Pontas Soltas

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Tive uma folguinha e voltei mais rápido mamaram?

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Gizelly Bicalho.

Saímos da casa e logo após arrumar as meninas devidamente em seus lugares, partimos em direção ao apartamento delas. O silêncio no carro não era desconfortável, entretanto estava longe de ser acolhedor. No rádio tocava uma das milhares playlists que passei a salvar por causa delas.

Era a primeira vez em que eu estava sozinha com minhas enteadas, fiquei pensando no que Marcela disse por mensagem: "Qualquer coisa, me liga, se tiver algum problema com elas, eu resolvo". Com todo respeito que tinha por sua função de mãe: de jeito nenhum! As pequenas estavam comigo, eu respondia por elas. Era obvio que, se houvesse algo realmente sério, ela seria a primeira a saber. Caso contrário, que ficasse descansada.

O caminho até o apartamento foi tranquilo, Liz e eu apenas trocávamos algumas palavras, a menina era inteligente e sabia falar de diversos assuntos. Em um determinado momento contou da pequena descoberta que havia feito relacionado ao sol. Me assustava o fato de uma criança de dez anos entender perfeitamente como funciona o nosso sistema solar, apenas em acompanhar uma pequena reportagem, mas enchia meu peito de orgulho ouvi-la falar sobre.

Alessia se comportou direito até aquele momento. O que ocorria era que em grande parte do tempo ao meu lado, a menina havia ficado calada, não desobedecia e não dava confiança para eu avançar um sinal. Preferi respeitar o silêncio e espaço dela. Assim que abri a porta, a vi correr para o sofá jogando-se nele e pedi a Liz que pegasse os livros para eu ensiná-la os trabalhos escolares.

- Você quer ver televisão, meu anjo? - Perguntei a menor pegando o controle sobre a mesa de centro.

- Quero, tia. - Falou esticando-se sobre o assento. - Que horas a minha mãe chega?

- Só mais tarde, vou ficar com você e sua irmã enquanto ela não chega. - Respondi colocando em um canal de desenho. – Vou pegar alguma coisa para você comer.

- Tia? - Liz chamou minha atenção. - Posso brincar um pouco antes de estudar?

- Uma hora de brincadeira, pode ser? - Questionei e sua resposta foi envolver os braços em minha cintura. Nos abraçamos, apertando uma à outra e a sensação do seu corpo contra o meu foi como um pouco de aquecedor em um dia de inverno. Ela estava com o mais suave cheiro de perfume, um que eu podia adivinhar, me fazia pensar em Paris. - Está cheirosa meu amor. - Dei um beijo em sua cabeça.

- Tia Lana me deu esse perfume. - Disse largando-me com um sorriso no rosto. - Vou pegar minha boneca no quarto. Quer brincar, Alessia?

- Tô vendo desenho, Liz. - Falou tentando dar cambalhotas sobre o sofá. Ela não conseguia ficar parada por muito tempo. - Tia Gi, tá na frente. - Resmungou me fazendo rir.

Fui em direção a cozinha, preparei rapidamente um pouco de leite quente e coloquei alguns biscoitos em um prato, em seguida fui levar para a criança. Liz já estava sentada no tapete com duas bonecas, mas Alessia cismava em atrapalhar sua brincadeira querendo uma delas. Entreguei o prato a pequena, para evitar que derrubasse a bebida no sofá deixei o copo sobre a mesinha.

- Liz pegou minha boneca! - Disse choramingando esperando que eu fizesse algo. - Eu não dei pra ela.

- Mas você pode emprestar já que não está brincando. - Rebati calmamente vendo-a ir para cima da irmã para tentar pegar o brinquedo. – Depois ela te devolve.

- Me dá, Liz... é minha... - Pedia segurando o braço da maior para alcançar a mão. - Eu quero ela.

- Alessia, deixa de ser chata! Você falou que não queria brincar e eu disse que pegaria a boneca.

Entrelinhas | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora