Nove semanas de amor

Pensamentos

Liah

O nosso coração é um campo minado, prestes a explodir a qualquer momento, não sabia ao certo oque eu estava sentido, fiquei parada ali, sabe-se lá por quanto tempo, olhando aquela porta que estava a minha frente, ele tinha acabado de passar por ela, de sair, meu corpo ficou estático, em choque, paralisado, a energia que emanava do meu peito, subiu para minha cabeça e desceu para as minhas pernas, fiquei bamba, sem reação, meu coração parecia que iria sair pela boca, minhas pernas estavam trêmulas tentando se equilibrar pelos pés que estavam um pouco molhados, a água que escorria dos meus cabelos, passavam pelo meu corpo que já estava em chamas, brasas, com certeza meu rosto e meu corpo queimavam, seu toque em minhas mãos fizerem com que o tesão se aflorasse e que eu ficasse extremamente molhada, querendo ele em mim, queria senti-lo, em mim.
O fogo que consumia meu corpo, o calor, poderia ser sentido a quilômetros de distância, estava exalando pelos poros o cheiro da libido, ele me deixou assim, sem chão, me causou efeitos colaterais que jamais nenhum outro havia causado, eu queria ele, mas tinha medo pois nunca tinha sentido isso antes.

- Li? Tá tudo bem? - Danielle adentra pela cozinha me tirando de meus pensamentos um tanto quanto pecaminosos digamos assim, meu rosto ainda queimava e eu não podia disfarçar oque estava sentindo naquele momento. Ela me pergunta desconfiada e eu tento disfarçar o máximo possível.

- Tá tudo bem sim, eu só me assustei e acabei deixando a garrafa cair! Me desculpe por isso! - Falo passando a mão em meus cabelos que estavam molhados, nervosa, recolhendo os cacos de vidro que ainda estavam caídos no chão. Respiro tentando puxar todo ar que cabia dentro do meu pulmão.

- Deixa que eu faço isso, vai acabar se cortando! Vou pegar uma pá, pode deixar que eu limpo, vá curtir sua piscina! - Danielle fala, divertida piscando pra mim e eu posso garantir, pelo menos eu acho que ela percebeu que eu estava corada e isso me deixa mais sem jeito ainda.

- Tudo bem, eu já estou indo, deixei a Amanda sozinha lá fora, e me desculpe novamente por isso! - Saio, deixando Danielle com a missão de limpar o chão que eu sujei por causa dele.

- Ei, você demorou! Oque houve? Vi o David passando por aqui depressa, aconteceu alguma coisa? - Amanda me pergunta, olhando para o meu rosto, desconfiada e eu só sei gaguejar. Sim eu gaguejo quando algo estranho acontece comigo, quando eu fico nervosa, eu realmente não sei disfarçar minha cara quando algo desse tipo acontece comigo.

- Na.. na.. não aconteceu nada, aliás eu sem querer deixei o suco cair lá na cozinha, Danielle deve fazer outro. - Falo deitando na cadeira e olhando para o céu perdida em meus pensamentos.

- Você tá esquisita isso sim! Ah, já sei, você conheceu o tal do David não é mesmo? Por isso que você está assim, com a cabecinha no mundo da lua. - Amanda fala me olhando e rindo de mim e eu só tenho vontade de socar ela.

- Cala a boca! Não estou pensando em nada e sim nós dois nos conhecemos, nos falamos brevemente, não foi nada demais, não sei porque você fica falando essas bobeiras! - Falo para ela nervosa, sentindo o desejo tomar conta do meu corpo novamente.

- Quer saber de uma coisa? Não to mais afim de ficar aqui, vou para meu quarto, você está insuportável hoje! Até amanhã! - Digo a Amanda e saio correndo em direção ao meu quarto passo por Danielle que me olha de relance, subo as escadas e me tranco em meu quarto.

- Tudo bem! Eu já vou embora, já entendi seu recado! Garota doida! - Amanda fala comigo gritando enquanto eu ainda corro em direção a minha casa.

David

Linda, gostosa, definitivamente eu não tenho palavras para descrever o quanto essa garota mexeu comigo, entro na casa e a encontro de costas pra mim, pegava alguma coisa na geladeira, ela se vira e pum! Deixa a garrafa cair.
Não sei ao certo oque eu senti naquele momento em que eu a vi, tão perto de mim, senti seu cheiro aflorar mais forte, e por um momento quis agarra-lá e beija-lá, pressionar ela contra a parede, chupar seu pescoço, colocá-la em volto de minha cintura e apertar seu corpo contra o meu. Eu a desejava, desde quando a vi pela primeira vez, eu a queria, meu corpo a queria, parece que tudo ficou mais quente quando eu a vi ali molhada na minha frente, meus pensamentos foram além, e eu só desejava aquela mulher, desejava entrar bem a fundo e senti-la, queria sentir ela pulsando em mim, sentir como ela era quente e úmida, sentir sua pele, seu corpo, ah Liah, quantas coisas eu queria fazer com você, você não faz ideia do quanto eu estava te desejando ali naquele momento. A vontade que eu tinha era de tirar suas roupas e te possuir ali mesmo, naquele chão, molhado, do mais doce suco, te devorar e te provar de todas as formas e jeitos, mas eu tinha que me controlar se não colocaria tudo a perder com você e eu não queria que isso acontecesse, não mesmo! Eu juro para mim mesmo que eu seria paciente com você e esperaria o seu tempo, mas que ao mesmo tempo, eu faria de tudo para que nós dois ficássemos juntos.
Te ajudo a recolher alguns cacos de vidro do chão e te encaro nos olhos, olhos castanhos claros, totalmente diferentes dos meus, e eles me encaravam, de uma forma gostosa e travessa, com tesão, paixão, desejo, percebi que você também me olhava assim, mas tentava desviar quando eu encarava. Eles emanavam um fogo, eu via e sentia isso de você quando encostei a ponta de meus dedos em suas mãos, eu senti seu corpo corresponder ao meu toque e meu Deus, eu também estava em brasas, eu te queria, muito mais do que a mim.
Não consigo conter esse desejo, então antes que eu faça alguma besteira com você, me despeço e saio ainda te encarando, ah garota, como eu te quero, quero você só pra mim.

- Tá aqui a água tio! - Olho para ele entregando os copos e a garrafa de água, tentando não pensar nela, inevitável, pois estou nervoso e ofegante.

- Oque houve rapaz? Parece que viu um fantasma?! - Meu tio fala em direção a mim, rindo muito de toda aquela situação, eu acho que ele viu o quanto eu estava desconfortável e sem ação.

- Não foi nada, eu acabei de conhecer a Liah e nossa! - Sorrio de lado e baixo a cabeça balançando ela envergonhado.

- Conheceu a Liah? Interessante! Ela lhe disse alguma coisa? - Meu tio me pergunta enquanto passa suas mãos em sua barba.

- Na verdade não, eu entrei na cozinha pra pegar a água e a vi, ela se assustou comigo e, em fim, ela quebrou uma garrafa! - Falo para meu tio rindo um pouco da situação e lembrando de seu olhar que se cruzou com o meu.

- Tudo bem, ela não está acostumada com esse entra e sai de casa, mas conversaram pelo menos? - Ele me pergunta, muito curioso.

- Uma breve conversa, digamos assim. - Falo para ele olhando a amiga dela indo embora de carro.