Before

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Hoje

Nova York

Diário de Louis Tomlinson

Querido diário, percebi que começar assim é mais fácil. Então vou continuar.

A etapa final de testes para Grove foi esgotante. Harry foi mandado para um grupo diferente, então não o vi muito, mas quando estive com ele parecia estar sofrendo tanto quanto eu.

As entrevistas foram o pior. Um grupo de palestrantes da Grove sentados numa longa mesa nos sabatinava sobre vida, família, gostos e desgostos.

O grupo esperava que eu fosse apenas eu mesmo. Isso foi duro.

No final, Erika se virou para mim e disse: "Louis, você é um rapaz esperto. Podia ter escolhido sua escola e carreira. Por que quer ser ator?".

Sei que eu devia ter dito algo sobre minha paixão por teatro ou meu amor por arte. Mas, enquanto ela me encarava, não fui capaz de pensar em nada esperto o suficiente para enganá-la, então respondi sem pensar.

"Quero atuar porque não sei quem sou, então sinto alívio em ser outras pessoas".

Ela manteve o olhar por um momento, depois escreveu algo em suas anotações e assentiu. Com certeza: "jovem maluco, emocionalmente disfuncional com questões de autoestima. Não façam movimentos bruscos".

Quando saí, parecia que eu havia deixado pedacinhos meus por todo o chão.

Ainda assim, devo ter feito algo, por que três meses depois recebi minha carta de admissão.

No dia em que recebi, gritei tão alto que assustei o cachorro do vizinho.

Eu sabia que meus pais não estavam empolgados com essa escolha de carreira ou a ideia de eu me mudar, mas eles também sabiam que atuar era minha paixão, e ser aceito na Grove era uma coisa importante. Também ajudou o fato de eu ter recebido uma bolsa parcial que cobria metade da mensalidade e acomodação no campus. Considerando que não éramos os Rockefellers, esse foi um grande bônus.

Bem lá no fundo, eu tinha a vaga esperança de que Harry tivesse entrado.

Se ele tivesse, pelo menos eu já conheceria uma pessoa. Uma levemente irritante e estranhamente misteriosa.

Na época eu não imaginava o quão desastroso ele poderia ser.


Seis anos antes

Westchester, Nova York

Grove Primeira semana de aula

Caminho pelo apartamento com um grande sorriso no rosto.

Há dois quartos separados por um pequeno banheiro, uma sala conjugada de estar e jantar e uma pequena cozinha. A mobília está gasta e datada, o carpete é horrendo e tem manchas de coisas que eu não quero nem imaginar. E acho que o vizinho de cima dança pelado na luz da lua enquanto sacrifica animais, porque, sério, o cara é esquisito.

Mas, apesar de tudo isso, é perfeito e meu.

Bem, estou dividindo com uma aluna de técnica avançada de teatro chamada Charlotte, mas ainda assim... Posso fazer o que quiser. Comer o que quiser. Ir para cama quando quiser. Sem pais catalogando cada movimento.

— Você me deve trinta dólares das compras — Charlotte informa quando estuda a notinha. — Ah, não, trinta e nove. Os barbeadores são seus.

É meio esquisito morar com uma estranha, mas, como nos conhecemos há poucos dias, Charlotte e eu estamos nos dando bem; tanto que ela já me pediu pra chama-la apenas de Lottie.

Rosing Star (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora