Takeing Initiative

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Hoje

Nova York

Diário de Louis Tomlinson

Querido diário, começar assim é realmente horrível. Mas acostume-se.

Quanto mais tempo passo com ele, mais ele invade meus sonhos. Não quero me lembrar de nada, mas ele abre caminho.

Estamos treinando uma cena de nossos personagens e ele está aqui sob minhas mãos. Seus lábios estão na minha pele. São quentes, tudo é perfeito.

Por um momento me permito abandonar um pouco o personagem e sentir tudo. Digo a mim mesmo que ele não vai fugir desta vez.

Preciso me concentrar em meu trabalho, mas hoje está sendo um dia particularmente difícil de fazer isso.

Estamos encenando a parte do roteiro em que nossos personagens estão quase transando.

Eu o abraço, afastando o medo, querendo que ele se perca em mim. Que fique. E mesmo que ele já tenha escrito uma tragédia, quero que ele mude de ideia.

Meu corpo está dividido entre meu eu verdadeiro e meu personagem da cena.

Então ele finge estar dentro de mim, e é a perfeição.

Dou a ele a parte de mim que não me imaginei dando a nenhum outro cara. Ele me diz que é uma preciosidade. Que ele não merece.

Sei que não é realmente ele dizendo essas palavras, mas a forma que ele está me olhando me faz acreditar que é completamente real e que, quando ele as pronuncia, não está atuando.

Depois que terminamos, ele me abraça como se nunca quisesse me deixar.

Acredito que vai ficar assim. Que as coisas não vão mudar.

Claro que mudam.

A cena é encerrada.

Ele se cobre novamente, tão disfarçado por camadas que eu nem o vejo mais, apenas a dor que ele deixa para trás.

Eu o culpo, mas a culpa é minha. Do idiota, romântico e ingênuo que sou.

Vi o que queria ver. Senti o que queria sentir. Ele só fez a parte dele.

Às vezes consigo enxerga-lo, chorando e exposto, e é a coisa mais linda que vejo.

Mas é só uma encenação.

Ele é um ator.

E é muito, muito bom.


Seis anos antes

Westchester, Nova York

Grove

Segunda semana de aula

Eu saio da minha aula de história do teatro com o cérebro revirado de informações sobre anfiteatros romanos, quando bato de cara no peito de alguém alto que está parado.

Claro que minhas anotações voam para todos os lados. Cena clássica de comedia romântica. Ridículo pra caralho.

— Cacete!

O cara alto ri, e me arrepio.

Levanto o olhar para o sorrisinho de Harry. Minha expressão deve gritar por uma violência iminente, porque seu sorriso se desfaz rápido.

Quando me abaixo para pegar meus papéis, ele se abaixa ao meu lado. Quero bater na mão dele afastando-a, porque desde aquele exercício de "conhecer você" no nosso primeiro dia de aula ele não falou mais nenhuma palavra comigo. E estou bem com isso.

Rosing Star (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora