The Best Prostitute...

XXIX. Neunundzwanzigstes

Já era quase meia noite quando finalmente um médico chegou na sala onde estávamos esperando. Ainda não havíamos entrado para ver minha mãe porque seu estado estava bem grave depois da cirurgia. Seu corpo não estava reagindo como esperado.

Depois de vários exames de sangue, descobrimos que na verdade minha mãe era diabética e que seu corpo não estava reagindo bem. A sua era diabetes tipo 2, eu não fazia ideia de que ela tinha isso e de acordo com o que o medico disse ela mesma poderia não saber, já que mantinha uma boa alimentação. Infelizmente a sua vida sedentária, por causa da sua falta de tempo, era um dos fatores que provavelmente contribuíram para que ela tivesse essa doença.

Jungkook não saiu do meu lado durante todo o dia, eu podia sentir minha cabeça doer, não sei se por cansaço ou estresse. Taemin havia se retirado para falar com os seus advogados e já começar a fazer o possível para que meu pai não saísse da cadeia tão cedo. Já haviam provado que ele havia invadido o apartamento e feito queixa de violência domestica.

Assim que Hoseok chegou eu apenas fui capaz de lhe cumprimentar e pedir para que eles ficassem ali enquanto eu subia para o terraço do hospital, área a qual eles me disseram que estava disponível para fumantes.

Assim que cheguei, ignorei todos que ali estavam e puxei meu cigarro de maconha, a única coisa capaz de me arrancar o mínimo de calma nesse momento. Minha cabeça apenas gritava que eu havia sido um otário, que eu confiei demais, que era tudo culpa minha.

Senti meus olhos marejados, meu corpo todo tremendo. Cada segundo de minha mãe ali dentro era um pouco de culpa que crescia em mim. Foi horrível ter que ligar pro seu trabalho e falar o que havia acontecido. Taemin foi quem foi entregar o atestado para eles, se fosse eu, provavelmente surtaria com aquele seu chefe idiota.

Você ligar para a pessoa, falar que sua mãe está hospitalizada depois de levar um tiro, e ter que ouvir dele um simples "Se é assim, você tem como conseguir um atestado. Traga pra mim ainda hoje.", sem nem ao menos um "Espero que ela melhore" fez o meu punho se fechar, mesmo enquanto falava com ele por telefone. Imagine se eu estivesse o vendo na minha frente.

Senti dois braços circundarem minha cintura e uma cabeça se encaixando em meu ombro. Foi o que eu precisava para tirar a tensão do meu corpo, Jungkook estava ali comigo pra me trazer de volta pro que realmente importa, minha mãe.

- Vamos entrar, os médicos disseram que conseguiram estabilizar o quadro dela, pode ir visita-la.

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Eu não sei explicar o quanto aquilo me atingiu, mas foi muito, muito mais do que eu esperava. Ver minha mãe naquela cama de hospital fez meu coração me provar que esse papo de dor no coração não é exagero poético.

Podia sentir a ânsia em minha garganta, lágrimas nos olhos, minhas mãos tremendo. Eu nunca esperei ver minha mãe naquela cama, naquele estado. Eu queria poder trocar de lugar com ela, ser eu a estar me recuperando depois de levar um tiro.

Sentei-me no sofá que tinha no canto do quarto, olhando pra ela, cheia de fios em cima de si, com uma maquina fazendo pequenos bipes, não resisti em deixar as lágrimas escorrerem livres em meu rosto, cada vez numa frequencia maior.

Jungkook não pode entrar comigo, era um visitante por vez. Eu estava tendo que passar por aquela dor de ver minha mãe naquele estado, sozinho. Aquilo só fazia a sensação de culpa gritar ainda mais alto em minhas orelhas. Tudo culpa minha.

Não sei quanto tempo fiquei ali chorando, vendo minha mãe de longe, até Taemin bater na porta pedindo pra ficar um pouco com ela. Apenas me levantei, tentando, inutilmente, enxugar o meu rosto, mesmo sabendo que eu deveria estar todo vermelho.