One Night

102 8 0
                                    

Seis anos antes;

Westchester, Nova York;

Grove.

O sol se põe, e eu não me movo.

Lottie me envia uma mensagem para dizer que ela encontrou um antigo ficante e não virá para casa esta noite, e eu não me movo.

Tenho uma vaga noção de que estou em choque, mas não sei se deveria estar.

Ainda não sei o que aconteceu.

Harry.

Harry aconteceu, mas...

Ele terminou mesmo comigo? Não.

Não.

Se ele tivesse terminado comigo eu saberia, certo?

Ele estava nervoso, claro, mas estava zangado com Erika, não comigo.

Não. Nem era culpa da Erika. Ele estava zangado consigo mesmo.

Então por que me sinto tão... inadequado?

Fico de pé e me espreguiço, mas isso não alivia a dor em meus ossos. Preciso fazer alguma coisa. Ajudá-lo.

Eu devia ir até lá e lhe dizer que, seja o que for que ele esteja sentindo, nós vamos resolver juntos. É isso o que os namorados fazem, certo?

Mas será que ainda somos namorados?

Pego minha mochila com mãos trêmulas e vasculho até achar meu celular.

Uma vozinha me avisa para parar. Diz que, se eu falar com Harry, ele vai esclarecer minha dúvida e, neste momento, eu prefiro uma vaga esperança a uma certeza sombria.

Mas eu não posso não falar com ele. Preciso consertar isso.

Procuro seu número e hesito.

Por favor, faça com que isso tenha sido só um desabafo dele. Permita que nós consertemos isso.

Caminho de um lado para o outro pela sala esperando a ligação completar.

Quando ouço o tom de chamada, paro de andar.

Posso ouvir o toque do telefone de Harry, está do lado de fora da minha porta.

Abro a porta com um safanão, e lá está ele, telefone na mão, ombros caídos, encostado na parede em frente minha porta.

- Harry?

- Não sei por que estou aqui.

Mal consigo ouvi-lo. Sua voz está rouca, os nós de seus dedos, ralados e ensanguentados. Sua postura é tão retraída e tensa que me deixa ansioso.

- O que houve com a sua mão?

Ele continua a falar como se não tivesse me ouvido.

- Mesmo quando tento ficar longe, eu não consigo. Que merda eu tenho de errado?

- Harry? Sua mão?

Quando ele olha para mim, seus olhos estão vermelhos e inchados.

- Soquei uma parede.

- Por quê?

- Porque sou patético. Você já devia saber disso.

Eu nunca o tinha visto tão emocionalmente exposto. Minha pele formiga. Isso não é bom.

- Ei, está tudo bem. Entre. - pego sua mão para puxá-lo porta adentro. - Deixe-me limpar isso para você.

Harry me segue, relutante, até o banheiro. Passo sua mão sob a água morna e cubro os arranhões com uma pomada antisséptica. Ele me observa cuidadosamente. Sua tensão preenche todo o ambiente.

Rosing Star (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora