CAPÍTULO 16

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Suspirei, sentindo uma ansiedade não tão boa crescendo em mim e sem saber se era seguro compartilhar uma parte ruim da minha vida com ele

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Suspirei, sentindo uma ansiedade não tão boa crescendo em mim e sem saber se era seguro compartilhar uma parte ruim da minha vida com ele.

A fome havia sumido do meu estômago, dando lugar a uma ansiedade ruim e crescente. Engoli em seco, sentindo o bolo que se formou na minha garganta descer e constatando o quanto ela estava seca, enquanto meu coração acelerava.

Olhei para a fotografia que ele ainda ostentava em sua mão enquanto se aproximava de mim.

— A mulher se parece tanto com você... – ele observou, olhando para a imagem também. – Só posso acreditar que é sua mãe sim. E o homem, bom, você tem o sorriso dele.

Quis sorrir em meio a sua constatação enquanto meu peito parecia um furacão revolto, com o coração batendo tão forte que eu achei que escaparia de dentro de mim a qualquer instante.

O misto de saudade e dor me invadiu sem volta e eu senti os olhos arderem, enquanto ficavam úmidos. Eu não queria chorar, mas os sentimentos tinham um efeito dominó dentro do meu corpo, caindo em progressão. Sem volta.

— São os meus pais. – me ouvi falando, enquanto a garganta ardia. – Nessa foto minha mãe estava grávida de mim. – murmurei e o encarei.

— Ah, sim, posso ver agora a pequena barriga. – examinou a foto, tirando-a do meu campo de visão. – Sua mãe parece radiante.

— Parece sim. – concordei.

— Onde eles estão agora?

— Se existe um céu, devem está por lá. – falei, franzindo o cenho.

— Sanem... Eu sinto muito. – Can sussurrou.

— Está tudo bem... Faz muito tempo.

— Se eu levar esses olhos molhados em consideração, acredito que nem tudo está bem.

Então senti sua mão cálida e pesada de encontro ao meu rosto, em uma carícia leve e delicada. Ele conseguia ser forte e suave ao mesmo tempo. Senti quando limpou meus olhos e eu suspirei, com a saudade queimando em minhas entranhas, ardendo fortemente.

— Eles saíram da ilha para a cidade para comprar meu presente de aniversário e alguns itens para a festa. – sussurrei, lembrando da animação daquele dia. – Eu queria muito ir com eles, mas meu pai não deixou, porque queria que meu presente fosse uma surpresa. – sorri saudosa, suspirando levemente. – Fiquei cheia de expectativa, esperando que eles voltassem o dia todo... – então o encarei. – Eles nunca voltaram.

— Eu sinto muito, bebek. – murmurou.

— Também sinto. Fiquei olhando pela janela o dia inteiro, esperando que chegassem a casa de Ayhan para me buscar, mas não chegaram. A noite chegou e nem sinal deles. Eles nunca haviam demorado tanto, então ficamos sabendo no dia seguinte... Pegaram uma tempestade na volta, no fim da tarde daquele dia realmente começou a chover muito e o mar estava muito revolto, o barco afundou... Os corpos deles nunca foram encontrados, só os restos do barco flutuavam na costa...

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