Entrelinhas | Gicela

Fases

Vocês me perdoam pelos sumiços né?? Eu demoro, mas volto hahaha

Votem e comentem, por favor!

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"Não é aquele amor superficial, muito menos aquele passageiro, é aquele que a gente leva para a vida, pois nem se quiséssemos poderíamos evitar..."

Gizelly Bicalho.

Somos corpos que ocupam espaços, mas em determinado momento me perguntava qual espaço que estava ocupando. Eu existia, vivia, resistia a perdas e recomeços, mas continuava buscando motivos e os porquês de tudo acontecer da forma como aconteciam e de estar aonde estava. Era confuso, eu sei. Talvez eu acreditasse que nada na vida era por acaso, mas as coisas aconteciam em uma velocidade desenfreada e acabava se tornando difícil buscar justificativa para tudo.

Não queria que achassem que o que eu falava era uma verdade absoluta, mas estamos nesse plano para viver e sentir, e as coisas, muita das vezes, acontecem apenas porque elas acontecem, e não porque elas precisam acontecer. Ok? Existe o "mal necessário", mas ele pode não ser tão necessário assim.

Podia aprender muito sobre mim ou sobre o outro sem precisar sofrer, a dor nem sempre era necessária. Aconteceu alguma coisa na sua vida que te confundiu? Há alguém na sua vida que te confunde trazendo desestabilidade? Você sente aquela necessidade absurda de rotular ou segmentar tudo entre "certo ou errado" ou "bom e ruim"?

Tudo bem, é compreensível o fato de querer clareza em tudo que se vive, mas não deixe que tudo isso te prive de fazer a única coisa que você precisa fazer independente de tudo. Não deixe que o medo, a dor, o amor, a confusão, o rancor ou qualquer outro sentimento, te prive de viver. Viva! Nossa humanidade é bonita demais e merece ser apreciada, não sorria por obrigação para mostrar que está feliz, mostre os seus dentes porque realmente deseja torná-los evidentes.

- Titchela, me explica como consegue aguentar essa barulheira quase sempre? - Manu referia-se as crianças fazendo da sala da minha avó um parque de diversões. - Não sabem falar baixo e por isso não param de gritar um instante.

- São seus sobrinhos, Manoela! - Gabi disse enquanto ninava o Diego, ele já estava quase dormindo. - Você ainda tem sorte de não mandarmos todos para o seu apartamento, imagine os seis contigo?

- Quando baterem na minha porta fingirei que não estou em casa, são mini-terroristas. - Olhou para Zayra que pulava lateralmente do quinto degrau da escada na sala caindo em uma cama elástica protegida por redes. - Essa criança vai se machucar.

- Zayra!! - A mãe gritou em tom repreendedor assustando Tito que estava em meus braços. - Pare com isso agora, pois se Amanda e Alessia resolverem querer fazer o mesmo você ficará de castigo. - Quando a menina ia abrir a boca para contestar a loira a impediu. - Feche o bico, não quero escutar um piu seu!

- Tia, a Amanda não quer emprestar a barbie. - A menor veio em minha direção reclamando da minha afilhada. - Queria brincar só um pouquinho. - Disse manhosa fazendo-me sorrir.

- Manda, empreste um pouco sua boneca para a Alessia, por favor, meu amor. - Falei com jeitinho vendo-a olhar para mim com seus castanhos, era tão doce que lançou um sorriso carinhoso atendendo ao meu pedido. - Vai lá pegar a barbie.

Manu pegou a chupeta de Tito que havia caído ao chão, levantou-se bruscamente fechando o jornal com uma das mãos e pegando a caneca de café sobre a mesinha com a outra. - Deixarei na cozinha para limpar depois.

- Aproveita e veja se a mamadeira de leite do Tiago já esfriou. - Pedi enquanto Gabi sentava-se no seu lugar, recostando na cadeira arrumando o bebê em seus braços. - A Teresa estava fazendo, acho que esqueceu de trazer por estar aprontando o almoço.