Não Há Como Dizer Adeus

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Enrolei, mas saiu!

Amei ver as teorias nos comentários do capítulo anterior, vocês não sabem o quão feliz eu fico vendo o envolvimento de vocês com a história.

Votem e comentem ok?

~

"E até hoje, eu acredito que, na maior parte do tempo, o amor é uma questão de escolhas. É uma questão de tirar os venenos e as adagas da frente e criar o seu próprio final feliz."

Marcela Mc Gowan.

O silêncio presente naquela igreja era ensurdecedor, a minha respiração era a única coisa realmente audível no momento que parecia realmente gritar aos ouvidos de todos os presentes, olhos arregalados estavam virados em minha direção e eu podia vislumbrar alguns sorrisos, sabia identificar que eles vinham dos meus amigos.

As lágrimas percorriam o contorno da bochecha de Gizelly e caíam em seu vestido o manchando. Permanecíamos numa troca intensa de olhares e eu podia visualizar lâminas cortando o breu da noite que eram seus olhos.

Todos os presentes que não conheciam a verdadeira essência do nosso amor estavam assombrados pelas verdades em minhas palavras anunciadas em alto e bom som. Gustavo se refugiava dentro de si e por um instante me amaldiçoei por magoar meu amigo, mas aquela segurando a mão dele era a mulher da minha vida, não havia como permitir que prosseguissem com o cômico casamento.

O momento insistia em se eternizar e durante o embate de segundos, meu amor com a morena parecia estar se reciclando, as almas estavam se reconhecendo mais uma vez.

- Gi, você perturbou toda a história que construí para mim um dia, mas ao mesmo tempo deu sentido a ela. Não posso lhe prometer que jamais errarei em relação a você, sou humana e falha, erros irão acontecer, mas posso prometer que a amarei incondicionalmente todos os dias da minha vida. – As palavras saíam da minha boca sem que eu realmente conseguisse segura-las, enquanto Bicalho permanecia parada, sua mão já não segurava mais a do Gustavo e com um passo hesitante fui em direção ao altar, aprisionando em cárcere meu orgulho. – Deixa a gente ser arco íris após longos anos de tempestades.

- Marcela... – Seus passos são incertos em minha direção, ela estava desconcertada. Podia ver que a morena sabia que eu estava certa e não poderíamos viver uma sem a outra, mas infelizmente tinha medo e dificuldade de admitir permitindo-se mudar.

- Gi, meu amor, o Padre está esperando. – Gustavo segurou seu braço de maneira firme e eu percebi a mesma estremecer em meio a sua indecisão. Seus olhos abandonaram os meus pela primeira vez e seu rosto tornava-se a virar para o noivo que sorriu docilmente. - Podemos sobreviver a isso também! Sei que vive em outro universo, entretanto posso adentrar nele e cuidar dela como sempre fiz.

Gustavo não entendia, os dois viviam uma batalha individual diferente, ele lutava para tê-la acima de qualquer coisa e sentimento, já ela não estava mais presente e talvez não voltasse a estar, mantinha-se imersa em seus próprios conflitos e dividi-los com Gustavo não era sua prioridade. Havia chegado uma hora que não dava mais.

Que não adiantava insistir, ir atrás e continuar se iludindo com algo que não iria mudar, mas o noivo persistia. Talvez ninguém entenda, porém creio que sentia medo em ter que aprender a reviver sem Gizelly ao seu lado, talvez ninguém entenda mais olhando com lupa é preciso ter coragem para amar a si mesmo e saber abrir mão.

Entrelinhas | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora