Capítulo 34

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LETÍCIA NARRANDO

A fila do banheiro estava enorme, o que me fez demorar a voltar para a mesa e rir ao imaginar o desespero da Lucero por minha demora, isso se ela não viesse atrás de mim, do jeito que estava mais protetora do que nunca. Logo voltei e a encontrei nervosa, primeiramente ela negou que estivesse acontecido algo, mas começou a chorar me fazendo ter certeza de que a magoaram. Chantal me contou o que aconteceu e eu senti meu sangue ferver de raiva. Desobedecendo a Lu, eu fui atrás do jornalista que a maltratou.

− Ei. – eu cutuquei o ombro do homem sem nenhuma delicadeza e ele se virou. – Posso saber o que você estava pensando quando insinuou coisas da minha mãe? – eu cruzei os braços.

− Perdão, senhorita, mas quem é sua mãe? – o homem perguntou confuso.

− Lucero Hogaza, seu sonso. – eu falei irônica e vi a expressão do homem mudar.

− Eu só estou fazendo meu trabalho. – o homem debochou.

− Eu estou vendo que você é um inconveniente, deve ter se formado porque comprou seu diploma, mas é uma pena que mexeu com a pessoa errada e acho bom você ter cuidado, porque eu posso acabar com esse seu trabalho assim. – eu estalei os dedos. – Vou agora mesmo procurar o chefe da droga de jornal que você trabalha, duvido que ele aprove sua atitude.

− Mas não precisa disso, moça... – o homem falava nervoso, mas eu o interrompi.

− Pensasse nisso antes de fazer ela chorar. – eu pisquei o olho.

Eu ia saindo, mas percebi que estávamos bem próximos da piscina e empurrei o homem, fazendo ele cair com tudo e todos olharem. Eu sabia que apesar de se mostrar arrependido pelo que fez, na primeira oportunidade ele publicaria aquela conversa e faria Lucero se sentir mal, então precisei dar um jeito de impedir isso.

− Ops, caiu. – eu fingi arrependimento colocando a mão na boca e rindo.

− O que está acontecendo aqui? – o gerente se aproximou.

− Essa menina é completamente maluca! – o repórter saiu da piscina, tentando se enxugar.

− Maluco é você! – eu respondi e me virei para o gerente. – Acontece que esse senhor maltratou minha mãe e agora ela está magoada.

− Eu não acredito nisso! − o gerente falou exaltado e parou para me observar por alguns segundos. – Espera, você é... – ele falava surpreso, mas eu o interrompi.

− Letícia Hogaza, filha de Lucero Hogaza. – eu sorri irônica e a boca do gerente foi ao chão.

Apesar de não usar o sobrenome de Lucero ainda, resolvi dizer para que ele tivesse certeza de quem eu era.

− Mas quem te deixou entrar com esse gravador? – o gerente perguntou ao jornalista.

− Isso não importa. Eu não quero nem sonhar que essa droga de conversa foi publicada ou então todos vocês vão me pagar.

− Me desculpe, Letícia, mas nós não tivemos culpa. Com certeza deu um problema na segurança, já que por esse lugar ser muito frequentado por artistas, proibimos jornalistas e repórteres de entrarem com objetos de trabalho justamente para isso não acontecer. Mas eu vou conversar com sua mãe e... –o gerente se explicava, mas eu o interrompi.

− De jeito nenhum vocês vão se aproximar dela, ela está muito nervosa e nós já vamos embora. Apenas quero que você reforce o tipo de segurança que coloca aqui. – eu falei e me virei para o repórter. – E não se preocupe, ainda não iremos processar, até porque provavelmente minha mãe não vai querer, mas fiquem sabendo que se fosse por mim, seu trabalho estava acabado. – eu enfatizei e fui ao encontro de Lu. – Pronto, já estou aqui, vamos. – eu a levantei e nós fomos andando abraçadas até o carro.

− Deixa que eu levo seu carro, Lu, a Chantal leva vocês. – Regina pediu e Lu apenas entregou a chave a Chantal e voltou a se apoiar em mim.

− Mas e seu carro, tia Rê? – eu olhei para Regina.

− Eu venho buscar com a Chantal, minha linda. – Regina sorriu e abriu a porta de trás. – Entrem.

Eu ajudei Lu a entrar no carro e entrei logo em seguida, deitando sua cabeça em meu ombro e afagando seus cabelos. Ela não chorava mais, mas se encontrava com o olhar perdido. Por mais que eu tentasse fazê-la não ligar para essas coisas, ela se magoava fácil. Nós chegamos em casa e ela entrou quase correndo, apenas acenando para Chantal e Regina. Eu suspirei.

− Pelo visto a noite será longa. – eu olhei para Chantal e Regina que continuavam paradas na porta. – Obrigada por tudo, gente. Apesar do contratempo, foi uma noite maravilhosa.

− Não precisa agradecer. – Regina piscou o olho. – Da próxima vez, faremos algo mais reservado pra evitar esse tipo de coisa. – ela falou e eu concordei.

− Vamos, Regina, Leti tem que ir cuidar da Lu. – Chantal beijou minha testa. – Até mais. – ela se despediu, Regina fez o mesmo e as duas saíram.

Eu tranquei a porta, liguei o alarme e fui ao meu quarto. Tomei banho em tempo recorde e corri ao quarto da Lu. Ela já estava deitada com roupa de dormir e fungava. Eu deitei ao seu lado e ela me abraçou imediatamente.

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Essa Letícia KKKKKKKKKKKK

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