Rafael Martins
Puta que pariu se o Samuel não tivesse entrado na MERDA do quarto... Meu Deus.
Pela primeira vez depois de muito tempo eu senti borboletas em meu estômago, sabe? Quando a Laura fechou os seus olhos, minha mão foi em direção ao seu pescoço- Ah mano eu odeio o Samuel!
- Você vai ficar emburrado até quando? - Samuel pergunta me tirando de meus pensamentos.
- Você sabe que eu te odeio, né?
- Tô ligado! Mas nem foi pra tanto...
- VOCÊ ACHA? - Altero a minha voz e percebo. - Ai Samuel... Eu tô tão abalado que ódio
- Você parece um adolescente babão reclamando! Ala ela com o Ivan! E você aí todo bobão chorão!
Eles devem estar indo em direção a enfermaria, já que eu acabei machucando a sua mão sem querer.
Laura está tão sorridente, eu não tenho o direito de estragar isso, sabe? É melhor deixar os dois a sós.
- Eu sou um bobão chorão necessitado de carinho, ok? - Digo desviando o olhar dos dois.
- Sua perna já tá melhor? Você descansou como foi pedido?
- Bom, eu caí umas duas vezes ontem.
Samuel fica chocado com a minha resposta, pensa em falar algo mas fecha a boca.
- Pode falar, vai Sam
- RAFAEL VOCÊ TÁ DOIDO?
- Foi sem querer! Eu não caí de propósito!
- Porra ainda bem né! Imagina se você tivesse olhado pro chão e pensado: vou me tacar
Enquanto ele estava me repreendendo eu comecei a olhar em direção a enfermaria e a galera do Guilherme estava indo pra lá.
- Você está me escutando? - Samuel pergunta.
- Não... E-eu preciso ir para enfermaria, eu perdi o remédio, você pode ir comigo?
- Posso, mas não pense que isso acabou!
Fomos em direção a enfermaria, a galera do Guilherme não estava na porta mas sim ao redor, sabe? Como se quisessem encobrir alguma coisa.
- Sam, você entendeu o que tá acontecendo? - Sussurro o mais baixo o possível e ele concorda com a cabeça.
Samuel vai em direção a porta e dois meninos barram ele.
- Calma pô, cês tão tendo caso com a enfermeira é? - Sam diz rindo.
- Ela está atendendo no momento.
Escuto alguém chamando pelo meu nome, olho para os lados tentando achar a dona da voz mas não acho.
- Er... Vocês vão mesmo tentar esconder algo de mim? Eu posso expulsar vocês tão fácil. - Samuel diz com um sorriso no rosto. - Vão continuar com essa brincadeira?
- Você acha que a gente tem medo? Você acha mesmo? - O menino responde e ri. - Cai fora mimado, não enche o saco não.
Samuel levanta as mãos, como um sinal de derrotado.
- Tá bom, tá bom... - Sam diz e vem em minha direção. - Sua perna tá doendo muito? - Sussurrou. Eu nego com a cabeça e vou em direção a maçaneta.
- Rafael, aqui você não tem moral nenhuma.
- SOCORRO! ALGUÉM! RAFAEL! ANA! - LAURA!
- LAURA É VOCÊ? - Antes mesmo de obter a reposta eu me jogo na porta, fazendo com que ela se abra com o impacto.
Que dor.
Me mantenho em pé e encontro Laura escorada no canto da sala e o Ivan encarando a porta sem reação.
- Ela já estava assim quando eu cheguei! - Ivan se justifica, como se eu fosse acreditar, e faz uma cara de choro. - Será que ela tá bem?
Filho da puta.
Consigo ouvir o Samuel chamando a atenção de todos que estavam no corredor e os meninos que estavam de vigia gritam algo do tipo "deu ruim, vaza"
Vou em direção a Laura... Laura. Eu nunca quis tanto proteger alguém do mundo.
- Laura? - Coloco sua cabeça em meu colo e ela não abre os olhos, é como se não tivesse reação.
Meu coração começa a acelerar, ponho minha mão em seu peito e a sua respiração está lenta.
- Vou chamar ajuda! - Ivan diz e vai em direção a porta.
- Rafa! Chamei a Nicole, minha amiga que tá cursando medicina, ela veio ajudar! - Minha visão já está turva, eu estou com raiva, medo, ansiedade, minhas mãos tremem eu não sei como reagir.
É tudo tão.
Confuso.
Eu só.
- Rafael? Deixa a Nicole fazer o trabalho. - Sam apoia suas mãos em meu ombro e me ajuda a me afastar da Laura.
Eu não consigo nem explicar o que a Nicole está fazendo eu só-
Eu-
Eu devia ter protegido.
Isso é tudo minha culpa. Se o Guilherme não tivesse briga comigo-
- Ela já está respirando bem, levem-a para o dormitório que eu vou pegar os medicamentos pra quando ela acordar. - Nicole diz.
Pego a Laura em meus braços e me levanto, eu consigo ignorar a dor na perna pra isso.
A galera deu espaço no corredor e... É, eles vão descobrir onde a gente dorme mas isso não é a questão agora.
Com muita dificuldade eu chego no nosso dormitório e coloco ela em sua cama.
O seu rosto tá tão vermelho.
O rosto que me trás calmaria agora está me trazendo vingança, eu quero acabar com a vida daqueles caras.
Seus punhos estão vermelhos, sua blusa levantada mostra o vermelhidão em sua barriga.
Eu não irei aguentar se alguma coisa acontecer com ela.
Eu só-
Eu só desisto.
Sento ao lado da sua cama e seguro a sua mão, eu quero estar aqui quando ela acordar.
Seguro sua mão, abaixo a cabeça e começo a chorar.
- Me desculpa Laura, eu prometi que não ia mais te trazer algum mal mas só tenho fracassado nisso... Eu realmente queria recomeçar tudo isso... Mas depois eu penso que eu só te trago azar. Eu acho que antes de entrar aqui, você tinha uma vida feliz, certo? Eu só entrei para estragar tudo! - Minhas lágrimas não param de cair. - Eu quero sumir Laura, sumir para sempre. Você não iria acreditar nas minhas palavras, entende?
Respira Rafael, respira.
- Me sinto até aliviado em falar isso, mesmo que você não esteja escutando. Antigamente eu ia querer ir atrás do maníaco e descer ele no cacete, mas você me faz querer ficar contigo... Eu não quero sair do seu lado nunca mais. Eu apenas quero ficar aqui não importa o que acontecer.
Eu te amo Laura, mas não tenho coragem para dizer isso.
- Espero que você acorde logo.
Sinto minha mão ser apertada, eu acho que isso é uma resposta. Sinto um alívio em meu corpo, era como se eu tivesse tirado um peso imenso de mim.
Enxugo minhas lágrimas e volto a atenção para Laura.
Eu queria que ela acordasse de um pesadelo e que nada disso tivesse acontecido.
Oi, tudo bom?
Precisei postar esse capítulo logo hoje porque ao escrever a parte do Rafael me deixou muito ansiosa, sério.
O que vocês estão achando dos dois? O que vocês acham que vai acontecer com o Ivan?
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Maldito Dormitório!
RomanceVocê já imaginou entrar na universidade e seguir os seus sonhos? Provavelmente sim! Então você tem algo em comum com a Laura... Mas ela não contava muito bem com as coisas que iriam acontecer durante o seu período letivo, quem imaginaria que isso ia...