Tudo O Que Eu Quero

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Já que vocês bateram a meta do mutirão, vim com a continuação do capítulo anterior para vocês. Continuem nesse ritmo para vermos nossas meninas felizes.

Não esqueçam de votar e comentar no capítulo

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Marcela Mc Gowan.

Eu sentia o vento gelado bater em meu rosto e podia sentir o tempo me convidando para dançar. O relógio batia descompensado em meu pulso e mostrava-me que o tempo de todos os fantasmas que habitavam em mim haviam indo embora, entretanto, o relógio me chamava para mostrar que a partir daquele momento eu deveria curar Gizelly de seus medos sombrios e fantasmas.

A minha volta trouxe a ela complicações em sua crise de ansiedade e assim como culpada por tal fragilidade da morena, eu também deveria ser responsabilizada pela cura que queria lhe proporcionar.

Queria dividir momentos felizes com ela, para que assim se sentisse amada e valorizada. Daria a ela confiança em nosso relacionamento e cresceríamos juntas, como deveria ter sido desde o início. Teríamos a tranquilidade de um envolvimento honesto, queria que fossemos verdadeiras o suficiente uma com a outra para que no final a escolha sempre fosse a mesma, permanecermos unidas.

Repetiria incansavelmente até que fosse capaz de acreditar. Senti um corpo colidir com meu ao finalizar meus pensamentos distorcidos e vi Alessia sorrindo. Busquei-a com meus braços e puxei seu corpo para mim a colocando no colo.

- Marcela, você vai deixar essa menina muito mal acostumada. – Mari se pronunciou enquanto me observava beijar e abraçar Alessia desesperadamente. - Liz, sua mãe veio buscar vocês.

- Vamos para o nosso cantinho, meu amor? – Perguntei abobalhada para a pequena que riu da minha voz e da minha cara.

Sempre seria assim, um dia longe das minhas filhas era suficiente para me transformar numa mãe bobona, que para quem olhasse de fora acreditaria que meses tinham se passado desde a última vez que estivemos juntas.

- Liz, vem! A mamãe está aqui. – A pequena gritou para irmã que vinha segurando a mão de Amanda sorrindo alegremente. Minhas filhas mantinham uma amizade inquebrável com as filhas das minhas melhores amigas e eu não poderia ser mais grata que isso.

- Obrigada por cuidar delas, Mari. – O sorriso em meu rosto era a confirmação de que tudo estava a mil maravilhas e eu finalmente estava permitindo que minha vida andasse para frente. - Desculpa por não ficar mais, prometo voltar em breve para conversamos.

- Só espero que não se esqueça da gente agora que tem seu amor junto contigo, tenho muitas coisas para te contar também. – Ela piscou para mim. - Tchau, princesa, nos vemos logo. – Depositou um beijo na testa de Alessia e abaixou para beijar Liz várias vezes no rosto e espalhar gargalhadas no ar. - Até logo, pequena.

- Tchau, Tia Mari. – As duas falaram em uníssono.

Por vezes eu sentia um sentimento de estar completa sem verdadeiramente estar ao longo de todos esses anos. Eu me sentia preenchida, entretanto ao mesmo tempo eu sentia um forte dor no peito me acertar, e aquilo se chamava saudades de Gizelly Bicalho.

Mas naquela manhã em que o dia se encontrava extremamente frio e cinzento, eu podia ver o sol entre nuvens, era capaz de escutar o canto dos passarinhos em meio ao caos que se formava na cidade. Barulho de buzina e pneus em contato com o chão aos meus ouvidos se tornavam uma bela melodia.

Dizem que quando você muda o mundo muda contigo, eu queria dizer exatamente isso, pois de fato eu podia sentir o mundo mudado após a minha transformação na noite anterior. Depois de finalmente voltar a pertencer ao meu lugar.

Entrelinhas | GicelaOnde histórias criam vida. Descubra agora