Ela.

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David

Algumas horas mais tarde, depois de desfazer minha mala, por as minhas coisas no lugar, tomar um banho e descansar um pouco, escuto umas batidas na porta, abro e me deparo com meu tio em pé me esperando. Ele sugere que nós dois façamos um tour por toda a região em torno da casa.
O local era muito grande, do tamanho de um estádio de futebol ou quase, tinham muitas árvores de alguns frutos, lago, tinha um aras também.
Fiquei espantado quando meu tio me levou em um heliporto, sim, eles tinham um local específico para pouso e decolagem de helicópteros e aeronaves de pequeno porte. Lá eu encontrei um helicóptero e uma aeronave. O local era um sonho e eu fiquei impressionado com tanta coisa legal que tinha ali.

Depois desse passeio, de conhecer o lugar que eu iria passar um tempo morando, digamos assim, voltei para a casa, e acabei parando em frente a piscina da família, abri bem os meus olhos e dei de cara com duas meninas, uma estava dentro da mesma e outra estava deitada naquelas espreguiçadeiras.
Uma olhou e gesticulou para a outra que parecia estar distraída com o azul do céu, a que estava distraída notou que a outra a chamava então foi aí que ela olhou em minha direção.
Eu fiquei parado sabe-se lá por quantos segundos, minutos, eu simplesmente parei, meu ar parou, meu corpo não respondeu ao comando que o meu cérebro estava dando, minhas mãos suavam, estavam trêmulas, meu corpo todo ficou paralisado, pegando fogo, quente, em chamas, brasas vivas que me queimavam todo por dentro e por fora, meu peito ficou em um sobe e desce que não tinha explicações, por um momento o meu mundo parou de girar e começou a girar em torno dela, perdi o sentido, estava voando, não senti o chão embaixo de mim, não senti meu corpo, aquilo começou a subir e foi parar na minha nuca, e por um instante eu a desejei, nossa, como eu a desejei, de todas as formas e sentidos e gostos, céus, a minha mente estava insana, cheia de impurezas e eu pensei tantas coisas com aquela garota, nossa, eu pensei.
Acabei recobrando os sentidos e saindo dos meus devaneios quando ela deu um tchau pra mim, um pouco tímido, de longe, mas deu, eu que não sou bobo retribui com o mesmo gesto, sorrindo.
Ela não era alta, acho que tinha uns 1.60 de altura, cabelos um pouco longos e com umas ondas nas pontas, eles eram um pouco claros mas não muito, ela não era típica que malhava, deu pra notar de longe que tinha um pouco de curvas, ela não era magra, mas como estava de vestido não deu tempo para reparar em tantas coisas.
Mas como a alegria dura pouco, escuto meu tio chamando para terminar de mostrar o outro lado da casa e eu acabo o acompanhado.

- Tio? - Falo pigarreando, andando ao seu lado e olhando algumas vezes para trás.

- Sim. - Ele responde me olhando de lado.

- Qual das duas é a Liah? - Pergunto a ele super curioso.

- Você não conseguiu ver a diferença das duas? - Ele me pergunta surpreso.

- Sim, quer dizer não! Quer dizer sim, mais ou menos. - Rio nervoso e ele ri mais.

- Liah é a mais morena que está deitada naquela cadeira grande. - Ele fala, parando e me encara. - Nem pense nisso! Muita areia para você! - Ele ri e eu rio pelo nariz.

- Que isso! Eu nem pensei nada, só perguntei curioso, só isso, mais nada! - Continuo rindo de toda a situação.

- Se bem que você é bonitinho, acho que se combinam! - Fala colocando seu braço em meus ombros.

- Que isso! O senhor está me chamando de bonitinho? Qual é! Eu sou um gato! As mulheres ficam loucas comigo. - Brinco com ele tirando sarro.

- Mas agora é sério,  ela é gente boa, só surta algumas vezes, e gosta de mandar, adora mandar, ter o controle de todos a sua volta, puxou ao pai. - Ele fala piscando para mim rindo de canto.

- Eu imagino! - Digo sorrindo de canto.

- Mulheres filho, mulheres! - Retribuo o gesto do meu tio, abraçando ele de volta.

Nove semanas de amorOnde histórias criam vida. Descubra agora