Capítulo 6 - Vagões abandonados

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Chanyeol se sentia um bobo estando de frente para o menor com aquele sorriso bonito que ele tinha nos lábios pequenos. Se sentia um completo idiota por estar levando as mãos geladas até o cachecol dele e o colocando em cima da cabeça, para cobrir as orelhas e ver as bochechas tomando um tom rosado.

Mas não tinha como não fazer aquilo, como não se sentir assim e acabar sorrindo junto com o outro, que procurou por sua mão assim que colocou-se ao seu lado novamente. Não tinha como não se sentir bem ao ter seus dedos entrelaçados aos pequenos de Baekhyun, sentindo a palma quente dele contra a sua enquanto caminhavam em silêncio pelas ruas, como se quisessem matar o tempo para conseguirem ficar mais tempo um ao lado do outro, ainda que sem falar nada.

A neve estava começando a engrossar quando passou o braço ao redor do menor do mesmo jeito que fez antes, o puxando para perto enquanto o céu entrava em uma mistura de alaranjado com um roxo bonito, fazendo o engenheiro suspirar enquanto olhava para o vasto céu, os olhos vacilando assim que virou o rosto, vendo que Byun já lhe olhava. Nunca pensou em sua vida que estaria em uma situação como aquela, com uma pessoa que conhecia a poucos dias e que tinha encontrado em um dia de rush, nunca em sua vida pensou que seu coração fosse bater tão rápido por um homem, que fosse achá-lo mais bonito que o céu que límpido sobre sua cabeça.

— Quer ver o pôr-do-sol? — A pergunta escapou pelo lábios grossos de Chanyeol, que ainda encarava o ruivo, este que tombou a cabeça para o lado, mordendo o lábio inferior enquanto seguiam caminhando meio sem rumo. Tinham acabado de sair do cinema e estava frio ali fora, mas não queria perder a companhia do mais novo tão rápido, queria aproveitar até os últimos segundos.

— Vai me levar a um dos seus lugares especiais? — Baekhyun devolveu a pergunta, aumentando seu sorriso, vendo o maior concordar tímido, os óculos meio embaçados pelo frio e pela respiração quente dele, assim como a ponta do nariz estava rosada pelo vento frio. — Se continuar a me levar a lugares especiais, vou realmente achar que sou a sua pessoa favorita.

— Mas você é — cortou o pensamento do mais velho, o puxando para mais perto enquanto olhava ao redor, fazendo os dois pararem de caminhar e atravessarem a rua com cuidado, seguindo um caminho diferente da estação que deveriam pegar para ir embora. — Eu não menti quando disse que você está se tornando a minha pessoa favorita, e quero que se torne — confessou baixinho, seguindo um caminho que a um bom tempo não fazia, vendo as casinhas residenciais acenderem as suas luzes assim como os postes. — Mas, Baek, nós precisamos ir um pouco mais rápido, tudo bem? — perguntou, soltando o outro do abraço, vendo o mesmo lhe encarar com os olhos brilhando, desviando eles para encarar o céu colorido, entrelaçando seus dedos pequenos nos de Chanyeol, que abriu o maior sorriso que conseguia, o puxando com força quando se pôs a correr, fazendo o cachecol que cobria os cabelos vermelhos voar, deixando os flocos de neve pintarem a imensidão vermelha.

Fazia anos que não corria, que não seguia aquele caminho e agora estava o fazendo enquanto segurava a mão de uma pessoa incrível, sentindo o peito acelerar, mas nunca saberia dizer o motivo exato daquilo.

Olhava para trás algumas vezes, vendo o sorriso grande e o riso solto do mais velho que segurava o cachecol com a mão livre enquanto a mochila pulava nas costas, o fazendo rir ainda mais e tirar risadas altas de Park, que o puxava para mais perto, seguindo um caminho estranho na visão do ruivo, que pela primeira vez não tinha medo do que poderia acontecer consigo ao apenas se deixar levar por uma pessoa, por um homem como Chanyeol.

— Eu juro que você vai amar. — O mais alto disse. parando aos poucos de correr, entrando em uma rua deserta e sendo seguido por Baekhyun, que lhe apertou a mão, receoso com a pouca iluminação naquele lugar. — Não precisa ter medo, eu não vou fazer nada — sussurrou quando sentiu o corpo do menor se aproximar do seu, respirando pesado pela corrida enquanto céu começava a ficar escuro. — E eu acho que a gente perdeu o pôr-do-sol...

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