber o que me esperava. Então encontrei Sanem e tudo fez sentido. Tudo tomou forma e cor. Porque era ela. Ela era luz e todo o significado de vida.

Sanem também era cura.

Pois depois de anos vivendo com um coração partido, ele finalmente parecia se reconstituir.

Nunca pensei que poderia acontecer, mas bastou vê-la para meu mundo ruir. Para as paredes que construí ao meu redor desabarem.

Ela dizia que eu tinha uma alma bonita, mas não era a verdade. Minha alma era sombria, mas quando estava ao lado dela, se tornava fluorescente, apenas porque a luz que ela emanava também me invadia.

Agora, por exemplo, me encontrava sozinho em meu barco. Sorrindo lembrando dos nossos momentos juntos, mas aí eu cometi o erro de ligar meu celular e pronto! Tudo escureceu porque a chamada veio imediatamente.

— Você precisa parar de desligar esta porcaria de celular, Can Divit! – a exclamação veio do outro lado da linha assim que atendi. – Em qual buraco você está?

— E no que isso te interessa, Emre?

— Papai está no hospital. Isso te interessa? – ele perguntou acidamente.

Meu coração perdeu a batida diante de suas palavras. O meu pai sempre seria a pessoa mais importante da minha vida. Ele era incrível e não se opôs quando decidi zarpar sem data para voltar. Ele entendeu que meu coração estava partido e que eu precisava de um tempo longe. Papai nunca me ligava, mas eu recebia suas mensagens de conforto e compreensão sempre que ligava o meu celular.

— O... O que aconteceu?

— O pulmão dele. – suspirou. – Você sabe, anos fumando, o cuidado inexistente... Enfisema pulmonar grave e ele não está mais respirando sem ajuda. Em resumo é isso! – ele falou como se estivesse dizendo que o tempo estava ruim.

É verdade que Emre sempre foi grosso e sem sentimentos, principalmente com sua cisma de que meu pai me amava mais do que a ele. Como era imbecil pensar nisso. O velho construiu um mundo ao nosso redor e nunca deixou faltar amor nem afeto. Pelo contrário.

— Eu...

— Olha Can, eu entendo você e suas malditas razões para partir. Mas papai está mal. É hora de voltar.

Nunca seria hora de voltar.

Eu não queria voltar.

Principalmente agora que encontrei, finalmente, um motivo para ficar.

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