A ultima vez.

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Liah

Fiquei ali, parada em cima do seu peito, escutando seu coração bater acelerado mais uma vez, admirei sua face, passei meus dedos em seus cabelos cacheados e molhados, enquanto ele me encarava com o sorriso mais lindo que já vi em toda a minha vida. Eu não poderia nunca querer algo a mais do que eu já tenho, as vezes eu me arrependo de não ter dado uma oportunidade a ele antes, eu sei que fui muito imatura naquela época, se eu soubesse que ele me faria a mulher mais feliz do mundo com toda certeza eu teria ficado com ele antes.

- Tá com o pensamento longe, tá tudo bem? - Ele me pergunta enquanto acaricia meu rosto e passa o polegar direito em meus lábios.

- Eu não sei, só estou um pouco preocupada, tô pensando aqui em como deve estar tudo lá em casa, em meus pais, na faculdade e.. - Ele coloca o dedo no meio de meus lábios, calando-me e sorrindo calmamente pra mim.

- Shiii, não vamos falar disso agora, eu tenho certeza que seus pais estão te procurando, quer dizer, eles estão nos procurando né?! - Ele ri pelo nariz enquanto eu belisco seu mamilo, ele geme e eu caio na gargalhada.

- Você tá ficando muito malvada senhorita williams! - Ele fala enquanto me puxa pela cintura para que eu fique de frente para seu rosto, um lindo rosto de um rapaz de 25 anos, com algumas linhas de expressão, com os olhos azuis mais profundos que um dia eu já vi, o mais sincero e doce olhar de um homem que ama uma mulher verdadeiramente.

Então, mais uma vez nos beijamos, um beijo doce, casto, cheio de pureza, assim como nosso relacionamento é, como ele tem sido durante todos esses dias que estivemos aqui nessa ilha, presos sem saber oque está acontecendo no mundo lá fora, sendo somente ele e eu, aqui nesse lugar maravilhoso.

Josh williams

Já está tudo pronto para fazer as buscas de minha filha, o gps do celular ainda estava ligado, então conseguimos rastrear o seu sinal. Avisei ao capitão responsável por essa missão, o mesmo me garantiu que hoje encontraríamos os dois, vivos ou mortos, mas encontraríamos.
Peguei meu carro, chamei Katherine que estava aflita porém aliviada, finalmente essa tormenta iria ter fim e iríamos com toda certeza encontrar minha filha e aquele moleque insolente. Se não fosse por ele ter aceitado fazer essa viagem idiota, nada disso teria acontecido. A culpa é toda e exclusivamente dele. Eu não vou perdoa-lo se algo acontecer a Liah.

Pego meu carro, adentro, respiro fundo, apertando minhas mãos ao volante, Katherine acaricia meu rosto sorrindo pra mim, eu poderia sentir a alegria que ela estava sentindo de finalmente poder achar nossa única filha, eu tinha dentro de mim que ela ainda estava viva e que voltaria pra casa com a gente. Dei a partida no carro, apreensivo, havia tanto tempo que não dirigia desde quando o Senhor Sam assumiu a direção do mesmo, nunca mais me preocupei com isso.

Cheguei no saguão de embarque da marinha, o capitão responsável juntamente com paramédicos e bombeiros já estavam lá nos aguardando. Esses cuidados eram necessários caso eles precisem de uma remoção para o hospital.

O Capitão Joson trevis, responsável por essa missão arrumou dois aviões de grande porte para que pudéssemos chegar lá em segurança já que a viagem seria de muitas horas.

Entramos no mesmo, estávamos ansiosos para poder encontrar a nossa menina, estávamos com saudades dela e ao mesmo tempo com medo de que algo muito ruim tivesse acontecido. Meu coração estava apertado mas confiante que iríamos encontrar a Liah com vida.

Quando o avião decolou senti um alívio em saber que depois de algumas semanas finalmente eu a encontraria e que esse pesadelo logo iria acabar.

Partimos em direção a tal ilha que ficava a quilômetros de distância de Londres, não sabíamos o nome, não conhecíamos nada do lugar, parecia que não havia habitantes naquela lugar, eu não sei dizer se era possível duas pessoas sobreviverem tanto tempo em um lugar que não tem nada, que é inabitável, é quase que impossível isso acontecer, só em filmes, ou seriados mega produzidos.

Eram exatamente umas 15 horas de viagem até o lugar, a baixo de mim só existia o mar, é mais nada, já estávamos muito longe do nosso país. Cada hora que marcava em meu relógio de pulso, cada minuto que passava, mais eu ficava nervoso, minha perna tremia a todo tempo, todas as vezes que eu olhava para Katherine, percebia lágrimas rolando pelo seu rosto, o olhar distante pela janela procurando por alguma coisa lá fora, a coisa que ela mais estava esperando desde seu nascimento.

David

Liah se levantou, ficando nua em minha frente, eu achei engraçado ela ainda sentir vergonha de mim depois de tanto a ver como veio ao mundo, mas esse jeito tímido que ela tem só aguça mais a minha vontade de tê-la toda e exclusivamente para mim. Ela pega suas roupas, seu vestido branco quase transparente deixa um pouco os seus seios à mostra e isso faz com que eu fique mais excitado, mais atraído pelo seu corpo. Eu levanto, pegando minha calça e colocando-a em seguida, chego por trás de Li e a abraço sentindo seu cabelo molhado em meu peito, sentindo o cheiro do mesmo, beijando seu pescoço, os pelos do seu corpo ficam eriçados, eu sabia como deixá-la querendo mais de mim.

Viro-a em minha direção e a beijo novamente, ela se desvencilha de meu abraço apertado, sorrindo, pega em minha mão. Nossos dedos se entrelaçam perfeitamente, como é bom amar essa mulher.

- Eu tô com fome oque você vai fazer pra gente comer? - Ela pergunta enquanto caminhamos em direção a praia abraçados.

- Não sei, oque você sugere? - Pergunto arqueando uma sobrancelha e beijando sua testa.

- Acho que lagosta seria legal! Eu amo lagosta, você sabe né?! - Ela gargalha enquanto faço cócegas em sua cintura.

- Onde é que vou achar lagosta uma hora dessas aqui na praia? Paro de braços cruzados olhando pra ela, com uma cara de que não está muito afim de pescar.

- Ora, você não é um escuteiro experiente? Diz aí você?! - Ela também para e me olha e cruza os braços em cima de sua cintura.

Enquanto eu a puxava pra mais perto de mim para beija-la mais uma vez, ela para e me olha com os olhos abertos e assustados, repousa suas mãos em meu peito, eu fico ali parado sem entender o real motivo daquele susto que ela parecia ter sentido. De repente Li olha para o céu, procurando alguma coisa que eu não sei oque é, ela se desespera, e corre um pouco pra longe me deixando preocupado.

- Oque houve? Tá tudo bem? - Vou até ela e pego em suas mãos que a essa altura estão molhadas de suor.

- Tá ouvindo isso? Consegue ouvir? Parece ser um helicóptero! - Ela se desespera, procurando por todos os lados o barulho que estava ouvindo.

Eu não poderia acreditar no que estava acontecendo, não poderia acreditar que aquele barulho seria de algum avião ou algo parecido, nunca tinha passado nada aqui antes dessa forma, meu coração parou de bater por alguns segundos, meu estômago começou a ficar revolto. Sim, eu também estava escutando o mesmo barulho que ela, e não era algo que eu não conhecia, esse som eu posso decifrar a quilômetros de distância.

Quando em fim, olhei para o céu, para a mesma direção que Liah estava olhando, pude ver dois aviões se aproximando da ilha. Minha garganta fechou, meus olhos começaram a lacrimejar, eu olhei pra ela novamente que já chorava copiosamente.


Eu estava perdendo a mulher da minha vida.

Nove semanas de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora