Still Waters

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Seis anos antes

Westchester, Nova York

Festa da estreia de John & Jean


A música é alta demais. Ela vibra no meu crânio e as luzes ferem meus globos oculares.

A sala está lotada de gente dançando e rindo. Alguns de fato se esforçam para conversar a despeito do ruído que tenta se passar por música.

No sofá ao meu lado, Zayn fuma um baseado. Ele oferece para mim e, quando recuso, passa para Liam, que está com os olhos vidrados em Zayn.

Estou meio que surtando com as pessoas fumando drogas ilícitas perto de mim. Imagino meu pai irrompendo pela porta e enlouquecendo. Mas, claro, ele está do outro lado do país, e mesmo com seu nariz bem calibrado de pai, ele não poderia sentir o cheiro de lá.

Tenho certeza.

— Louis!

Avisto Lottie, e ela faz um gesto de "vamos beber". Suspiro e viro a dose de tequila que estava segurando. Ela passa uma fatia de limão para mim e faz sinal de positivo. Enfio o limão na boca e ela abre um sorriso largo.

Depois de colocar o limão e o copo na mesinha de centro, eu me jogo de volta no sofá e suspiro. Pela milionésima vez nas últimas duas horas, eu olho ao redor, torcendo para que Edward apareça.

Claro que ele não aparece.

— Vou tomar um ar. — grito ao me levantar e passar por Lottie. Ela assente e se serve de outra dose.

Quando chego à frente da casa, Gemma está sentada nas escadas, bebericando algo de um copo grande.

Eu me sento ao lado dela.

— Está curtindo?

— Claro. — ela responde. — Adoro ter os tímpanos estourados a cada vez que Jack dá uma festa. Só porque é meio surdo ele está determinado a deixar todos nós iguais a ele. Acho que os vizinhos devem querer matá-lo.

— O pai dele é dono de todas as casas vizinhas. É o único motivo pelo qual ele se safa das reclamações.

Ela me oferece sua bebida enquanto olha para a rua.

— Esperando pelo Harry? — pergunto.

— Sim.

— Acha que ele vai aparecer?

Ela balança a cabeça.

— Cada encontro com o nosso pai transforma Harry num vulcão de raiva. Já tentei dizer para ele parar de se importar, mas ele não me escuta.

— A relação deles sempre foi assim tão... complicada?

— Foi. — ela ri. — É como se o papai não soubesse lidar com ele. Ele se dá bem comigo, porque sou mulher, mas com o Harry? Não acho que ele saiba como se comunicar com ele num nível que envolva emoção. Minha teoria é que age dessa forma porque nosso avô não acreditava que homens deviam ser abertamente afetivos uns com os outros, porque isso os enfraquecia, e Harry ser bissexual não ajuda muito. O papai aceitou, mas no inicio foi bem complicado, eles discutiam muito. Imagine só, descobrir que seu filho não vai seguir a carreira que você sempre quis pra ele e além de tudo é gay, nosso pai surtou. Então, sempre que Harry enfrenta papai, eles brigam em vez de conversar.

— Deus, isso deve ser difícil.

— É, sim. E piorou um pouco há alguns anos. Eu culpo a Megan, aquela vaca.

Rosing Star (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora