Voando para casa.

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Eu entro no táxi, olhos marejados e fixos na janela do mesmo, meu coração está dilacerado, em pedaços, não consigo parar de pensar: Eu deveria ficar e correr o risco junto dela, sem nenhum medo, porque a amo! Como a amo, e, não sei se vou sobreviver a todo esse caos que esse cara está fazendo a nossas vidas, merecemos sim, ser felizes, e ninguém pode dizer ao contrário.

A chuva cai, forte, junto com ela o frio, não estávamos no verão louco que é na Europa, que, hora está quente demais, hora frio, o vento balança as árvores que cercam a residência dos Willians, baixo um pouco o vidro do carro, estava escuro, mas, a luz que estava acesa no quarto dela demostrava que ainda estava acordada. Queria gritar, chamar seu nome alto, mas eu não podia fazer isso, ele me ameaçou, eu tenho pessoas maravilhosas que são os meus pais, esperando por mim, com afeto, amor e carinho, eu não poderia arriscar tudo assim, não agora, nesse momento. Respiro fundo, olhando pela última vez, aquela janela, com meu peito, ardendo de tristeza, digo para o motorista que já era a hora de partimos.

Tento disfarçar, toda a minha raiva, tristeza, sei lá oque eu estava sentindo, quando sou interrompido por uma pergunta.

- Está tudo bem senhor? - Indagou a mim o senhor de barba e cabelos brancos, devia ter uns 60 anos de idade, ou talvez mais, me olhava com uma certa desconfiança.

- Na medida do possível, sim, está tudo bem, só quero ir embora e encontrar com os meus pais, tem meses que não os vejo e estou com saudades dos meus velhos, a propósito, não sou senhor, pode me chamar David, sou um menino ainda. - Sorrio de canto para ele, olhando ainda pela janela do carro, enquanto o mesmo da a partida.

- A velhice está na cabeça e no corpo de quem as aceita rapaz! Eu mesmo não me acho velho, embora meus ossos doem a todo momento. - Ele ri, fazendo com que eu abra um pequeno sorriso também.

- Podemos ir? - Ele me questiona.
- Ah, claro que podemos!

- Tenho certeza que, quem quer que seja, vai procurá-lo o quanto antes. - Ele fala, enquanto eu baixo minha cabeça, respirando fundo.

- Eu não sei, mas espero que, se ela realmente me ama de verdade, vai me procurar, não tenho dúvidas quanto a isso. - Fico em silêncio por uns minutos, e ele me olha pelo retrovisor.

- Porque ela não o procuraria, você parece ser um menino gentil, e ainda é muito bonito, minhas netas iam ficar loucas por você. - Ele fala enquanto tira de mim uma gargalhada.

- Pois é senhor, mas a mim só me interessa uma pessoa, e ela tá lá dentro daquela casa, sem saber de nada do que está acontecendo, enfim, não sei oque será de nós daqui para frente. - Falo a ele enquanto o porteiro abre o portão para que pudéssemos passar.

- Meu jovem, já tive sua idade, e posso te garantir uma coisa. - Ele vira para trás e coloca sua mão em meu ombro. - Tudo, quando eu digo, tudo mesmo que já está designado a você, no seu destino, na sua vida, aquilo que Deus tem para você, chegará a você, não importa quanto tempo leve, se for seu, será seu, se ela está predestinada a você e você a ela, nada disso irá impedir essa união, entendeu? Então não fique triste, se for seu, encontrará um jeito de chegar a você, confia. - Ele pisca pra mim enquanto aperta meu ombro e me dá três tapinhas.

- Eu acredito em tudo isso que o Senhor disse e torço muito para que aconteça o mais breve possível. - Digo enquanto ele ri para mim afirmando com sua cabeça que sim.

Descobri no meio do trajeto que me levava da casa da Liah, até o aeroporto, nome, idade, inclusive a vida do senhor que estava dirigindo para mim. Ele se chamava August, tinha 65 anos, era casado a 40 e tinha duas filhas, bem bonitas por sinal, queria me apresentar a uma, que era quase da minha idade, Jeniffer o nome dela, uma loira de olhos verdes, atraente, falou que ela era meu par, confesso, ela era gata, mas, não era a minha Li, não a menina marrenta, abusada, mandona e prepotente, então para mim, não era interessante, pois eu só tinha olhos para a morena dos cabelos compridos e olhos castanhos claros. Rimos praticamente a viagem inteira dele tentando me convencer a ser seu genro, fui educado, lógico, não queria magoa-lo, agradeci a gentileza de me chamar para almoçar em sua casa, recusei educadamente, e seguimos a viagem até o aeroporto. Foram os 3o minutos que eu mais fui feliz depois de toda aquela tempestade que eu havia enfrentado.

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⏰ Última atualização: Sep 26, 2022 ⏰

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