Gulf não sabia o rumo que sua vida tomaria, mas o ômega sabia que assim que tomou a estrada, tentando fugir dos mortos vivos que queriam a sua carne, que sua vida não seria mais a mesma. Ele fugia tentando de tudo para sobreviver ao apocalipse, até...
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Gulf se sentia tonto, o balanço do mar o deixava enjoado facilmente. Não podia deixar de fazer careta quando sentia seu próprio cheiro, ele fedia e a água salgada onde nadou deixou tudo pior ainda, seu cabelo já duro de oleosidade agora parecia pedra.
— Você estava se escondendo sozinho como? — Ele pulou quando a voz grossa do outro entrou em contato com seus ouvidos. Mew falava muito com os outros dois no barco, Gulf tinha sido deixado de lado por não saber falar a língua deles. Agora que os dois estavam conversando baixo entre si e quase dormindo, o outro decidiu falar com ele.
— Eu dormia em latas de lixo e ia escondido a pequenas lojas pegar comida. — Ele deu de ombros com se aquilo não fosse - e não era – difícil.
— Cadê sua família? — Gulf sentiu seu coração apertar com aquilo. — Desculpe, não queria ser invasivo. — O outro sorriu sem graça e continuou remando para quem sabe onde.
— E você está sobrevivendo como? — Gulf perguntou curioso.
— Estava fugindo de uma horda de zumbis quando corri para o mar como vocês. Quando achei essa canoa, só subi nela e remei como se minha vida dependesse disso. Foi quando eu olhei pra praia e percebi que eles não atravessam as águas. — Mew apontou para trás deles mostrando aqueles mortos vivos na praia grunhindo como se tivessem com raiva por perder sua comida do dia.
— Obrigada por me salvar de lá. — Gulf sentiu suas bochechas ficarem rosadas e quentes, ele geralmente não era alguém que ficava assim na frente de outras pessoas, mas o homem em sua frente o deixava tímido.
— Quanto mais pessoas salvarmos melhor. — Gulf juntou as sobrancelhas em confusão.
— Salvarmos? Você é casado ou algo assim? — ele não sabia como nem porque, as palavras só pularam da sua boca.
— Ah, não. — Mew gargalhou como se fosse uma boa piada. — Já, já chegamos lá.
Gulf queria que qualquer que fosse esse lá, que tivesse água e uma cama confortável onde pudesse deitar e dormir tão bem que ele poderia morrer na hora.
Não sabia quanto tempo tinha se passado, mas ele foi acordado com Mew o chamando. Quando olhou para frente e encontrou terra firme, saiu do barco às pressas, ele odiava aquilo e se possível nunca mais andaria de barco. Tinha apagado de cansaço, mas não mudava o fato de que ele odiava aquela embarcação.
A terra firme em sua frente tinha muitas árvores e mato, parecia que era uma ilha. Provavelmente "o lá de Mew" seria uma cabana de folha de bananeira e mato como cama, mas já seria muito melhor que uma lata de lixo.
Ele suspirou e começou a seguir os outros, Mew ia na frente sendo seguido por Yibo e Xiao e por fim ele. Xiao e Yibo pareciam ser bem próximos, eles viviam conversando entre si e se tocando. Gulf queria poder entender eles, já que eles aparentavam ser legais, e como um bom ômega ele gostava de amigar com as pessoas e as deixar confortáveis. Essa era uma das características que ele possuía e todos o julgavam por isso, ômegas deveriam ser comportados e quietos.
