Capítulo 30

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UMA SEMANA DEPOIS

Lu e eu nos arrumávamos para ir ao show dela que seria na Cidade do México mesmo. Lucerito e José Manuel saíram cedo com Manuel, eles não gostavam muito de acompanhá-la nesses lugares, mas eu adorava vê-la brilhar nos palcos, não era a toa que eu era fã dela desde criança.

− Está pronta, filha? – Lucero se virou para mim, sorrindo.

− Sim. – eu guardei a maquiagem na nécessaire. – Você está linda. – eu fui até Lucero, sorrindo.

Lucero usava um vestido preto exageradamente brilhoso e de mangas longas. Seus cabelos loiros com cachinhos perfeitos nas pontas desciam como cascatas pelas costas e pelos ombros.

− Obrigada, você também está. – Lucero passou a mão em meus cabelos.

Eu vestia um vestido azul rendado não muito curto, um pouco acima dos joelhos. Meus cabelos estavam jogados para um lado, também cheios de cachos naturais. Eu sorri, agradecendo a Lucero pelo elogio.

− Vamos? Ernesto já está nos esperando. – Lucero me chamou e eu assenti.

Eu peguei em sua mão, pois sabia como Lucero podia ser desastrada ás vezes, principalmente usando salto, e não queria que ela terminasse tropeçando. Nós entramos no banco de trás do carro, já que Ernesto e Alex ocupavam os bancos da frente. Depois dos cumprimentos e elogios que recebemos deles, partimos para a casa de shows. Logo chegamos e entramos para o camarim pela porta de trás para evitar a mídia, já que eles só a entrevistariam na hora certa, mas podiam ser bem inoportunos quando queriam e atrasar tudo. Lu foi direto jantar e eu me sentei no sofá, usando o celular.

− Por que está quietinha? – Lucero se sentou no sofá e me puxou para o colo. – Você sempre fica mais animada que eu quando tenho compromissos.

Isso era verdade. Em eventos de trabalho, meu lado Lucerina vencia o meu lado de filha, o que causava risos em todos com os meus gritos, os meus aplausos e até elogios como "gostosa" saíam da minha boca.

− Sua roupa vai amassar. – eu avisei, fazendo Lucero dar de ombros e me apertar mais, beijando meu rosto. – Porque hoje é o primeiro show lotado que eu venho como sua filha, antes eram só gravações só com equipes, e estou nervosa, não sei como seus fãs e principalmente a mídia vão reagir.

− Eu já falei para você não se preocupar, não vou deixar ninguém te maltratar, está bem? – Lucero prometeu e eu assenti, recebendo um beijo na testa. – Curte o show como sempre, sei que você ama. – ela sorriu e eu retribuí, a apertando mais no abraço.

Ernesto entrou junto com a imprensa minutos depois e nós nos levantamos. Lucero foi à parede mais próxima, pois era lá que seriam as entrevistas e eu permaneci sentada no sofá, a observando com um sorriso bobo. Podia apostar que eu fazia a mesma cara quando assistia a alguma entrevista dela pelo computador ou celular. Agora eu entendia como podia caber tanto amor dentro de mim, ela era minha mãe e para mim, a mulher mais linda do mundo. Como sempre, os repórteres começaram perguntando sobre a carreira e seus futuros projetos, mas logo partiram para a vida pessoal.

− E como anda a sua relação com sua nova filha? Sabemos que ela te acompanha em quase todos os projetos, inclusive está aqui hoje. – o repórter falava e eu me assustei ao ver o cinegrafista virar a câmera para mim, mas antes que me filmasse, Lu puxou o braço do homem calmamente.

− Se não se importam, gostaria de não expor ela, tudo bem? – Lucero forçou um sorriso e os homens assentiram, se desculpando. – Mas respondendo sua pergunta, nossa relação é maravilhosa, somos muito mais que mãe e filha, somos amigas. – ela sorriu me olhando.

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