LUCERO NARRANDO
Depois que minha menina entrou para ser examinada, eu não consegui cumprir a promessa que fiz a ela e desabei sentada na sala de espera. As pessoas passavam ali, me olhavam assustadas, mas nem ousavam se aproximar. Eu nem ligava se no outro dia eu poderia ser notícia em todos os sites e revistas do México, só queria a minha filha bem e comigo. Sabia que ela se desesperaria se visse o meu estado, mas eu não podia evitar. Eu só queria seus abraços, suas maluquices, risadas e conselhos. Minha filha não podia me deixar de novo, não depois de termos enfrentado o mundo juntas. Me levantei e passei a mão no rosto, tentando enxugar as lágrimas. Eu fui até a capela do hospital, falar com o Único que poderia me ajudar. Ajoelhei-me diante da imagem de Jesus e uni minhas mãos, voltando a chorar.
− Deus... – eu solucei. – Eu sei que sempre rezo pedindo muitas coisas e sou muito grata por tudo que o Senhor me deu e ainda dará. Mas dessa vez eu peço só uma coisa, não me tire a minha menina. Sei que nós somos mães emprestadas, o nosso verdadeiro lugar é aí ao lado do Senhor, mas somente o Senhor sabe o quanto eu sofri quando achei que havia a perdido e o quanto fiquei feliz quando a encontrei. Meus filhos são parte de mim, eu não sou nada sem eles, então eu imploro, Pai, não leve a minha Letícia. – eu pausei, respirando fundo. – Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém. – eu me benzi.
Já ouvi dizer que muitas vezes quando não conseguimos falar nada perante a Deus, podemos chorar que se for da vontade Dele, Ele atenderá nosso pedido e foi o que eu fiz. Sem Letícia para me amparar, chorei ali procurando consolo no nosso Criador. Eu senti Antônio se ajoelhar do meu lado e me abraçar.
− Eu não posso perdê-la de novo. – eu solucei colando meu rosto no pescoço de Antônio.
− E você não vai. – Antônio segurou meu rosto. – Letícia é forte, ela vai sair dessa.
Antônio me abraçou até eu me acalmar e depois voltamos para a sala de espera para esperarmos o médico dar notícias de Letícia.
− Você vai criar um buraco no chão de tanto andar. – Antônio falou enquanto eu andava de um lado para o outro.
− Eu estou nervosa, Antônio. E se estiver acontecido algo grave com minha filha?
− Não, Lucero. – Antônio segurou minhas mãos. – Você tem que estar calma para cuidar dela.
− Você tem razão. – eu respirei fundo e me sentei, voltando a rezar.
Letícia precisaria muito de mim e eu precisava estar bem para não assustá-la quando eu a visse de novo e isso logo aconteceria, eu tinha certeza. Eu supliquei a Deus para salvá-la e Sua misericórdia junto com o meu amor de mãe curariam minha filha.
LETÍCIA NARRANDO
Depois de um tempo, eu acordei com duas enfermeiras e o médico no quarto. Eu não sentia mais dor, mas estava muito tonta. Eu tentei procurar minha mãe, mas não consegui me levantar.
− Letícia, que bom que acordou. Como se sente? – o doutor me percebeu acordada e se aproximou.
− Bem, mas... – eu coloquei a mão na testa. – Minha cabeça dói.
− Isso é efeito dos remédios, não se preocupe. – o doutor me tranquilizou.
− O que eu tenho? – eu me lembrei do motivo de estar no hospital, vi o doutor respirar fundo e me preocupei. – É grave?
− Eu acho melhor chamar a sua família, já volto. – o doutor saiu.
Eu fiquei preocupada, mas não tive tempo de pensar, pois Lu entrou correndo e me abraçou com força, chorando. Eu retribuí, também senti falta dela nessas horas.
− Que medo você me deu, minha menina. – Lucero segurou meu rosto, me olhando fixamente. – Você está bem?
− Não sinto mais nenhuma dor. – eu dei de ombros. – Mas e você, hein? – eu enxuguei as lágrimas de Lucero. – Eu falei para não ficar assim.
− E como você queria que eu ficasse depois de ter te visto naquele estado? – Lucero me abraçou novamente.
− Bom, eu chamei vocês aqui para dar o diagnóstico de uma vez. – o doutor respirou fundo.
~ * ~
Não me matemmmm, logo vem o que Letícia tem de verdade :(
VOCÊ ESTÁ LENDO
Segredos Revelados
FanfictionLetícia era uma bela moça recém formada em Psicologia e muito fã da artista mexicana Lucero Hogaza. Sem muitas oportunidades de atuar em sua profissão, a psicóloga encontra um emprego qualquer para ajudar nas despesas da casa, onde vivia com sua mãe...