Capítulo 22 - Bolo de Chocolate

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Baekhyun destrancou a porta sentindo os braços fortes de Chanyeol envolta de sua cintura, o homem grande apoiando o queixo no ombro do menor como se ele fosse pequeno do mesmo jeito que Baekhyun era. Segurava as sacolas dos presentes enquanto tirava os sapatos para entrar dentro de casa, a televisão da sala com um volume razoável, denunciando que a casa não estava vazia como Byun imaginava.

Deixou as sacolas com os presentes no chão quando tirou o casaco cheio de neve, vendo o mais novo lhe imitar olhando meio preocupado ao redor, os olhos grandes por debaixo das lentes grossas do óculos focando na televisão ligada. Chanyeol ainda não conhecia o pai de Baekhyun, apenas tinha ouvido falar dele. Baekhyun pendurou o casaco de Park junto com o seu, voltando a pegar as sacolas, tanto as do engenheiro quanto as suas, olhando ao redor para ver se a mãe não estava presente; tinha que esconder os presentes antes que ela resolvesse aparecer e estragar toda a surpresa.

— Eu vou subir com os presentes — avisou baixo o mais novo, que voltou a olhar para Baekhyun, os olhos levemente assustados, fazendo o menor rir. — É rápido, eu juro — falou quase um sussurro, rezando baixinho para que o seu pai não ouvisse nada.

— Eu vou com você — Chanyeol sussurrou em um tom alto, tirando uma risada baixa do mais velho, que lhe acabou arregalando os olhos quando ouviu a voz alta e grave do pai.

— Não, você vai vir aqui e conversar comigo — o senhor Byun disse sério, ainda encarando a televisão, os braços cruzados e os óculos balançando no pescoço sendo segurado pelo cordão. — Quero conhecer o namorado do... — o homem parou na metade da frase, engolindo as palavras, fazendo o filho abaixar a cabeça, meio constrangido, meio triste com o tom que o pai usava. Tudo bem, seus pais tinham lhe aceitado, mas ainda existia uma resistência muito grande da parte do seu pai, e por parte entendia.

— Eu volto logo, já preciso guardar isso antes que a minha mãe apareça — Baekhyun falou alto, encarando o outro que concordou com a cabeça, esfregando as mãos enquanto observava o menor ir em direção as escadas, ignorando completamente o pai. Chanyeol não sabia, mas o senhor Byun tinha aquela resistência de chamar Baekhyun pelos pronomes certos, ainda tinha uma parte do homem que se recusava a aceitar que a filha que ele tanto sonhou em ter tinha morrido, e agora um menino lindo e forte era o seu filho.

Park viu o enfermeiro sumir nas escadas, bagunçando os cabelos enquanto se virava em direção a sala. Sentia o corpo inteiro tremer enquanto tentava arranjar um jeito de contornar aquele cômodo e fingir que o pai do homem que gostava não tinha o chamado, mas era bem complicado, principalmente quando o pai de Baekhyun se virou no sofá, encarando o engenheiro que deixou uma careta escapar. Quando conversou com Yoora, ouviu dela as mais diversas coisas, mas uma que ela acabou destacando foi o fato de que precisava conversar com o pai de Byun em algum momento, que ele precisava tomar coragem para ir aos pais dele para falar o que iria fazer, quase como se fosse pedir uma autorização.

Por esse motivo que respirou fundo, ajeitando o óculos no rosto enquanto sentia os joelhos tremerem. Se aproximou com cuidado da sala de estar, se sentando na ponta do sofá, sentindo as mãos suarem quando sentiu o peso do olhar do senhor Byun em si, lhe avaliando com todo cuidado do mundo; era completamente sufocante aquela situação.

— Então, você é o senhor Park? — o homem perguntou calmo voltando a olhar a televisão, prestando atenção em um jogo de volêi que passava naquele horário.

— Sou eu mesmo — respondeu com a voz trêmula, quase rindo de si mesmo. Era a primeira vez que chegava na fase de conhecer os pais da pessoa que gostava, e aquilo era muito estranho.

— Está namorando o... o meu filho? — A pergunta foi direta, nenhum dos dois queria muita conversa. — Ou só está enrolando ele?

— Bom... — A voz de Park tremeu ainda mais, virando o rosto em direção ao senhor Byun. Baekhyun não se parecia exatamente como ele, mas os olhos eram os mesmos. — Eu queria conversar com o senhor sobre isso — confessou baixinho, ajeitando os óculos novamente enquanto via o homem virar o rosto em sua direção, a expressão séria assustando Chanyeol de maneira suave, quase fazendo o coração do menino saltar no peito. — Na verdade, eu vim pedir a sua permissão para...

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