Me provaca que eu gosto.

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David

Estamos aqui, presos, nesse lugar que mais parece um paraíso, e com toda certeza, ele é. Liah e eu temos muito mais afinidades do que a uns anos atrás, nos damos bem, fazemos coisas um pelo outro, trocamos carinhos. Eu fiquei com a parte de trazer, oque meu pai diria: o sustento do lar, me sentia na obrigação de pescar, colher frutos. Isso me deixava feliz, e todas as vezes que eu a via sorrindo, mais meu amor aumentava.
Assim que caímos aqui meio que de pára-quedas, demos um jeito de explorar todo o ambiente, achamos algumas frutas, descobrimos uma cachoeira que tem um lago imenso de água pura e cristalina, nós dois não precisávamos de tantas coisas para sobreviver, tínhamos quase tudo aqui.

Li as vezes se queixava que sentia saudades do bolo de laranja da Danielle, do café quentinho, do pão com manteiga, do banho quente que tomava todos os dias. Eu sempre ria da cara dela, pois sabia bem lá no fundo que ela sentia que ali não era o seu lugar.
Eu sempre dizia que deveríamos manter a calma, decidimos deixar a busca pelo telefone ligada, assim, ficaria mais fácil sermos localizados. Fizemos uma fogueira enorme para que quando avistássemos algum avião ou barco, essas pessoas pudessem resgatar nós dois. Mas eu confesso que eu não queria sair dali, até que ela e eu tivéssemos alguma coisa.

Os dias foram passando, Liah sempre colocava um maiô com shorts para seu banho de mar, enquanto eu limpava os peixes para a nossa refeição, ela se divertia, me provocava, e eu, bem, eu babava por ela.
As vezes eu pegava ela me olhando quando estava sem camisa, e isso me deixava com um puta tesão, eu sei que no fundo, sabia oque causava em mim.

Eu a queria, queria para mim, queria senti-la pulsar em mim, sentir seu cheiro, seu gosto adocicado em meus lábios, escutar ela gemer enquanto seguro em sua cintura, Deus, eu estava enlouquecendo, como eu queria fazer amor com essa menina. Como queria acordar e sentir ela em meus braços, como eu a amo.

Terminei de assar os peixes, enquanto ela andava em minha direção secando seus cabelos com a toalha. Como pode alguém ficar tão gostosa secando seus cabelos?.

- O cheiro tá ótimo, da pra sentir a quilômetros de distância. - Ela fala enquanto me olha curiosa.

- Modéstia a parte, eu cozinho muito bem, aprendi com meu pai. - Sorrio para ela enquanto separo nossas refeições. - Sem contar que eu fui um ótimo escudeiro então eu sempre sairei ganhando!. - Pisco para ela enquanto entrego o peixe assado que eu fiz enrolado em uma folha de bananeira.

- Tenho que admitir que você está certo dessa vez, mas só dessa! Não fique se achando!. - Ela ri enquanto pega uma garrafa de vinho, taças e abre para nós dois.

- Você me surpreende! Porque trouxe vinho e taças para a viagem? - Pergunto, curioso.

- Porque eu já disse a você que eu gosto de comer e beber das minhas coisas. - Ela me olha franzindo o cenho.

- Mas está comendo do peixe que eu fiz! - A encaro sorrateiro.

- Isso é outra história, você sabe cozinhar, eu não!. - Ela pisca pra mim enquanto eu balanço minha cabeça em negação.

Enquanto conversamos sobre coisas aleatórias, ela brinca colocando seus pés junto aos meus, comparando os tamanhos. E eu juro que não sei aonde ela quer chegar.

- Seus pés são enormes! Quanto calça?. - Li faz uma pergunta boba e eu rio pelo nariz.

- Porque você tá me perguntando isso?. - Fico com vergonha e meu rosto começa a corar, minha garganta fica seca, acabo colocando mais vinho dentro dela. - Onde quer chegar com isso?. Levanto uma sobrancelha enquanto ela me encara desconfiada.

- Lugar algum!. - Ela olha para o mar e se perde em seus pensamentos. - Se não quiser dizer é só falar: não quero dizer!. - Ela faz uma voz grossa querendo me imitar e nós dois acabamos caindo na gargalhada.

- Tudo bem, eu vou dizer, mas não conta a ninguém tá bom?!. - Viro para ela cruzando os dedos. - É sério se contar a alguém eu juro que...

- Fala logo para de enrolar!.

- 45.

- Que? Como assim 45?! Você calça 45! Aí meu Deus! - Li zomba de mim enquanto eu fico a olhando seu entender o porque da risada.

- Então você é enorme, sabe, grande, bem grande! - Ela gesticula com suas mãos um pouco abaixo da sua barriga e eu logo desconfio do que ela está falando.

- Eu não acredito que você está fazendo isso! Você está comparando o tamanho do meu pé com o meu pênis?! - Digo a ela assustado, enquanto ela ri de mim muito mais do que antes. - Se é oque quer saber é, satisfatório, digamos assim, eu acho bom e justo e não se fala mais nisso. - Aponto o dedo em direção a ela que coloca a mão em sua boca.

- Eu fiquei curiosa, só isso, todo mundo diz que quando queremos saber é só comparar aos mãos ou os pés! Suas mãos eu já tinha reparado, mas o seu pé não. - Ela me olha com malícia e percebo uma certa luxúria vindo de seu olhar em direção a mim.

- Nem sempre eles querem dizer algo, as vezes é bem mais revelador do que pensa!. - Olho para ela enquanto um sorriso brota em meus lábios e eu percebo que ela fica sem jeito. Acho que deve tentar imaginar como deve ser.

- É eu acho que tá na hora de mudarmos de assunto!. - Pega sua taça de vinho e vira completa em sua boca.

- Tá com sede? Se quiser eu posso dar mais vinho a você. - Pisco para ela. - Mas mudando sim de assunto, seu aniversário é semana que vem, pensou em algo?. - Pergunto enquanto vejo ela morder seus lábios.

- Não há muito oque fazer, estamos presos aqui, não temos para aonde ir. - Li da de ombros, enquanto balanço a cabeça em sinal de positivo.

Confiamos a conversar sobre outras coisas, eu sabia que ela queria saber mais da minha vida pessoal, mas isso eu queria mostrar a ela, ao vivo e a cores.

Nove semanas de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora