MARI

Capítulo 12

Ainda tive que guardar para mim o que aquela mulher disse e recebê-la no bistrô porque o Marcos insistiu nessa ideia, notei como ele se aproximou dela, apesar de ter as minhas dúvidas, espero que goste deles ao menos para não magoá-los.

Mas no fundo sei que estou certa, pelo menos uma vez queria estar errada sobre ela, e o mais importante, evitar o sofrimento dos meus irmãos. Chegaria o dia deles também conhecê-la melhor.

Apesar disso, foquei nessa nova etapa da minha vida e ignorei que ela estava lá. Só que nem sempre tudo sai como desejamos. Todos estavam aqui, me sentia feliz por compartilhar isso com eles.

─ Ficou a sua cara. ─ o Danilo apareceu.

─ Tinha que ser. ─ sorri.

─ Desejo que seja feliz nessa fase.

─ Obrigada.

Olhávamos um para o outro e não sabíamos o que fazer até que ele me abraçou. No fundo o Danilo só era um homem bom, atrapalhado, mais ainda assim, bom. Ele disse que falaria com umas pessoas e eu fui à cozinha ver se tudo ia bem. Mas antes a Sofia olhou pra mim e sorriu. Conheço esse sorrisinho e o que acabou de acontecer foi nada demais.

Deu uma sensação tão boa ver todos aqui. Queria que tudo fosse perfeito.

— Não fica preocupada, as pessoas estão gostando de tudo. Você fez cada coisinha com amor e empenho, ficou perfeito, Mari.

A Sofia parou ao meu lado. Ela sabia o que eu pensava, não precisava de muito esforço. A minha amiga sempre me entendeu.

— Só quero que todos gostem.

Podia sentir um friozinho na barriga e ansiedade.

— Respira fundo e relaxa. — ela sorriu e segurou a minha mão.

A Analu vinha sorrindo na minha direção. Criamos uma boa amizade através da Sofia que sempre gostou dela, a Analu é uma pessoa maravilhosa.

— Amei tudo, Mari. O lugar é lindo e a comida melhor ainda.

E era mesmo, concordava com ela. Fiz tudo com muito amor e carinho pra todos.

— Jura? Gostou mesmo? — nos abraçamos.

— Claro que essa aí gostou, só sabe ficar enorme feito uma porca.

Por um minuto esqueci que ela viria, mas ainda tinha esperanças que tivesse bom senso e não aparecesse. A nossa última conversa não foi nada boa, como todas as outras, e o se cinismo em vir só mostra muito do seu caráter.

— Seja grosseira de novo com uma amiga ou convidado que te expulso daqui, você não é bem vinda só deixei que viesse porque os meus irmãos pediram. Você é uma mulher desprezível, Ivete.

— Deixa, Mari. — a Analu era muito educada — Você não me insulta falando sobre o meu corpo, estou muito feliz com ele e o meu marido também.

Isso que acontecia agora era minha culpa. Não deveria ter deixado essa cobra pisar aqui mesmo se o Marcos ficasse com raiva de mim. Agora tenho essa bruxa sendo desagradável com as pessoas no meu lugar.

— Tem certeza? — até o olhar dela para a Analu era venenoso — Acho que logo essa brincadeira acaba e ele volta pra vida de antes. O Yuri é problemático e só gosta de chamar de atenção.

Ela fala dos outros como se estivesse acima de tudo e fosse perfeita, coisa que está longe de ser.

— Dou razão a ele quando diz que te odeia. Você é tão cínica, transforma a vida das pessoas ao redor num inferno e ainda é capaz de colocar a culpa nos outros.