The Best Prostitute...

VIII. Achtes

Preciso dizer que Jungkook é bem mais divertido fora da nossa rotina? Desde que chegamos ao nosso destino eu não era capaz de parar de rir. Primeiro que ele quase nos faz cair ao ficar com medo em uma curva e se jogar pro lado contrario. Isso porque ele tinha "experiencia", mas acabou o caminho agarrado em mim, o que, com toda certeza, não vou reclamar.

Já fazia algum tempo que estávamos sentados no chão em cima de um lençol fino que eu trouxe em minha pochete, atraindo olhares de todos que passavam por nós dois. Estavamos tomando sorvete e conversando a algum tempo, eu estava realmente encantado com o homem que Jungkook era.

Ele era bem cabeça e muito simples para uma pessoa que tinha tanto, ele já havia me contado que cursava administração para herdar a empresa de seu pai, que tinha um estagio na empresa do mesmo e que sua vida era basicamente trabalho e estudo.

Ele era diferente de tudo que eu poderia ter imaginado dele. Eu estava muito encantado.

- Sinto que não estou sendo ouvido – Disse logo depois de me dar uma chacoalhada no ombro, fazendo-me corar e concordar com a cabeça – O que tanto pensa?

- Em você... – Vi ele franzir o cenho e rir.

- Em mim? Por que simplesmente pensar em mim enquanto eu estou na sua frente? E nem ao menos presta atenção no que digo. Quer perguntar algo? – Neguei com a cabeça, vendo ele puxar aquele sorriso de canto – Fala logo, Jimin.

- Só estou pensando o que você está fazendo comigo, sabe?! Bonito, inteligente, bem de vida... E olha pra mim.

- Sim, olha pra você! – Interrompeu-me, sentando mais ereto e se aproximando mais de mim – Jimin, você já se olhou? Você é gostoso pra caramba – Acabei corando com esse comentário, arrancando um risinho dele – Além de ser um cara super esforçado, trabalha de dia naquela lanchonete e de noite no bar, eu fiquei realmente impressionado.

- Mas você também trabalha, também é, nossa, um dos caras mais lindos que já vi na vida – Nessa hora foi ele quem desviou o rosto e corou, acho que não esperava que eu fosse tão direto em relação a isso – além de super inteligente, faz faculdade, é bem de vida. Conseguiria caras muito melhores que eu...

- E com melhores você quer dizer o que? – Perguntou, olhando-me nos olhos. Apenas dei de ombros – Não, quero saber o que você acha que seria melhor pra mim. Um cara bonito? Você é. Um cara educado? Bem, é uma educação esquisita, mas não deixa de ser educado – Ouvi ele rindo soprado antes de continuar – O que você acha que eu iria querer para dar uma chance pra você?

- Ah, você sabe...

- Não, Jimin, eu não sei. Bonito, educado, engraçado, com bom gosto musical, esforçado, bom amigo. O que mais eu teria que querer pra dar uma chance pra isso?

- Bem, você sabe onde eu moro... – Vi ele concordando com a cabeça, como quem pede para que eu prossiga – Eu não tenho boas condições, eu trabalho pra manter o que tenho. Eu nunca fiz uma faculdade e provavelmente não vou fazer, eu não esperaria muito de mim...

- E eu sou herdeiro de um cara com dinheiro, logo não poderia querer nada com você? – Apenas dei de ombros numa concordância muda – Jimin, esquece isso, ok?! Eu não to com você por dinheiro, to por quem você é. – Ele se aproximou de mim antes de poder sussurrar – Eu sou um garoto de programa, Jimin. E mesmo assim você quer sair comigo, isso sim é assustador.

- Isso não tem nada a ver – Senti ele se afastando.

- Assim como sua situação financeira também não tem, mas você está se batendo com isso. Entende o que eu quero dizer?

Apenas me calei olhando para ele com vergonha de toda essa conversa. Estamos no nosso primeiro encontro falando esse tipo de coisa por uma burrice minha. Depois disso é capaz de ele nunca mais querer sair comigo, isso sim.

- Talvez devêssemos dar uma volta, o que acha? As pessoas estão começando a se irritar conosco, ainda moramos numa cidade do interior da Coreia do Sul, isso não é lá muito comum – Ouvi ele rindo.

Logo após suas palavras ele se levantou e me estendeu a mão, a qual aceitei de bom grado. Depois de guardar o lençol novamente, começamos a passear enquanto conversávamos sobre música, séries e animes, o que eu não entendia muito por não ter muito tempo pra ver essas coisas, mas ele parecia ser viciado, principalmente em filmes de heróis.

Ele tornou tudo muito mais descontraído, eu mesmo ia bem calado e envergonhado, principalmente depois dessa nossa conversa. Ele era muito diferente fora de tudo o que vivíamos no nosso trabalho.

Era incrível como ele era um homem bonito, mesmo sem toda aquela maquiagem e roupa pomposa do nosso trabalho, mesmo com esse cabelo bagunçado pelo vento, sem gel, sem aqueles perfumes fortes que exalavam durante as noites, sem as luzes fortes, Jungkook era simplesmente perfeito demais pra ser real.

-- x –

Estávamos chegando em sua casa ao fim daquela noite, na volta ele já estava bem mais calmo e não tentou nos derrubar. O vento tocando meu rosto, suas mãos segurando em minha cintura num abraço gostoso, tudo me fazia sentir bem, sentir certo.

Ele se mostrou um cara muito diferente de todos os outros com quem já tive a oportunidade de sair, não foi invasivo demais em relação a minha vida, enquanto eu também não fui na sua, ele apenas me contou o que achava pertinente, e eu idem.

Havia lhe contado que morava apenas com minha mãe, que não tinha contato com meu pai por escolha minha mesmo, e que trabalhava para nos sustentarmos e sustentar meus bebês, esse ultimo ele já sabia por causa de Taehyung, aquele linguarudo.

Ele, por sua vez, contou que morava com o pai e a madrasta, sua mãe havia falecido a muito tempo, que trabalhava para sustentar suas coisas, ele tinha o sonho de fazer arquitetura, mas estava adormecido ate poder se sustentar totalmente, e com relação a drogas, usava apenas maconha pra fugir da realidade pesada e se sentir mais leve as vezes. Não julgo.

Chegamos em sua casa, ele desceu da bicicleta com facilidade e ficou parado na minha frente, sorrindo pequeno antes de soltar um bocejo que me fez rir, sua carinha de cansado era encantadora.

- Eu até convidaria você para entrar, mas a essa hora meu pai já deve estar em casa.

- Não tem problemas, não estou bem vestido para conhecer seu pai hoje, devo preparar meu terno para quando esse dia chegar. – Vi seu riso saindo soprado enquanto balançava a cabeça em negação, mas uma negação de quem havia gostado do que ouviu.

- Deixe de besteira, você está perfeitamente vestido. Você fica muito mais bonito com essas roupas esporte, nem parece que tem seis gominhos embaixo dessa blusa fofa. – Com certeza fiquei vermelho até os dentes – Bem, já devo ir, até semana que vem?

- Vamos sair semana que vem? – Fiquei lhe olhando com os olhos arregalados, sentindo cada parte do meu corpo arrepiar com tanto nervosismo e felicidade.

- Claro, mas eu irei organizar nosso próximo encontro, irei lhe buscar, será surpresa.

- Pelo visto eu realmente preciso de um terno. – Estou ficando cada vez mais apaixonado em fazê-lo rir.

- Não se preocupe, eu lhe avisarei qual será o traje, mas com certeza não será um terno. Boa noite, Jimin.

E antes que eu pudesse ter alguma reação, senti seus lábios tocando brevemente minha bochecha. Mesmo quando ele já estava correndo em direção a sua casa eu ainda podia sentir minha bochecha formigando, como se seu toque ainda estivesse ali.

Assim que notei que ele já tinha entrado, parei de viajar e me pus a pedalar para casa, ainda tinha um longo caminho pela frente e precisava acalmar meu coração para poder dormir bem essa noite e estar preparado pra semana que viria.

🖤🤍

Um capítulo bem soft. Eu amo encontrinhos assim, na minha adolescencia quase todos eram assim. Vantagens de morar numa cidade de interior.

Chu ~~ <3 Cho Mandy esteve aqui!