Reciprocidade II

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David

"Eu a penetrei, foi intenso, algo que jamais poderia descrever, ela estava ali, em baixo de mim, totalmente entregue"

Os dias foram passando, e em todos eles, ela estava ali, diante de mim, eu sei que pode até ser clichê, mas eu não me vejo sem essa garota, não mais. Li passou a ser uma parte de mim, como se ela já tivesse sido antes. Parece loucura, mas é como se ela fosse a outra metade do meu coração. Eu não sabia oque era gostar de alguém, até tê-la pra mim.

A parte mais importante disso tudo é que estamos aqui sozinhos, sem ninguém para nos atrapalhar, para ditar regras, dizer oque temos que fazer, somos só eu e ela e nada mais. Todas as vezes que eu a tenho, que a possuo, sempre me remete a nossa primeira vez, parece que todas as vezes que trocamos oque sentimos um pelo outro na cama, sempre é como se fosse a nossa primeira vez. Há algo intenso, algo que me faz querê-la sempre, um vício que não tem fim, que eu não quero que tenha, nunca.

Eu sou completo quando estou com ela em meus braços, eu me sinto feliz quando a tenho, ali no meu aconchego. Se ela soubesse o quanto a quero, a desejo, o quanto eu iria longe por ela, ela nunca fugiria de mim.

Todos os dias eu a acordo, com um beijo doce em sua testa, com um cafuné em seus cabelos longos e ondulados, com um cheiro suave em seu pescoço, com o carinho de minhas mãos em suas costas. Eu não poderia exigir mais do que eu já tenho, isso pra mim estava mais que satisfeito.

As vezes eu a pegava olhando para o horizonte, longe, pensativa, eu sabia que ela queria continuar aqui comigo, mas sabia que ela também queria ser achada, que queria ir para casa ficar perto de seus pais. Eu me achava um completo idiota, por muitas vezes querê-la só pra mim.

Nós dois nos amávamos todos os dias, e eu não me cansava dela, mas de uns dias pra cá, venho percebendo ela um tanto distante, já tinha uns 3 dias em que a gente não fazia sexo, e isso estava me deixando louco, sufocado. Dormir com ela e não poder possuí-la era definitivamente o fim pra mim.

Estava um pouco frio, dormimos abraçados e sentir o cheiro doce que ela exalava todas as vezes que se juntava a mim era uma tortura porque aquilo me excitava, me deixava duro, com tesão, eu não podia negar que se fosse pra fazer amor com ela o dia todo, eu faria.

Resolvemos deixar nossos celulares desligados para economizar bateria, mas o localizador estava ligado, eu achava isso uma besteira, na verdade, eu não queria que fôssemos encontrados, se eu pudesse ficaria aqui pra sempre com ela, eu já disse isso, várias vezes. Mas ela insistia, era teimosa ao ponto de tomar as rédeas de toda a situação, inclusive do meu coração, ela definitivamente me dominava, e eu gostava, gostava muito.

Eu despertei depois de uma bela noite de sono, mas, ao abrir meus olhos, não a encontrei, sentei na cama confuso, olhei para todos os lados, chamei pelo seu nome, sem resposta.
Fui em direção a janela, olhei, lá estava ela, no local onde havíamos feito uma fogueira, distraída como sempre, olhando para o mar, gostaria de saber oque ela pensava naquele instante. O sol já estava quase indo embora, havia algumas nuvens se formando no céu, a chuva estava vindo.

Caminhei de encontro a minha musa, subi o monte, a fitei com os olhos semi-serrados, sorri de canto, quando dei por mim, ela se virou e me olhou, profundamente, eu sabia exatamente oque ela queria: Ele queria a mim.
Estendeu sua mão direita ao meu encontro, eu a peguei e a puxei, nossos corpos se tocaram, é como uma brasa, senti o fogo subir dos pés a cabeça, me invadir, me incendiar, tomar conta de mim. Eu a encarei novamente, ela também fez o mesmo, e disse que nunca tinha sido beijada na chuva.

Eu a segurei forte pela nuca, ela soltou uma lufada, seu hálito fresco e quente tocou a minha face.

Gostosa, gostosa pra caramba.

Nove semanas de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora