Plenitude

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Marcela Mc Gowan

Quando trabalhamos com algo que gostamos todos os nossos processos de criação acabam sendo melhores do que o normal, as horas passavam nos momentos exatos e até poderia ousar dizer que passava mais rápido que o normal. Era extremamente prazeroso observar e ver criando vida cada projeto que se desenvolveu.

O que eu fazia era um englobamento da concepção, do projeto, construção e manutenção de todas as possíveis infraestruturas necessárias ao bem estar e desenvolvimento de uma sociedade, além de buscar sempre a preservação do ambiente natural.

Sentia-me maravilhada ao observar criações de edifícios importantes, pontes, tuneis entre tantos outros tipos de estrutura saindo de um papel e tomando formas.

Apesar de ser algo extremamente complicado onde um bom profissional tem que possuir uma habilidade de comunicação e principalmente tem que ser capaz de analisar racionalmente os fatos, deixando para trás o lado pessoal e adotando a sociedade como bem maior, afinal nossas obras influenciam a sociedade, era bom. E assim como toda profissão tinha seu retorno.

Estávamos em uma semana difícil onde eu precisaria demonstrar toda minha capacidade de criação em uma única reunião com uma empresa do exterior. Podia sentir minha cabeça rodar de tanta informação que passava por mim em questão de segundos e colocar em um papel para finalmente começar a desenvolver. Estava difícil.

O silêncio em casa ajudava a manter minha concentração, entretanto ainda me perdia em pensamentos ao observar Gizelly sentada ao longe com Alessia em seu colo e Liz ao seu lado aprendendo diversas histórias. Minha noiva possuía um conhecimento e um dom único ao pôr em palavras ditas o conhecimento que possuía em seu cérebro. Era magnifica. Eu sempre acreditei que realmente nascemos para nossas profissões, e ao vê-la explicar, apenas firmava meu pensamento. A morena era louca pelo que fazia e isso me orgulhava.

Sua cabeça levanta rapidamente e nossos olhos se encontram e eu vejo um sorriso singelo surgir em seus lábios, a mão de Alessia acariciava seu rosto e fazia meu peito transbordar de felicidade ao ver aquela cena.

- Por que vocês não ficam aqui enquanto a mamãe vai a cozinha rápido? - Questionou as meninas que rapidamente concordaram com ela. - Faremos uma pausa e depois voltamos.

A morena colocou Alessia sentada devidamente ao lado da irmã e levantou ajeitando sua postura impecável ao andar em minha direção, nossos olhos nunca se afastam e seu sorriso não se desfaz. Eu amava aquela mulher com tudo que existia em mim, seus cabelos pretos estavam presos em um coque no alto da cabeça e alguns fios caiam moldurando seu rosto e dando-me a oportunidade de observar a mais bela obra de arte.

- Meu bem, você quer ajuda em alguma coisa? - Perguntou quando sentou ao meu lado logo após deixar um beijo em minha bochecha. - Estamos fazendo barulho? Estou te achando perdida.

- Eu estou totalmente fora de foco, Gi. - Suspirei deixando meu ombro cair e um sorriso triste escapar. - É um projeto extremamente importante para a empresa.

- Você tem em sua mente muita coisa e a pressão que está pondo em você está te afetando. - Seu sorriso era doce e sua mão buscou pela minha para entrelaçar nossos dedos. - Tente respirar fundo e se concentrar na parte de sua mente que possa lhe trazer inspirações.

- Vou fazer isso. Obrigada por me acalmar, meu amor. - Levei sua mão entrelaçada a minha até a boca e beijo seus dedos delicadamente vendo seu sorriso aumentar.

- Talvez ajude. Vou levar as meninas para outro lugar e depois terminarei de explicar algumas coisas, vou deixa-la um pouco só. - A serenidade em seu rosto tranquilizou meus pensamentos. - Se precisar de mim basta chamar. Amo você. - Sussurrou e se afastou calmamente até as meninas.

Entrelinhas | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora