Stage Fright

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Hoje

Nova York

Diário de Louis Tomlinson


Harry e eu estamos seguindo para um bar de vinhos, não muito longe do teatro, para termos nossa "conversa".

Caminhar ao lado dele é ao mesmo tempo estranho e familiar, tem um quê de desgraça iminente — muito como todo nosso tempo juntos.

Meu lado cauteloso está murmurando que estar com ele é como usar o tênis mais confortável do mundo, que às vezes te arremessa de cabeça num muro. É como ter uma alergia a frutos do mar e se negar a desistir de lagosta.

Como saber que você está prestes a cair de cara num canteiro de urtiga, mas se recusar a aceitar a torturante coceira.

Seu braço roça no meu conforme andamos.

Deus, como meu corpo vibra perto dele.

Quando chegamos ao bar, ele abre a porta para mim e pede uma mesa nos fundos.

A hostess* come ele com os olhos em um segundo antes de nos levar à mesa.

Ele nem nota. Como sempre.

Queria poder fazer o mesmo. Não tenho por que ficar com ciúme. Tenho certeza de que, nos anos em que ficamos afastados um do outro, ele perdeu a conta de suas conquistas. Homens e mulheres sempre se jogaram aos pés dele, mas sua popularidade explodiu quando ele fez turnê na Europa. Seu personagem passava a maior parte da peça sem camisa, e quando as fotos promocionais sensuais chegaram à internet, homens e mulheres começaram a segui-lo de cidade a cidade para vê-lo atuar.

Não os culpo.

Eu me lembro de como foi quando vi fotos dele na rede. Tentei afastar o olhar, mas era impossível.

Só de pensar nisso meu rosto queima.

Pego o cardápio de petiscos e me abano. Harry olha para mim e franze a testa.

— Tudo bem com você?

— Sim.

— Você parece vermelho.

— Tá calor, né?

— Acho que não.

— Pois está achando errado.

— Tudo... bem. Acho que está na menopausa. E precisando transar. — ele ri.

Eu coro.

— Mesmo que eu tivesse como estar, eu seria meio novo pra isso, né? Além de que ser mulher deve ser difícil.

Ignoro o fato dele ter falado que estou na seca.

— Menos a parte de ter orgasmos múltiplos. Mas, de qualquer forma, ainda é possível ter mais de um orgasmo por noite.

O sorrisinho sacana dele me faz querer enfiar a cabeça no chão. Não, não a minha, mas sim a dele, queria quebrar todos os seus dentes pra saber se assim ele ficaria menos atraente.

Eu me lembro exatamente do dia em que ele me fez gozar várias vezes. Achei que ia desmaiar.

Eu me abano novamente.

Droga, ele não pode falar desse assunto. Pelo menos não quando estou tentando ignorar a tentação.

Todos os assuntos relacionados a sexo estão fora.

Como ele pode não saber das regras que acabei de criar?

— Por que você está olhando feio para mim? — ele pergunta franzindo a testa.

Rosing Star (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora