Connections

143 9 10
                                    


Hoje

Nova York

Sala de ensaio do Teatro Graumann


Faço minha mochila enquanto observo Harry pelo canto do olho.

Ele está nervoso e olha na minha direção como se achasse que sairia andando e o deixaria para trás.

Isso seria legal, mas meu cérebro está me dizendo que precisamos ir para outro lugar, para que ele possa se explicar e eu, me enfurecer. Então talvez nos despedacemos para ver se nossos cacos ainda se encaixam. Mas meu coração está se acovardando como um cachorro que já apanhou demais.

O que tem acontecido com a gente nos últimos dias me mata de medo. A conexão que tentei esquecer por três anos está de volta, forte como nunca, e quase sem nenhum esforço.

Mesmo agora, quando eu o observo colocar a jaqueta no ombro e enfiar o roteiro na mochila, a imensa atração magnética que sempre tivemos está ali, exigindo que eu me aproxime.

Odeio a compulsão familiar.

— Louis?

Eu me viro e Jeffrey está com o roteiro nas mãos, o chapéu enfiado na cabeça no que só pode ser considerado um ângulo "elegante".

— Está tudo bem? — ele pergunta quando lança um olhar para Harry, que agora paira ostensivamente do outro lado da sala. — Você e Harry pareceram se estranhar durante a cena de sexo hoje. Devo me preocupar?

Ele estava contando com nossa química natural para aparar as arestas e preencher as lacunas do nosso passado. Mas, a não ser que Harry e eu deixemos metade da nossa bagagem para trás, a química não vai ser suficiente. Essa jornada toda vai acabar interrompida por um poste qualquer e nossa inacreditável conexão vai ser apenas um ponto no espelho retrovisor.

— Estamos tentando — respondo com toda sinceridade que consigo encontrar. — É complicado.

Ele assente e olha para Harry de novo.

— Entendo. Mas não se engane. Independentemente das questões de vocês, minha prioridade é a peça.

— Eu sei.

— Quando o sr. Styles implorou por esse papel, eu sabia que estava correndo um risco com o passado tórrido de vocês. Mas tinha esperanças de que os dois poderiam colocar as diferenças de lado pelo bem da peça. Se não é o caso, me diga e eu escalo outro para o papel dele.

Meu estômago afunda.

— Peraí, o quê? Harry implorou por essa peça?

Jeffrey suspira.

— Sim. Depois de decidir que eu queria você, comecei a conversar com outro ator. Um ator desconhecido bem talentoso. Mas, do nada, o sr. Styles me ligou e se candidatou ao papel. Claro que eu sabia que a horda de fãs dele ia praticamente garantir o sucesso de bilheteria, e fisicamente ele é perfeito para o papel, mas ouvi boatos sobre o que ele fez com você e tive medo de que não desse certo. Ele me ligava três vezes por dia, todo dia durante duas semanas. Ele me lembrou da minha reação ao ver vocês dois em John e Jean na Grove. Ele foi bem irritante. Mas a paixão dele foi o que me fez finalmente ceder. A forma como ele falava sobre você. Não pude ignorar isso.

— Desculpe, Jeffrey. Não fazia ideia.

— Não se desculpe. Melhore. Se não consegue trabalhar com ele, me diga. Ainda é cedo. Posso conseguir um substituto no final da semana que vem, se for o que você quer.

Rosing Star (Larry Stylinson)Onde histórias criam vida. Descubra agora