Capítulo 8 - Beijos na porta

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Um dos poucos familiares que Baekhyun gostava era dono de um dos melhores restaurantes que ele um dia já conheceu. E não era por ele ser irmão de sua mãe e ter vivido a vida inteira comendo a comida da vovó, mas sim porque a comida era mesmo muito deliciosa. Até mesmo Chanyeol acabou concordando com o fato.

E quando diziam que Chanyeol concordava, era realmente verdade e não apenas para agradar o menino bonito sentado à sua frente, com os cabelos lisinhos e aquele tom bonito de vermelho caindo sobre a testa e com um sorriso muito lindo no rosto. Estavam sentados um na frente do outro naquela mesa pequena, os pés se encostando a todo momento e sorrisos bobos sendo jogados ao ar, fazendo os funcionários que conheciam Baekhyun — e principalmente a família dele — olhar desconfiada com tudo o que estava acontecendo ali. Mas tirando tudo aquilo, Chanyeol realmente tinha achado a comida maravilhosa, só perdia para a comida de sua avó.

— Você parece uma criança de cinco anos comendo. — O comentário de Baekhyun fez o engenheiro acordar dos próprios pensamentos, pegando o guardanapo que ele segurava em sua direção, escondendo a boca suja de molho do outro, que apoiou o rosto na palma da mão. — Mas continuando, eu já trabalhei aqui, mas antes eu era um pouco diferente.

— Tipo, usava roupas que você não queria e tinha o cabelo grande.... Adivinhei? — Perguntou receoso, vendo o ruivo concordar sem nenhum medo passar pelos olhos, fazendo os ombros de Park relaxarem. — Mas aqui é um lugar muito confortável, não sabia que existia um lugar desse ao lado da faculdade — comentou, olhando ao redor e vendo os pequenos detalhes que deixavam tudo com uma ar de "casa da vovó. Entre, aqui a comida realmente é boa".

— Tinha que ser, meus bisavôs moravam aqui antes de terem os filhos, só quando a casa foi distribuída para os filhos que eles decidiram fazer um restaurante com as receitas da minha bisavó e assim esse lugar nasceu, há alguns anos. — Baekhyun explicou calmo, a colher cheia de comida se movimentando enquanto ele falava. — Minha vó ficou como dona de tudo, já que ela era a única viva e depois passou para os filhos dela... Todos os meus tios trabalharam aqui uma vez na vida, mas só o meu padrinho ficou como dono. — Enfiou a colher na boca, vendo o maior concordar com a cabeça, achando interessante como o outro parecia interessado em contar tudo aquilo. Era uma coisa fofa demais para não se prestar atenção.

— Com quantos anos trabalhou aqui? — Perguntou curioso, enfiando a última colherada na boca, vendo o outro cobrir os lábios com o dedo.

— 15 anos — disse, de boca cheia mesmo, sorrindo ainda meio mastigando. — Foi uma fase bem complicada, digamos. Eu nem ao menos tenho fotos minhas nessa idade.

— Deveria ser lindo — Chanyeol comentou, encarando o outro, que desviou o olhar envergonhado. — Nossa, eu tenho quase toda a certeza do mundo, que desde quando você era criança, acho que desde quando era um bebê de colo, era o ser humano mais lindo... Porque, poxa, eu passaria horas e mais horas apenas te olhando.

— Chanyeol, para com isso. — Baekhyun sentia as bochechas esquentarem ainda mais com as palavras dele, até mesmo com o olhar que ele lhe jogava, o fazendo querer escorrer por aquele banco e se esconder debaixo da mesa. Mas tinha quase a total certeza que se fizesse isso, Chanyeol iria para baixo da mesa perguntar o motivo deles estarem se escondendo.

— Eu paro se você deixar eu pagar a sobremesa, tudo bem? — Perguntou risonho, a voz rouca fazendo o mais velho relaxar e se arrepiar ao mesmo tempo, os olhos vacilando para os lábios grossinhos, os mesmos que tinha beijado dentro do banheiro há quase uma hora atrás.

— Pode ser — disse baixinho, levantando o olhar para ver os olhos do outro, que deu um sorriso de lado, piscando um dos olhos em sua direção antes de se levantar com os pratos dos dois. Nunca tinha levado uma pessoa com quem estava ficando, ou em um relacionamento para aquele lugar. Sempre preferiu mantê-lo como um ambiente só da sua família, como se fosse um segredo muito vergonhoso, mesmo que não sentisse vergonha de nada. Mas lá estava ele, vendo o homem grande que Chanyeol era colocar o prato na pequena janela que dividia a cozinha industrial do resto do restaurante, conversando todo animado e sorridente com um dos funcionários.

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