Capítulo XIV

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A noite tinha passado devagar, como se estivesse em câmera lenta

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A noite tinha passado devagar, como se estivesse em câmera lenta. Gulf acordou no outro dia renovado e pronto para outra. Os demais residentes da casa se sentiam mal por sempre ser ele o cara que faz tudo e arca com todas as piores coisas.

Gulf ficou um bom tempo olhando através uma das janelas da sala. Mew podia sentir o ômega e podia também sentir em seus ossos o frio que circulava a casa.

— Você deveria parar um pouco com de se preocupar tudo isso. — Os braços do alpha circularam a cintura do outro, o trazendo para perto de seu corpo.

— Eu queria poder fazer isso. — Gulf sentia sua voz cansada. Cada dia naquela ilha era como um novo desafio. Quem diria que sua vida poderia virar um roteiro de série da Netflix?!

Mew não sabia o que dizer ao ômega para deixá-lo mais tranquilo e tirar toda a tensão que estava se acumulando e tornando seus músculos duros como pedras.

Os dois ficaram algum tempo ali, só aproveitando o calor que fluía entre os corpos de ambos. Podiam estar esgotados física e psicologicamente, mas sabiam que ao se encostarem e se abraçarem, a energia dos dois seria recuperada no mesmo instante.

As janelas tremeram na frente deles, quando uma intensa e gélida rajada de vento as atingiu com força. Eles se afastaram da abertura, sentindo o chão tremer também, o barulho das ondas batendo na costa era tão alto que todos podiam ouvir dali.

— Chegou. — Gulf falou olhando para fora como se visse algo além do que os olhos normais pudessem ver.

— O que chegou, Gulf? — Boun de longe era o mais preocupado dos Alphas ali. Ele tinha um filhote a caminho e isso assustava tanto o alpha, que ele poderia morrer com isso.

— Não se preocupe, vamos ficar bem.

— E como você pode garantir isso? — Boun tinha medo puro e solidificado em seus olhos castanhos e profundos.

— Ele não pode te garantir, mas eu posso. — Os olhos dourados com uma fina linha no centro (que lembravam muito os de gatos) olharam para ele, como se o humano o irritasse.

Boun desviou o olhar e engoliu a saliva com dificuldade. Você duvidar de alguém "normal" em uma situação de dia a dia já era frustrante, mas duvidar de um cara que possuiu um dragão dentro de si, é garantia que ele não iria gostar.

Os olhos deles voltaram para as janelas quando um barulho alto chamou a atenção de todos. Uma nuvem cinza, grande e pesada vinha da direção do mar, de encontro a casa deles. As rajadas de vento se tornaram mais fortes e os 5 se afastaram das janelas com medo que elas explodissem.

Gulf continuava onde estava antes. Ele sabia o que estava fazendo e o que era preciso fazer, por isso tinha arrumado tudo. As janelas superiores estavam protegidas, as portas e a casa não sairiam do lugar, não com as barreiras.

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