Capítulo 13 - O garoto

110 20 5
                                    

Dias depois

— Ele me convidou para ir a casa dele no próximo final de semana — Baekhyun disse calmo, caminhando ao lado da melhor amiga no hospital, os cabelos cor-de-rosa presos em um coque firme enquanto ela fingia prestar atenção no que o mais novo falava. — Vai ser aniversário dele e eu já pensei no que vou comprar, provavelmente vou me endividar no meu cartão — reclamou, pegando uma ficha, indo procurar os remédios que o paciente iria tomar no soro.

— De novo, dá última vez você gastou no cartão com os álbuns da Taeyeon — provocou a mulher, adicionando ao computador o que estariam tirando do estoque, colocando no carrinho para ir ao quarto da criança que iriam atender. — Mas vai comprar o quê?

— Segredo — respondeu, caminhando ao lado da amiga que empurrava o carrinho, observando os poucos pacientes presentes naquela manhã. — Mas não era sobre isso que eu queria conversar com você — segredou, passando as mãos pelos cabelos, vendo Yeri lhe encarar pela primeira vez em toda aquela manhã, os olhos curiosos avaliando todo o rosto do mais novo, que tinha os cabelos bagunçados. — Mas isso depois, tudo bem? Pelo menos atender essa criança, já que a senhorita pediu a minha ajuda.

— Me falaram que estavam com dificuldade para achar a veia dela — Yeri disse rindo, batendo na porta e ouvindo responderem, abrindo-a e vendo a menina de cinco anos deitada na cama hospitalar, assistindo algum desenho enquanto a mãe continuava sentada na poltrona ao lado da filha. Normalmente não ficavam naquela área do hospital, não nos pacientes operados, mas pela primeira vez Byun aceitou ir, sorrindo para a menina que desviou a atenção na televisão para olhar os cabelos coloridos dos dois enfermeiros.

Baekhyun naquele momento lavava as mãos, enquanto a amiga fazia as mesmas questões de sempre, tirando a temperatura e a pressão da criança, Byun se preparava, ainda sorrindo enquanto colocava as luvas e ia ao lado da criança, vendo a mão inchada de tanto remédio na veia.

— Vamos tirar esse acesso? — Perguntou baixinho mais para a criança, vendo a mesma concordar calma, ainda meio sonolenta. Tinha realmente uma paixão por cuidar especificamente de crianças, por isso iria se especializar no pré-natal, no máximo na ala pediátrica. Tirou o acesso com calma, pressionando o pulso da criança com calma e colando um curativo de bichinhos na mesma, um que sempre carregava consigo. — Eu vou ir com calma, tudo bem? Não vai acontecer nada, eu prometo — disse baixinho, vendo a menina concordar ainda mais sonolenta, vagando os olhos de Baekhyun para a mãe, da mãe para a outra enfermeira que preparava os remédios.

Baekhyun ainda sorria quando conseguiu fazer as coisas, ouvindo a conversa que se instalou entre a mãe da menina e Yeri, que riu alto quando se agachou no carrinho, pegando alguns bichinhos de pelúcia que tinham ali, pendurando um ursinho em um dos remédios que ela ia tomar enquanto Baekhyun colocava outro acesso. Era quase como se Baekhyun conseguisse se ver fazendo aquela coisa para o resto da vida, vendo o sorriso da menina quando avisou que iria colocar o remédio e que nada de ruim ia acontecer, que logo ele apareceria de novo para caminhar com ela pelo hospital.

— Mãe, qualquer coisa que precisar ou se acontecer o mínimo detalhe, pode chamar, entendeu? — Baekhyun disse tirando as luvas, olhando para a menina que concordava junto com a mãe. — Qualquer coisinha, entendeu? — Perguntou novamente, vendo as duas concordarem antes de se despedir, saindo do quarto junto com a melhor amiga, que tinha um sorriso fofo no rosto. — Que foi?

— Você é tão maravilhoso no que faz, sério — Yeri disse aumentando o sorriso, apertando as mãos no carrinho toda envergonhada. — Falaram que ninguém estava conseguindo achar a veia dela ontem, e que ela chorou muito, tanto que o braço dela está roxo — contou, encarando o melhor amigo que apenas continuou sério. — Você achou de primeira e ela nem ao menos chorou, sabe, acho que você nasceu mesmo para isso — completou, olhando para o melhor amigo que abriu um sorriso tímido, apenas concordando enquanto continuavam a olhar. — Mas agora me diga, o que você queria conversar comigo?

Linha VermelhaOnde histórias criam vida. Descubra agora