Epiphany

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Hoje; 

Nova York; 

Diário de Louis Tomlinson. 

Querido Kevin, 

Boas novas! Harry quer que reatemos, então estou magicamente curado e vamos viver felizes para sempre! 

Caso não tenha percebido, estou sendo irônico. 

A verdade é que, por mais que eu acredite que ele tenha mudado, não é o suficiente.Se ao menos pudesse voltar no tempo e implorar para mim mesmo para não me apaixonar tão perdidamente por ele. Não que minha versão jovem fosse me ouvir. Eu sabia que ele tinha problemas, mas imaginei que o que tínhamos era forte o bastante para amenizar todas as suas feridas. 

Por um tempo, foi. Mas não passou de uma ilusão, como quando a neve cobre buracos gigantes, fazendo parecer que o chão é perfeito e sólido. 

Harry e eu nunca fomos sólidos. Apenas tínhamos diferentes camadas de merdas mal resolvidas. Estávamos sempre oscilando no limite de nossas inúmeras inseguranças.

Agora, ele está pedindo que eu ande por esse caminho escorregadio novamente. Mas está cuidando tão bem de mim que fico tentado a acreditar que é seguro andar por ali.

O problema é que não importa quão cuidadoso ele seja, sempre vou me lembrar das outras quedas. E não importa o quanto ele repita que está diferente, sempre saberei que foi às minhas custas. 

Ele precisou partir meu coração duas vezes para ter uma epifania forte o suficiente para fazê-lo mudar. Bom pra caralho para ele. 

O que será preciso para eu ter a minha? 

Permaneço no bar bebendo meu uísque. É a terceira dose, e finalmente estou começando a ficar menos sensível. Ou talvez mais sensível. É difícil de dizer. 

Posso ouvi-los do outro lado do restaurante, rindo e conversando. Estãocomemorando nossa mudança para o teatro na semana que vem. Ensaiostécnicos. Pré-estreias. Deixar a peça o mais perfeita possível antes de o mundo nos julgar na grande noite. 

Eu deveria estar com eles. Mas não estou no clima. 

Jeffrey levanta sua taça na minha direção e sorri. Tão feliz com o que elecriou. No palco, Harry e eu somos impecáveis. O que o fez confiar mais emmim. 

Sorrio para ele antes de olhar para minha bebida. 

Ele não percebe que está confiando em alguém cujas emoções estãotravando lentamente.

Risadas altas rugem pelo salão. Quando me viro, vejo Harry rindo enquanto Jeffrey gesticula loucamente. 

Ele parece tão feliz. Mesmo com os anos passados, a risada de moleque dele ainda é a coisa mais gostosa que eu já ouvi. 

 Quando termino minha bebida, peço outra. Talvez quatro seja meu númeroda sorte. Um homem senta-se na banqueta ao meu lado. Ele me dá um sorriso enquanto pede um uísque. Ele parece um pouco com o Harry. Cabelo castanho, olhos verdes. Atraente. Terno caro. Gravata frouxa, camisa desabotoada. 

Devo estar encarando porque ele me olha quando o barman lhe entrega sua bebida. 

— Eu te ofereceria uma, mas parece que essa aí ainda é novinha. 

Eu pisco e desvio o olhar. 

— Hum... é. Tudo bem. 

— Está sozinho aqui? 

Não é isso que ele está perguntando. Mas respondo mesmo assim. 

— Estou aqui com amigos. — e aponto para a mesa barulhenta no canto.Harry está imitando alguém. Possivelmente Jack Nicholson. 

Rosing Star (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora