Sufuco, dor, água, frio, tensão, lágrimas.
Dor, tensão, sufuco, água, lágrimas, frio.
Água, dor, lágrimas, tensão, frio, sufuco.
Desespero. Desespero... Desespero!!
Em somente em míseros segundos, eram essas palavras que definiam o estado do meu ser. Do meu corpo. Do meu coração. Da minha mente.
Me debatendo incontrolavelmente nas águas esmagadoras de gelo, eu tentava revidar toda a força brutal que o telecinéticos estavam para comigo. Tentando me afogar, fazendo com que as águas me sugassem mais e cada vez mais para o fundo. O fundo do poço, o fundo que me levaria para a morte.
Em tantas vezes que eu tentava me defender dos poderes dos seis Dandium. Eu acabava deixando os cavalos marinhos incomodados, principalmente pelo fato de eles estarem suportando a presença de uma intrusa como eu. Se esbarravam em mim, me espetando em tamanha exasperação e nervosismo, até porque eu estava os jogando e os batendo sem intenção alguma, apenas porque eu queria sobreviver.
"Sobreviver". Era isto que o imperador decretou para nós estrangeiros, então eu tinha que fazer de tudo para sobreviver!
Sobreviva! Sobreviva, Jéssica!! Sobreviva!!! Sobreviva... por favor!
Minha telepatia não funcionaria de modo algum neste caso, então tudo que eu tinha era de me recorrer ao meu totem magnífico. O único que eu poderia confiar no momento para me salvar.
Então, resolvo agir, sentindo a vibração dos meus pensamentos em tentativas sequenciais de se conectar ao acessório:
Oi, totem, quero me teletransportar, por favor!
Enquanto eu fazia de tudo pra recobrar minha respiração e a deixar em uma forma estável, a resposta de uma voz robótica e ao mesmo tempo arcaica veio mais rápido do que pensei:
Oi, senhorita, Jéssica! Está faltando as indicações para que eu finalize o teletransporte.
O que?!?!?!
Os tópicos a serem seguidos, senho...
Me desliguei drasticamente do meu colar mágico. Porque foi desse jeito que o meu "O que?!?!?" me despedaçou. Que permitiu que eu descontrolasse à continuação da minha respiração saudável. Que permitiu que eu optasse por uma atitude inútil de me debater com mais inquietude nas águas. Que autorizou a entrada do líquido gelado nos meus pulmões doloridos e fracos. Que gerou câimbras e deixou as partes do meu corpo fatigadas. Que não bloqueou à entrada das águas no meu cérebro, frouxando os meus neurônios e matando meu raciocínio.
Afinal, àquele sorriso desgraçado do imperador Lunj não foi à toa, o qual sabia que eu não tinha chances alguma de sair daquela imensidão das águas. O qual sabia que eu ainda não havia aprendido como me teletransportar e usar da maneira correta um totem nas aulas do Centro de Aprendizado. O qual sabia que eu não fui treinada para escapar de um afogamento feroz.
Todas partes do meu ser estavam devastadas e fracassadas, até mesmo um tendão do meu dedinho do meu pé.
E assim, eu desisti! Relaxei meus braços, minhas pernas, boiando naquela aquela água supérflua. Me retirei de mim mesma, me afastando do meu coração turbulento e da minha mente ondulante, me desprendendo de todas as minhas palpitações.
Estava eu, existindo, em uma vida não vivida. Em um coração, em uma mente e em um corpo que estavam apagados. Só restava eu, um eu que implorava reiteradas vezes por ajuda. Sabe aquela parte de mim única que sempre sei quando manifesta em todo meu ser? Aquela parte que sempre têm esperança e está cheia de ideias solutivas para todas as áreas da vida. Ela estava solitária sem as outras partes que lhe faziam companhia. Ela estava... só eu.
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Os Adamantinos De Sangue E Neve
FantasíaToda a verdade nunca é dita. Principalmente neste mundo onde há mistérios perambulando por toda parte. Há anos a humanidade vem se esforçando para descobrir o sentido da criação do mundo e o motivo da existência de todos os seres vivos. Ao longo da...