Liah
Caminhamos abraçados, juntos, como sempre estávamos durante todos esses dias, em direção a praia, eu ainda queria tomar um banho morno de mar, já que naquele dia fazia muito sol, queria poder aproveitar mais esse momento ao lado de Davi. Oque mais me deixava aliviada era que ele sempre esteve ali comigo, me ajudando, me compreendendo, dando tudo oque ele podia dar a alguém, tudo oque ele podia ele fazia por mim, por nós.
Eu sei que se realmente fôssemos ficar juntos, ele seria o melhor companheiro que uma mulher poderia ter. Eu sabia que o seu amor era todo e exclusivamente para mim, eu não tinha dúvidas quanto seus sentimentos para comigo.
Então eu parei em sua frente e apoiei novamente minhas mãos em seu peito, ele segurou em minha cintura, e quando nossos lábios iriam se encontrar mais uma vez, olhei para o céu assustada, ouvi um barulho que parecia ser de algum helicóptero se aproximando, me desesperei e corri para longe dele afim de tentar achar de onde vinha aquele som que cada vez ficava mais próximo de nós.
Quando percebi já conseguia avistar duas aeronaves bem grandes se aproximarem da ilha, meus olhos não poderiam acreditar no que eu estava vendo, sim, eles finalmente nos acharam, de longe eu consegui ver meu pai e minha mãe dentro do mesmo, olhei para Davi, não consegui dizer uma só palavra a ele. O mesmo me olhou e pude perceber o desespero vindo de seu olhar, se ele pudesse correr e me tirar dali, ele faria só pra não ter o trabalho de voltar pra casa e encarar a realidade de que não estaríamos mais sozinhos.
Comecei a acenar para eles, quanto mais as aeronaves chegavam perto da ilha, mais meu coração ficava apertado, pois o semblante de David não era o dos melhores, eu pude perceber que ele estava completamente abalado, triste, na verdade ele não queria que nós dois fôssemos encontrados.
Quando em fim os aviões pousaram na areia, vi que meu pai e minha mãe saíram desesperados ao meu encontro, nosso abraço em 3 foi o mais apertado de toda uma vida que já passamos juntos, nunca, em todos esses anos, nunca senti tanta saudade deles como estava sentindo. Um misto de alívio e emoção tomaram conta de mim, enquanto meus pais estavam abraçados a mim e eu chorava copiosamente, David estava ali inerte, parado, olhando para nós, sem saber oque fazer, oque dizer.
Meu pai sorriu e chorou ao mesmo tempo, acho que de alívio por ter nos encontrado, minha mãe não conseguia falar diante de minha presença. Ele segurou meu rosto e deu um beijo demorado em minha testa, eu segurei suas mãos que estavam molhadas de enxugar suas lágrimas.
- Eu sabia que você estava viva! Eu pude sentir isso dentro de mim todo esse tempo! Eu nunca duvidei de que você voltaria para nós! - Meu pai fala, entusiasmado, com um grande sorriso que estava estampado em sua face, naquele instante eu realmente percebi que fazia falta para eles, apesar de toda a diferença que tínhamos em nossa família.
- Eu eu tinha certeza que vocês iriam me achar! Eu nunca duvidei que deixariam de me procurar nem que fosse no último canto dessa terra! - Falo segurando a mão dos dois apertando forte. - Ahhh mãe, vem cá por favor me dá um abraço! Que saudades do seu cheiro, do seu afago! Como senti sua falta todos esses dias!
Minha mãe me olha bem fundo nos olhos, pega em minhas mãos, me repara por completo e me abraça novamente, e eu, eu me derreto em seus braços.
Depois de uns minutos nesse momento família, minha mãe vai me carregando para o avião, enquanto meu pai vai em direção ao David falar algo que não consegui ouvir por conta do barulho que fazia ali. Mas, assim que chegarmos em nosso destino, vou contar tudo a eles, que nos apaixonamos e que vamos ficar juntos.
David
- Isso tudo é culpa sua! Ele se aproxima de mim, colocando o dedo em minha cara, furioso, parecendo um leão faminto pronto pra atacar.
- Culpa minha? Como culpa minha? Eu não pedi pra vir, foi a Liah que insistiu para que eu a trouxesse para essa palestra! Se o Senhor não se lembra, eu tinha um compromisso com meus pais! Eu ia tirar férias, iria passar o natal com eles! E olha onde eu acabei? Aqui! Com certeza eles devem estar achando que eu estou morto!
Ele me olha com mais fura ainda, seus olhos estão vermelhos de um ódio que eu nunca havia presenciado em toda a minha vida.
- A culpa é sua sim! Se você não tivesse aceitado fazer essa viagem idiota, nada disso teria acontecido! Minha filha teria feito a palestra em outra ocasião, não nessa! - Ele grita comigo, por um momento eu pensei que iríamos partir para briga pois era isso que ele queria, brigar por algo que eu não tive culpa.
- Ela me obrigou a vir, oque o Senhor queria que eu fizesse? Que eu dissesse que não? Meu tio sempre trabalhou pra vocês a vida inteira, e ele sempre me disse que vocês nunca aceitavam um não como resposta! Eu não poderia recusar, eu não queria decepcionar meu tio, eu perderia meu emprego, eu precisava dele, foi por ele que eu cheguei até aqui! - Falo a ele me impondo, eu não iria deixar que ninguém pisasse em mim, ferisse minha índole, sempre fui muito honesto com todas as coisas que me propunha a fazer.
- Olha aqui seu moleque insolente, abusado, eu não tolero gracinhas com o nome e honra da minha família! Você foi o grande culpado por tudo isso ter acontecido! Se não fosse por sua incompetência e falta de sabedoria, isso não teria acontecido com toda a certeza! Você não sabe pilotar, não tem responsabilidades, se realmente você soubesse oque estava fazendo a Liah não estaria nessa situação!
Aquelas palavras duras que ele estava me dizendo ali naquele momento só me mostra o quão esse homem é e o quão meu tio estava enganado a respeito dele, ele não tem nenhuma empatia com as pessoas, não sabe tratar bem e sempre o dinheiro falará mais alto do que tudo na vida dele, eu espero que a Liah possa me entender e que de fato a gente fique juntos, pois se depender do pai dela, isso nunca irá acontecer.
- Senhor, eu fiz tudo oque poderia ter feito, graças a Deus estamos vivos, apesar do acidente, estamos aqui e... - Ele me interrompe mais uma vez se aproximando mais de mim, a fúria toma conta de si, e ele coloca mais uma vez o dedo em meu rosto.
- Se de por satisfeito que eu não vou lhe denunciar por tentativa de assassinato! Não quero que chegue nunca mais perto de minha filha! Estamos entendidos? - Ele me ameaça com um tom de voz muito elevado, mas com o maxilar travado, tentando me colocar medo. Eu o olho fundo em seus olhos sem desviar o meu olhar.
- Eu nunca vou desistir dela se é oque está pensando! E seu tom rude ameaçador não me íntimida, se é oque está querendo que eu faça, que eu fique longe dela, pode tirar seu cavalinho da chuva. - Falo firme pra ele, enquanto o mesmo respira fundo, fechando o punho em minha direção, por um instante achei que ele iria me dar um soco em meu rosto.
- Isso é oque veremos meu jovem! - Ele fala enquanto da as costas pra mim como resposta, e caminha em direção a uma das aeronaves.
Um dos paramédicos corre em minha direção, tenta colocar em mim uma manta, mas eu aceno com o dedo dizendo que não é necessário, então ele me conduz até a outra aeronave. A mesma levanta voo indo em direção a Londres novamente.
Lá dentro, eles verificam minha pressão, meus batimentos cardíacos, também percebem que eu estou em ótimo estado, mas, meu pensamento só vai de encontro a ela.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Nove semanas de amor
RomansaQuando o amor acontece, quando o amor verdadeiro surge, nada, nem ninguém pode fazer esse sentimento ser destruído. Duas pessoas, com vidas totalmente diferentes se encontram, se apaixonam. O que mais eles querem é ficar juntos. O destino fará sua p...