Olá, como estão? Espero que bem. Peço desculpas por esse tempo sem postar capítulo, o carregador do meu notebook queimou e o outro chegou a pouco. Boa leitura, postarei outro em seguida, bj.
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O mínimo que posso dizer sobre a visita que fiz a Ivete é que foi desagradável. O Luís ainda veio a minha casa e tentou falar sobre o assunto, mas era apenas perde de tempo tanto dele quanto minha.
Não adiantava insistir, a minha decisão quanto a ela já estava mais que tomada e depois da mentira que contou aos meus irmãos, ter distância dela era preservar a minha saúde e o bem estar dos meus irmãos.
Nessa noite o Luís ainda encontrou a dona Natália quando saía do meu apartamento, quando olhei para eles torci para que o Luís se livrasse da Ivete e se um dia arrumasse alguém que fosse como a mãe da minha melhor amiga.
Porque o Luís não merecia sair de uma cobra feito a Ivete e cair em outra armadilha, ele merecia conhecer uma mulher boa e generosa assim como ele. Acredito que os semelhantes se atraem e torço muito pela felicidade dele.
Aprendi a gostar desse homem, mesmo com o maior de todos, a sua esposa.
Ainda tive que ter uma longa conversa com o Marcos, não gostei de ele esconder isso, depois ele falou que foi para me poupar de passar raiva, mas já era inevitável e a situação ficou pior, o cinismo da Ivete aquele dia me deixou enjoada.
Fazia uma nova receita quando ouvi umas batidas na porta. Deveria der a Sofia ou a dona Natália.
─ Oi, Mari.
─ O que você quer?
O Danilo estava parado a minha frente.
─ Acompanhei a dona Natália até em casa e pensei em passar por aqui pra ver como você está.
─ Não precisava se incomodar.
Ainda não entendia porque ele se importava comigo. No início, pensei que era mais uma armação dele e da Ivete, o Danilo parecia sempre preocupado comigo e os meus irmãos e se mostrava atencioso também, mas depois de passar tanto tempo cansei. Não faz a mínima diferença se mentiu ou se mentia agora também.
Esse homem é uma incógnita que não estou a fim de resolver na minha vida.
─ Eu... Esse cheiro... ─ os meus olhos diminuíram e lembrei do que cozinhava.
─ O meu jantar.
O deixei e fui à cozinha. Quando vi, o Danilo já estava na minha sala e olhava tudo ao redor.
─ Como está o seu jantar?
─ Destruído.
Nada se salvava na panela. A deixei sobre a pia.
─ E se você aceitar jantar comigo essa noite?
Olhei pra ele e muito daquele Danilo de uns anos atrás não estava mais ali. Aquele homem que conheci era mais leve, talvez despreocupado e hoje via a minha frente, um homem tenso e triste.
─ Vamos lá, Mari. Você deve precisar comer em algum momento. ─ sorriu.
Parei de pensar muito e aceitei o seu convite.
─ Tudo bem. Eu posso fazer alguma coisa pra gente.
─ Não. ─ me levou para a sala ─ Acredito que tudo que faz é muito bom e especial, mas hoje você merece um descanso.
Eu gostava de cozinhar e não me importaria em fazer alguma coisa. Pelo visto ele tem a mesma mania da minha amiga, sempre achando que eu trabalho demais.
Durante o jantar conversamos somente o necessário, mas o Danilo me encarava até que não aguentei mais e perguntei se queria falar alguma coisa, acho que deveríamos resolver os nossos mal entendidos de uma vez.
Não podemos levar essa situação por mais dois anos. O Danilo já tentou conversar comigo outras vezes e não estava pronta, me sentia muito ferida pela forma que ele apareceu em nossas vidas e causou tantas mudanças.
Tive mágoa porque ele descobriu sobre nós e como se não fosse o suficiente, ainda trouxe a Ivete para as nossas vidas e tive que escolher entre viver ao lado dos meus irmãos suportando a Ivete ou ir embora e recomeçar em outro lugar.
Cortar os laços abruptamente com o João e o Marcos foi muito doloroso, mesmo sabendo que nos veríamos durante as suas férias escolares, eu ainda não estava preparada pra isso.
Foram perdas muito grandes que ocorreram sucessivamente em nossas vidas, mas sobrevivemos.
Agora me sentia pronta para ter uma conversa franca com ele.
─ Por que depois de todo esse tempo você ainda insiste?
Será que não cansaria em algum momento? As vezes essa insistência era tão estranha.
─ Culpa. Talvez.
─ Você fez o que achava melhor, mas infelizmente não foi. ─ se era uma conversa séria, eu precisava ser direta também.
─ Nunca quis magoar você ou os meninos. No mundo que eu vivia a Ivete era uma mãe maravilhosa.
Só se fosse no seu mundo mesmo, Danilo!
─ Pelo que diz você não acha mais, não é?!
─ Não. Sinto muito, Mari.
Desculpas não fariam diferença.
─ Esquece isso. Tentei ver o lado bom e é seu pai ter aparecido nisso tudo, ele é um bom homem.
─ Sempre te falei.
Isso era verdade, o Danilo sempre exaltava o quanto o pai dele era uma boa pessoa.
─ O único defeito da sua família é a Ivete.
Ele tentou segurar o riso.
Eu não escondia mais, sorri com vontade. De repente ele ficou sério.
─ Acho que perdi a minha chance com você.
Como o clima tomava um rumo triste que eu não gostava, decidi brincar para aliviar um pouco.
─ E quando você teve chance?
─ Mari... ─ ele sorria ─ Não precisa mentir pra mim. Eu sei que você era louca por mim. Não te julgo, minha linda.
─ Me poupe, Danilo. Você se acha muito. Até te acho bonitinho... ─ fiz uma expressão pensativa ─ Arrumadinho... Mas é apenas isso. Você não vale a dor de cabeça.
─ Comigo você só terá amor.
Fingi que nem ouvi.
─ Outra coisa, não gosto de homem bonito. E assim...
O olhei de cima a baixo de brincadeira.
─ Bom... Quanto a isso não posso mudar quem eu sou.
Passou a mão pelo cabelo e sorriu. Era impressão minha ou ele tentava me seduzir?!
Eu, hein?!
Me erra, Danilo!!!
─ Ai, Danilo, vai embora. ─ joguei uma almofada nele ─ Você se acha muito, sai daqui.
Ele ria. Esse foi o primeiro momento leve e divertido que tivemos sem o peso das ações dele entre nós.
─ Eu sou isso aqui que você vê. Mas posso ser bem melhor do que espera. Talvez eu te surpreenda ainda, Mariana.
Passou por mim e jurei que seria beijada.
─ Obrigado por isso. ─ parou perto da porta.
─ Não foi nada demais.
─ Foi mais do que eu merecia de você.
Beijou o meu rosto e saiu fechando a porta.
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MARI
Romance*** Se quiser leia o livro Imperfeito Amor para saber mais sobre o início da história da Mari*** Mari foi abandonada quando criança pela mãe. Ela nunca entendeu os motivos não ditos para isso, o sumiço repentino e a ruptura da sua família. Desde que...