Sempre fui ciente do que eu queria e mais ainda das minhas decisões. Dúvidas quase nunca faziam parte da minha vida. Sempre soube para onde iria e o que faria. Desde criança agi assim.
Agora estava eu, após uma noite praticamente insone, sem saber se zarpava da ilha Ahmet ou se ficava ali para ver flores.
Flores!
Eu, um homem livre, desimpedido e aventureiro, querendo ver flores.
Sabia que não eram exatamente nas espécies delicadas que eu queria colocar os meus olhos. Mas, em contrapartida, aquele era o pretexto.
A parte consciente de mim, aquela que me regia quase que absolutamente em todos os meus passos me dizia: vá embora, vá embora... Contudo a mínima parte irracional, esta que nunca dava as caras e era muito pequena para ser vista, implorava para que eu ficasse. E por mais que fosse minúscula, foi ela que ganhou na disputa da consciência.
Não levantei âncora e o motor do barco encontrava-se desligado.
Fiquei.
E lá estava eu, em frente à pequena e rústica casa. A necessidade de vê-la era maior que tudo. Algo que crescia um pouco mais a cada minuto longe dela.
Havia decorado o caminho até ali, já que eu sempre fui muito bom em me localizar.
Apertei a campainha e esperei. Havia saído cedo do barco e não a vi pelo porto, no local do dia anterior. Deduzi que poderia estar em casa. Torci para que estivesse.
— Can! – a surpresa de Sanem ao me ver ali em frente me deixou com o coração acelerado. – Você veio.
— O jardim foi muito bem elogiado, vim conferir. – dei de ombros, vendo um sorriso surgir em seus lábios. – Tudo bem por você?
— Evet! – assentiu, para enfatizar.
Ela era aparentemente doce demais e muito encantadora para seu próprio bem. Sanem não precisava abrir a boca para ser notada como uma pessoa totalmente agradável. Ela era natural.
— Por favor, entre. – abriu passagem e eu ultrapassei o portão.
Mesmo que eu não fosse o maior admirador de flores, fiquei insanamente encantado com o que vi a minha frente. Parecia um jardim de filme, tirado dos sonhos, recriado milimetricamente. Fiquei encantado como a natureza estava em sua força total ali, e o melhor tudo, muito bem cuidada.
Havia flores dos mais variados tipos e cores. Era lindo de se ver, exatamente como o sorriso que me deparei quando olhei para o lado.
— E então? – ela perguntou em expectativa.
— O que falaram não faz jus a essa beleza toda. – encarei-lhe, sinceramente.
— Jura?
— Com certeza. – assenti, olhando em volta. – É tudo muito bonito, Sanem. Lindo, de verdade. Você faz um ótimo trabalho por aqui. – voltei a olhá-la.
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Quando te vi
FanfictionUm forasteiro, uma nativa e uma pequena ilha que é palco para uma veloz atração e ardente paixão. Sanem Aydin cresceu e se criou na pequena ilha Ahmet, próxima a cidade turística Fethiye. Vivendo sozinha em sua pequena casa com um enorme jardim e um...